Bom fim de Semana Amiga
Amor pós-morte
(Eliza Yaman)
Se a morte é fim, por que ainda te escuto?
Por que teu nome pulsa em minha veia?
Talvez o amor seja um vírus oculto,
que sobrevive à carne que incendeia.
Te amei além do tempo e da matéria,
num plano onde o espírito se rasga.
E hoje, mesmo em dor, minha alma espera,
que tua ausência enfim me abrace e me apazigua.
Amor que não morreu
Diziam: “Vai passar, é só ausência.”
Mas o que sinto não conhece fim.
É como se a tua essência e a minha
tivessem fundido o próprio porvir.
Não há morte para o que não nasceu,
nem esquecimento para o que arde.
Teu amor é cadáver que viveu,
e em mim repousa — lúgubre, mas tarde.
Sobrevivor Resignado
Minhas dores, outrora, eram donas de mim,
Tempestades noturnas de um fim sem princípio,
Eram versos truncados, amargos, a rimar
Com o silêncio fundo que o peito pode adotar.
Mas a vida, tecelã de destinos sutis,
Com seus fios de prata, cospe e descospe cicatrizes,
E ensinou a esta alma, tão cheia de ardores,
A sábia, quieta arte da resignação das dores.
Não as arranquei com força, nem as joguei ao mar,
— pois o mar um dia as devolveria à areia fria do meu pensar.
Deixei que se finissem, como deixa a árvore a folha:
num lento morrer dourado, que já não pede dó.
Foram-se como a neblina que o sol da manhã consome,
Como notas distantes de uma canção que não se nome.
Já não são ferida aberta, nem punhal, nem espinho,
São apenas lembranças de um antigo caminho.
Hoje, olho para trás e vejo o que ficou:
não a sombra da falta, mas a luz do que curou.
E na paz resignada que a saudade não corrói,
Sou mais forte pelo que deixei de ser, e por aquilo que não sou.
E assim sigo, leve, embora marcado pela sorte,
Com as dores resignadas à sua própria morte.
Elas não ditam mais o rumo, não definem mais o amor,
São apenas o passado… e eu, o sobrevivor.
O fim do amor é mais triste do que nosso próprio fim... O relógio que tinha parado para viver as loucuras da paixão volta a funcionar na morosidade entediante da solidão!
A Névoa da Ignorância
Em campos largos, sem fim a vista,
Caminha a alma, cega, distraída.
Os olhos não veem o sol que insiste,
Escondido entre a névoa da mente adormecida.
A ignorância veste-se com um manto sutil,
Mais leve que o vento, mas denso no espírito.
É como um eco, profundo e infantil,
Que grita certezas sem nenhum critério.
Não se conhece o que há além do espelho,
A verdade oculta, a dúvida sem fim.
E quem permanece ali, preso no seu brilho,
Desconhece o mar calmo que existe.
Mas há quem busque, quem queira enxergar,
Rasgando a neblina, arriscando o olhar.
E ao levantar o véu, o mundo se faz inteiro,
Revelando-se ao fim como um fogo verdadeiro.
É preciso ser muito pra fazer eu desistir de mim
muito mais do que grito,
muito mais do que fim.
É preciso ser corte que nem o tempo cicatriza, vento que arranca raiz,
muralha que não se humaniza.
Porque eu me faço inteira até no caco,
me refaço no avesso do dia,
faço da dor um palco pra dançar minha poesia.
A queda parecia o fim,
mas cada cicatriz virou combustível.
O medo tentou me prender,
mas a coragem abriu portas invisíveis.
Levantei, apesar da dor,
mais forte do que ontem,
mais vivo do que nunca.
A superação não é ausência de luta,
é vencer mesmo quando tudo insiste em parar.
K.B
A vida é curta
A vida não é bela porque resiste,
mas porque se despede.
A beleza nasce no fim,
na certeza de que cada instante
é um sopro único,
um lume breve
contra a eternidade.
Ela vale porque é curta,
porque nos obriga a gastar o coração
sem economias,
a sentir com excesso,
a errar sem medo,
a celebrar cada milagre miúdo
que se esconde nos dias comuns.
É um banquete de instantes,
servido com a urgência do agora,
um convite para sermos inteiros
antes que o silêncio chegue.
E quando enfim chega a hora
de deixá-la ir,
não é perda, não é falha
é apenas o desfecho natural
do espetáculo.
Pois não importa o destino,
importa a travessia.
Não é o porquê,
mas o como.
E quando tudo escorrega das mãos,
quando nada mais depende de nós,
é tempo de soltar as rédeas,
permitir que o destino conduza,
e apenas contemplar, em assombro sereno,
o milagre silencioso
que é viver.
No fim é você
Na dor mais funda, é só você.
Na conta a pagar, só o seu nome.
Na cama do hospital, só um corpo cabe.
No fim da estrada, só um caixão.
A vida é sua, e ninguém a viverá por você.
Não se perca em doar o que lhe falta.
Não tente carregar o peso alheio
quando já basta o fardo que é seu.
Valorize o que pulsa em seu peito.
Ande com leveza, cuide de si.
Porque, quando tudo silencia,
é você quem permanece consigo.
Naldha Alves
adolescência é perda da inocência, desencanto, desilusão, é o fim da fantasia, é quando deixamos de enxergar o mundo colorido e passamos a ver o cinza.
A morte é o fim da vida e o princípio de reflexão para os homens.
Uns morrem outros refletem a morte!
Um dia, um fim
Unico momento
Demasia de intensidade
Abraças um fim
Feito de instante para morrer.
Kaike Machado
Amores perdidos
O amor é a semente que planta o sim, mas é o ódio que colhe o fim. E se o remorso é um peso mudo que se cala, a solidão é o vento que não para de apontar a casa vazia. Porque as pessoas não voltam por amor, voltam pela falta dele.
Casa-se por um talvez, por um tal de amor. Separa-se por uma certeza: a do rancor. Arrepende-se talvez, por um remorso surdo. Mas volta-se sempre, sempre, pelo medo do vazio absoluto.
O matrimônio é erguido na frágil arquitetura do afeto, mas desmorona no terremoto do ressentimento. E se o arrependimento é o eco que fica, a depressão é o silêncio insuportável que convida o eco de volta.
Clareira no Fim da Sombra
Há um túnel que a noite tece,
De asfalto frio e ar que pesa,
Onde o eco de um pranto crepita E a dúvida,sinistra, visita.
Os passos são de chumbo e pó,
Cada instante um eterno só.
O ar,um véu de algodão cru, E o silêncio,um pesado atlas mudo.
Mas segue, alma, não cries morada Nesta galeria escura e alongada.
Pois mesmo onde a visão se apaga,
A esperança,sutil, não se afasta.
Ela é o fio de luz que não se vê,
A respiração do chão sob os pés.
É o grão de areia que teima em brilhar No granito mais duro a sussurrar.
Não é um clarão, um sol repentino,
É antes um trabalho pequeno e divino: É a gota que a rocha fende,
O fio de voz que te diz:“Espere.”
É a flor que racha o concreto,
O abraço no desamparo completo.
É a cor que volta ao branco e preto,
É o mapa quando estás desacerto.
Avista! Lá adiante, um ponto, um grão, Não é ilusão,não é traição. É a certeza de que a noite é fase, E a claridade encontrará sua estase.
Não é o fim da caminhada, não,
É a clareira após a escuridão.
É a prova,calma e serena,
De que a luz,por mais que doa, é plena.
Então respira fundo o ar que avança, Cada passo é uma nova esperança.
O túnel termina,a luz te banha,
E a alma encontra a sua própria montanha.
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