Beleza

Existem a beleza que excita, a que comove e a que satisfaz: a melhor é a última.

A beleza é bela; a paixão, o amor absoluto são mais belos e mais adoráveis.

Beleza, presente de um dia que o Céu nos oferece.

Beleza, quem te compreende? - Quem te sabe amar, e mais ninguém!

Que grande dom de Deus é a beleza! / É preferível tê-la ao dinheiro: / pois a riqueza não dá beleza, / mas com beleza se conquista a riqueza.

Vê duas vezes para veres com exactidão; vê apenas uma vez para veres com beleza.

A lua deita seus
raios sobre a rosa caída.
Beleza morta.

O que é a beleza? uma nova atidão para nos dar prazer.

Surgem assim teus divinos / membros do leito onde jazias adoentada, / e em ti a beleza revive: / áurea beleza, que é o único conforto dos homens / destinados a errar entre paixões e vãs esperanças.

Vida mal soletrada
a beleza continua a viver
como tatuagem

O império da beleza não conhece rebeldes.

A verdade pára na inteligência; a beleza chega até ao coração.

A beleza é um proveito para os outros.

Quero viver enquanto estiver acesa, em mim, a capacidade de me comover diante da beleza. Essa capacidade de sentir alegria é a essência da vida.

Sou fraca diante da beleza do que existe e do que vai existir.

A beleza da vida se multiplica cada vez
Que a gente partilha com alguém que a gente ama...
Se você quiser multiplicar a vida...
Você precisa dividi-la.

...tinha essa inexprimível beleza que resulta da alegria, do entusiasmo, do êxito, e que nada mais é que a harmonia do temperamento com as circunstâncias. Os desejos, as tristezas, as experiências do prazer e as ilusões sempre novas, à maneira do que às flôres fazem o adubo, a chuva, os ventos e o sol, tinham-na desenvolvido gradativamente, e ela se desabrochava enfim em tôda a punjança de sua natureza.

Uma flor acaso tem beleza?

Tem beleza acaso um fruto?

Não: têm cor e forma
E existência apenas.

A beleza é o nome de qualquer coisa que não existe

Que eu dou às coisas em troca do agrado que me dão.

Não significa nada.

Então por que digo eu das coisas: são belas?

(Alberto Caeiro)

Retorno

Somente depois de ter andado por terras estranhas
É que pude reconhecer a beleza da minha morada.
A ausência mensura o tamanho do local perdido
Evidencia o que antes estava oculto, por força do costume.
Olhei minha mãe como se fosse a primeira vez,
Olhei como se eu voltasse a ser criança pequena
A descobrir-lhe as feições tão maternas.
Abri o portão principal como quem abria
Um cofre que resguardava valores incomensuráveis.
As vozes de todos os dias estavam reinauguradas.
Realizar a proeza de ser gerado de novo.
Suas mãos sobre os meus cabelos pareciam devolver-me
A mim mesmo.
Mãos com poder de sutura existencial...
Era como se o gesto possuísse voz, capaz de dizer:
Dorme meu filho, porque enquanto você dormir
Eu lhe farei de novo.
Dorme meu filho, dorme...

A beleza da vida reside na variedade. Mesmo o mais tenro amor pede para ser renovado com intermédio da ausência.