Aviao sem Asa Fogueira sem Brasa sou eu assim sem
Todo dia em minhas orações peço a Deus que me ajude a ser mais paciente, pois, não sou nada fácil. Que a tolerância seja uma virtude em mim. Que minha alma seja mais bonita e tranquila. Meus pedidos são sempre os mesmos, porque o que me encanta e realmente me interessa nas pessoas, é a paz que cada um carrega dentro de si. Às vezes, estou tão cansada que acabo por não fazer minhas orações até o final. Deve ser por conta disso que em certa hora do dia me falta a tão desejada calma e acabo por dar uns gritos. Mas não seria o grito um jeito de espantar e jogar fora coisa ruim? Ai que vontade de gritar!
(...)
O que sou e como penso,
Aqui vai com todo o senso,
Posto que já veja irados
Muitos lorpas enfunados,
Vomitando maldições,
Contra as minhas reflexões.
Eu bem sei que sou qual Grilo,
De maçante e mau estilo;
E que os homens poderosos
Desta arenga receosos,
Hão de chamar-me tarelo,
Bode, negro, Mongibelo;
Porém eu, que não me abalo,
Vou tangendo o meu badalo
Com repique impertinente,
Pondo a trote muita gente.
Se negro sou, ou sou bode,
Pouca importa. O que isto pode?
Bodes há de toda a casta,
Pois que a espécie é muita vasta...
Há cinzentos, há rajados,
Baios, pampas e malhados,
Bodes negros, bodes brancos,
E, sejamos todos francos,
Uns plebeus, e outros nobres,
Bodes ricos, bodes pobres,
Bodes sábios, importantes,
E também alguns tratantes...
Aqui, nesta boa terra,
Marram todos, tudo berra;
Nobres Condes e Duquesas,
Ricas Damas e Marquesas,
Deputados, senadores,
Gentis-homens, vereadores;
Belas Damas emproadas,
De nobreza empantufadas;
Repimpados principotes,
Orgulhosos fidalgotes,
Frades, Bispos, Cardeais,
Fanfarrões imperiais,
Gentes pobres, nobres gentes,
Em todos há meus parentes.
Entre a brava militança
Fulge e brilha alta bodança;
Guardas, Cabos, Furriéis,
Brigadeiros, Coronéis,
Destemidos Marechais,
Rutilantes Generais,
Capitães de mar e guerra,
– Tudo marra, tudo berra –.
Na suprema eternidade,
Onde habita a Divindade,
Bodes há santificados,
Que por nós são adorados.
Entre o coro dos Anjinhos
Também há muitos bodinhos –.
O amante de Siringa
Tinha pêlo e má catinga;
O deus Mendes, pelas contas,
Na cabeça tinha pontas;
Jove quando foi menino,
Chupitou leite caprino;
E, segundo o antigo mito,
Também Fauno foi cabrito.
Nos domínios de Plutão,
Guarda um bode o Alcorão;
Nos lundus e nas modinhas
São cantadas as bodinhas:
Pois se todos têm rabicho,
Para que tanto capricho?
Haja paz, haja alegria,
Folgue e brinque a bodaria;
Cesse, pois, a matinada,
Porque tudo é bodarrada.
Gosto que entendam
e conheçam minhas faces;
pois cada dia tenho uma
por não saber qual delas sou eu.
Não sou Santa,longe de mim! Também fico indignada e profiro alguns impropérios,bem impróprios para menores,mas prefiro ser vidraça a ser pedra! Com certeza!
O choro é privado, mas o sorriso é publico.
O abraço é verdadeiro e as palavras são sinceras. Sou um imperfeito verdadeiro nesse mundo onde a perfeição é o falso dinheiro.
Não sou do tipo que bajula, meu amor não se limita a elogios vazios de sentimentos. E ao contrário do que muita gente pensa, tenho um coração que sabe amar de verdade.
(Ivonete Nogueira)
Fé
Folgo em saber que a estrada é longa.
Quem tem fé vai a pé.
Avisa lá que sou dessas que chega longe.
Não me considero uma pessoa má; às vezes sou meio chato, ranzinza, seletivo, organizado... E às vezes sou o contrário disso tudo. Mas o tempo passa, a idade vem chegando e traz junto consigo a manias. Mania disso, mania daquilo, mania de mania... Mas a base de tudo é compreensão e respeito; o seu direito termina onde o meu começa. E desse jeito os relacionamentos se consolidam respaldado em sinceridade e transparência.
(des)elegante
Não tenho elegância
Sou, talvez, um trapo
Que não vale um fiapo
Não tenho etiqueta
E se tivesse
O valor seria baixo
É, eu não me encaixo
O que tenho de elegante
É a dor que Leminski dizia
E com ela faço obra-prima
O melhor dos cálices:
Vinho tinto de poesia
Sem pressa
Sou devassa
Me devora
Aqui e agora
Sem pressa
Devagar
Não precisa
Se apavorar
Isso, bem devagar
Que a hora não passa
Dizem que as flores são todas
Palavras que a terra diz.
Não me falas: incomodas.
Falas: sou menos feliz.
Sou o começo e o fim O que há de bom e ruim Um pedaço de ti Forçado a se reprimir Sem nem mesmo poder Te ter sem me conter Me limitar a um ser Medíocre, com pudor
Num livro sou o capítulo apimentado,
No clima um furacão,
Das bebidas alcoólicas a destilada,
Dos sentidos o apaixonado.
Sou intensa,frenética,desenfreada, intempestiva...a própria tempestade!
Sou Nordestino!
Ser nordestino é ser forte
é não criar desavença
é respeitar toda crença
seja do Sul ou do Norte
é não esperar pela sorte
é não correr do batente
é levantar logo cedo
é encarar sem ter medo
o que vier pela frente.
A partir de hoje não vou duvidar dos direcionamentos de Deus para mim. O que sou veio disso. Aceitei cada momento de dor, comemorei cada momento de vitória, me tornei quem sou. O que quero hoje é ter no livre arbítrio, o discernimento necessário pra entender que foi minha fé e a busca constante do Caminho, da Verdade e da Vida, que me trouxeram até aqui, me livraram de todos os males e me fizeram assim. Pecados cometi, consciente me arrependi, perdoei e fui perdoado, me sinto abençoado. E hoje sei que, quanto mais a gente caminha na estrada certa, mais difícil fica se perder um dia.
