Aviao sem Asa Fogueira sem Brasa sou eu assim sem

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Troque seu coração por um fígado, assim você bebe mais e se apaixona menos.

Se é pra amar, me ame de verdade, se é pra viver que seja juntos, se não for assim nunca mencione tal frase “eu te amo”, pois para algumas pessoas ela pode significar o mundo.

Assim…

Quero-te toda assim, abandonada
em meus braços, louca, embriagada.
Sobre meu peito entregue, possuída,
em corpo, espírito, na própria vida.

Quero-te assim gemendo qual bacante.
que se entrega inteira ao fogo do amante,
que nas chamas do amor e em desvario,
beija, morde, arranha, suplica em delírio.

Quero-te assim, cabelos desgrenhados.
mancha escura em coxins molhados,
pelo suor que emana de teus seios,
altar sagrado dos mais ricos veios.

Quero-te assim nas horas de doçura,
em medrosas carícias, toda pura
afagando cabelos despenteados
como a mãe ao filho, entre cuidados.

Quero-te assim, irmã tão carinhosa
que ao louco irmão aconselha, temerosa
por sua vida do mundo desgarrada,
que a preocupa e faz desesperada.

Quero-te toda assim, fêmea, mulher,
sendo só minha, mostrando que me quer.
Quero-te assim, mistura de mulheres,
mãe, amiga, amante, o que quiseres
ser – e pelo que és – te quero tanto.

Pois se resumes tudo aquilo que sonhei
em dias de angustias e temores,
eu sei
que te quero enfim, pois és a vida
que quero
e junto a ti eu estarei.

A mulher para ser perfeita deve ser passiva e submissa. Todas deveriam ser assim. Permanecer dormindo até aos vinte e um anos e só depois despertar para a vida.

As melhores histórias jamais serão escritas... Assim como melhores momentos jamais retornarão... Por isso, quando estiveres feliz, tire o máximo de proveito desta felicidade... Pois o tempo arrastará tudo e só ficarão as lembranças! Que cada momento é único, e que o tempo não volta, todo mundo sabe... Mas há na vida aqueles momentos que além de únicos são indescritíveis, incomparáveis

E a gente vai por aí, se completando assim, meio torto mesmo. É Deus escrevendo certo pelas nossas linhas que, se não fossem tão tortas, não teriam se cruzado.

Somos assim. Sonhamos o voo, mas tememos as alturas. Para voar é preciso amar o vazio. Porque o voo só acontece se houver o vazio. O vazio é o espaço da liberdade, a ausência de certezas. Os homens querem voar, mas temem o vazio. Não podem viver sem certezas. Por isso trocam o voo por gaiolas. As gaiolas são o lugar onde as certezas moram.

Rubem Alves
Religião e Repressão. São Paulo: Edições Loyola, 2005.

Nota: Trecho da introdução do livro. O pensamento muitas vezes é atribuído erroneamente a Fiódor Dostoiévski. Acredita-se que a confusão aconteça por Rubem Alves mencionar o escritor e a obra "Os irmãos Karamazov" na introdução do livro "Religião e Repressão".

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Ela é assim! Pronto.
Mas assim como? Explica!
Ela é assim um mix de tudo que se possa imaginar dentro de uma grande capacidade de apenas não ser nada em definitivo. Ela é aquilo que não consegue se encaixar em moldes pré-existentes, parece que ninguém nunca foi antes dela. Ela se incomoda com isso, às vezes, muito.
Ela é cheia de sentimentos, parece que suas experiências se manifestam é no dorso do seu colo, e quase sempre, de vez em quando, tudo isso pesa. Mas não tem modo, não existe maneira que a faça ser diferente. E ainda, graças a Deus, ela é diferente. Algo que pesa e que tem o dom da leveza, algo que chora e que se manifesta em sorrisos, algo de forte, mas que se desmancha quando encontra a água.

Desconhecido

Nota: O pensamento é atribuído a Clarice Lispector, mas não há fontes que confirmem essa autoria.

Amantes promovidos

Venho percebendo um fenômeno da ordem dos menos importantes, mas, ainda assim, curioso. Antigamente, a pessoa casada que vivia um relacionamento extra-conjugal tinha o quê? Um amante. Homens tinham amantes, mulheres tinham amantes, e amantes não tinham a menor chance de receber alguma condescendência por parte da sociedade. O povo caprichava na hora de estereotipá-los. No caso das amantes, eram descritas como notívagas que vestiam vermelho, mantinham garras afiadas, lingerie de tigrinho e cabelos excessivamente compridos. No caso dos amantes, eram homens com emprego incerto, que podiam escapar no meio da tarde, e que usavam camisas listradas. Por que camisas listradas? Sei lá, deve ter alguma relação com a imagem do malandro, uma coisa meio Moreira da Silva. Mas sem o chapéu.

Os amantes exalavam luxúria. Eram pessoas de índole duvidosa, já que pouco se importavam de estar colaborando para a ruína dos lares. As amantes eram umas sem-vergonhas que queriam fisgar um marido a qualquer preço, os amantes eram uns farristas que divertiam-se comendo a mulher do próximo. Um pessoal absolutamente sem coração.

Alguém ainda tem amante? Nunca mais ouvi falar. E olha que eu lido com gente à beça, de tudo quanto é tipo, formato, cor, idade, estado civil. Ninguém mais tem amante. É uma raça em extinção. As pessoas, agora, casam e são felizes para sempre. E, quando acham que o "pra sempre" anda meio tedioso, arranjam um namorado.

Homens têm a esposa e uma namorada. Mulheres têm o marido e um namorado. Nunca vi nada mais familiar. As namoradas são estudantes, médicas, bibliotecárias, mulheres que usam jeans e camiseta, cabelo curto e unhas curtas, elegantes e discretas. Discutem Nietzche, são companhia para um cinema, passam as festas de fim de ano com a turma sem reclamar.

Os namorados são surfistas, engenheiros, instrutores de informática. Mandam e-mails carinhosos, sugerem discos de jazz, dizem eu te amo.

Amante é coisa de quem curte relações clandestinas, transa atrás das portas e exagera no perfume. Uma decadência. Os amantes foram promovidos a namorados. Adeus vestidos vermelhos e camisas listradas.

Às vezes fazer o que é certo nem sempre pode parecer certo, e ainda assim temos que fazê-lo.

É assim: de vez em quando, uma coisa só começa mesmo a existir quando você também começa a prestar atenção na existência dela. Quando a gente começa a gostar duma pessoa, é bem assim.

O desenvolvimento do homem repousa na reflexão,assim o relacionamento com os outros é necessária.

É sempre assim o curso dos fatos que movem as rodas do mundo: as mãos pequenas os realizam porque precisam, enquanto os olhos dos grandes estão voltados para outros lugares.

Disseram que ciúmes, amor, saudade, paixão e loucura demais é doença. Já que é assim, pode me internar que meu estado é grave.

O Caçador de Pipas

Era uma vez... As histórias maravilhosas começam assim. Não importa o tamanho delas. Se começam por era uma vez, são sempre maravilhosas.

Pois era uma vez um homem. Um homem pobre que de precioso só tinha um cálice.

Nele, ele bebia a água do riacho que passava próximo à sua casa. Nele, bebia leite, quando o conseguia, em troca de algum trabalho.

Era pobre, mas feliz. Feliz com sua esposa, que o amava. Feliz em sua pequena casa, que o sol abraçava nos dias quentes, tornando-a semelhante a um forno.

Feliz com a árvore nos fundos do terreno, onde escapava da canícula.

Saía pelas manhãs em busca de algum trabalho que lhe garantisse o alimento a ele e à esposa, a cada dia.

Assim transcorria a vida, em calma e felicidade. Nas tardes mornas, quando retornava ao lar, era sempre recebido com muita alegria.

Era um homem feliz. Trazia o coração em paz, sem maiores vôos de ambição.

Então, um dia... Sempre há um dia em que as coisas acontecem e mudam o rumo da História.

Pois, nesse dia, nem ele mesmo sabendo o porquê, uma lágrima caiu de seus olhos, dentro do cálice.

De imediato, o homem ouviu um pequeno ruído, como de algo sólido, que bateu no fundo do recipiente.

Olhou e recolheu entre os dedos uma pérola. Sua lágrima se transformara em uma pérola.

Então, o homem pensou que poderia ficar muito rico se chorasse bastante.

Como não tinha motivos para chorar, ele começou a criá-los. Precisava se tornar uma pessoa triste, chorosa, para enriquecer.

Com o dinheiro da venda das pérolas pensava comprar lindas roupas para sua esposa, uma casa mais confortável, propriedades, um carro.

E assim foi. Ele começou a buscar motivos para ficar triste e para chorar muito.

Conseguiu muitas riquezas. Ele poderia tornar a ser feliz. No entanto, desejava mais.

As pequenas coisas que antes lhe ofertavam alegrias, agora, de nada valiam.

Que lhe importava o raio de sol para se aquecer no inverno? Com dinheiro, ele mandou colocar calefação interna em toda sua residência.

Por que aguardar os ventos generosos para arrefecer o calor nos dias de verão? Com dinheiro, ele pediu para ser instalado ar condicionado em toda a sua casa.

E no carro, e no escritório que adquiriu para gerir os negócios que o dinheiro gerara.

E a tristeza sempre precisava ser maior. Do tamanho da ambição que o dominava.

Nunca era o bastante. Os afagos da esposa, no final do dia e nos amanheceres de luz deixaram de ser imprescindíveis.

Ele não podia perder tempo. Precisava chorar. Precisava descobrir fórmulas de ficar mais triste e derramar mais lágrimas.

Finalmente, quando o homem se deu conta, estava sem esposa, sem amigos. Só... Com seu dinheiro, toda sua imensa fortuna.

Chorando agora, estava tão desolado, que nem mais se importava em despejar o dique das lágrimas no cálice.

A depressão tomara conta dele e nada mais tinha significado.

A história parece um conto de fadas. Mas nos leva a nos perguntarmos quantas vezes desprezamos os tesouros que temos, indo à cata de riquezas efêmeras.

Pensemos nisso e não desperdicemos os valores verdadeiros de que dispomos. Nem pensemos em trocá-los por posses exageradas.

A tudo confiramos o devido valor, jamais perdendo nossa alegria.

Haveres conquistados à troca de infelicidade somente geram infelicidade.

Khaled Hosseini
O Caçador de Pipas

Como ondas do mar

Assim como as ondas do mar têm um momento mágico, logo
quebram e partem.
As estrelas saem apenas à noite, mas em algum lugar do
universo permanecem ativas.
À medida que as nuvens mudam, nosso amor muda.
Mas em algum lugar de nossas almas, vive uma chama na
eternidade de um olhar e na simplicidade de uma lágrima.
Assim como não conseguimos ver vento, mas é possível senti-lo e ele existe,
Assim é o nosso amor, presente em cada momento.
E na vastidão do universo, uma lágrima volta a
cair para derreter no mar e alcançar a magia do amar.

É assim porque é assim. Existe no mundo outra resposta? Se alguém sabe de uma melhor, que se apresente e diga, estou há anos esperando.

Clarice Lispector
A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Apague com um sorriso, toda a tristeza que lhe invade a alma. Assim não dará os que te odeiam a alegria de te ver chorando, mas dará aos que te amam a alegria de te ver sorrindo.

O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim, esquenta e esfria, aperta e depois afrouxa e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem. O que Deus quer é ver a gente aprendendo a ser capaz de ficar alegre e amar, no meio da tristeza. Todo caminho da gente é resvaloso, mas cair não prejudica demais. A gente levanta, a gente sabe, a gente volta.

Tua boca e teu beijo são assim, feito uma ausência infinita dentro de mim.