Aviao sem Asa Fogueira sem Brasa sou eu assim sem
É por isso que tomo ópio, é um remédio.Sou um convalescente do momento, moro no Rés do chão do pensamento e ver passar a vida faz-me tédio
Não sou uma gaiola para te prender, nem muito menos tenho uma boa tesoura para cortar suas asas, minhas tesouras mal cortam papel. Acredito em liberdade, como também acredito que não são os pés e as mãos livres que a nos dará.
Tenho medo de revelar de quanto preciso e de como sou pobre.
"Graças a Deus, sou uma pessoa que não tem inimigos. Deixa até bater na madeira... não posso dizer que de tal pessoa eu não gosto, posso até não me ralacionar muito com elas, mas não tenho inimigos. Luto para não ter, sou até meio falso às vezes, trato todo mundo bem, sou muito vaselina. Ajo assim deliberadamente. Já tive até quem eu pudesse odiar, mas não entro nessa. É um peso desnecessário. Sou muito egoísta, centrado em mim mesmo, para me incomodar assim com os outros."
Creio que conviver comigo seja como andar de montanha-russa: ao mesmo tempo em que sou previsível, te surpreendo num piscar de olhos.
Ora, não sou linda. Mas quando estou cheia de esperança, então de minha pessoa se irradia algo que talvez se possa chamar de beleza.
Sou muito mais lunar que solar.
Fico me ferindo, mas também dou voltas e penso: não, não é nada disso, sou legal, sou mansinho, sou até bonitinho.
"Sou uma Princesa no alto do meu castelo, não tenho tranças pra jogar, mas tenho e-mail e celular.!"
Sou mais escritora do que vivente, que uma pessoa que vive.
Naquilo que vivi, sou mais escritora do que alguém que vive.
É assim que eu me vejo.
Não sou capaz de amar mulher alguma, o amor da humanidade é uma mentira.
Sou uma árvore que arde com duro prazer. Só uma doçura me possui: a conivência com o mundo.
