Autores desconhecidos
Eu poderia ter dito, mas não disse. Poderia ter ido até você, mas não fui. Vai dizer que fui fraca, que ignorei os sinais óbvios de saudade. Eu sei. Mereço o discurso covarde. Não tive forças para ir adiante. Não tive coragem o bastante de te encarar outra vez e dizer em alto e bom tom que não me importava mais com o que você fazia ou não da sua vida. Eu me importava. E você sabia. Sempre soube. E aposto que contabiliza o tanto que isso custou pra mim. Pode supor as noites em que passei em claro andando de um lado pro outro por não saber se estava bem, por não poder ligar ou quem sabe escrever uma mensagem qualquer só para desejar boa noite. Quantas noites desejei que a lua o abraçasse por mim. Quantas vezes arrisquei discar o seu número e desisti na última hora. Eu poderia ter feito tudo diferente. Poderia ter me jogado na vontade que sentia de tentar, mas todas as vezes que me recordo de nós, percebo o quanto que estava só.
Quando as coisas não fazem mais sentido e nada mais prender você, não tenha medo de trocar o roteiro.
Você só descobre novos caminhos quando muda a direção.
MAR
A brisa do mar
Tocou em meu rosto
Como um carinho teu
E fez meus cabelos voarem
Como pássaros em bandos
Mar
Praia
Onde me sento e medito
Na minha solidão
Que vai para lá do horizonte
Onde não tem medida
Nem peso
Mas que dói
Dentro do peito
Atiro conchas ao mar
Mas ele devolve-me saudades
Que guardo nas lágrimas que não choro
Nem nas palavras que não digo…
A distância é só uma simples dificuldade que tenho em lembrar dos teus olhos e dos teus sorrisos pela manhã.
Segundo a Lei da Gravidade, tudo que vai volta.
Mas de fato, esse tudo está restrito somente em um móvel em relação à Terra e não aos sentimentos, ou as pessoas...
Por Rumos
Através do tempo
Uma palavra,
Um coração,
Um sonho,
Um pensamento.
Através da distância,
Uma mão,
Um abraço,
Um corpo,
Um desejo.
Através dos sentidos,
Uma alma,
Um beijo,
Um querer,
Um desaparecer.
Ah,como é que através de tudo,
A nossa Alma sente a distância,
Mas mesmo assim está presente,
No bem-estar do amor ausente...
(Um dia qualquer)
O dia surge sempre com aquela impressão de que está faltando algo...
Parece faltar nuvens coloridas no céu.
Ou será passarinhos no ar?
Uma linda árvore frondosa
Ou um bem-te-vi a cantar?
Não sei...
Não está lá.
Falta uma gota de orvalho
Um Carvalho!!!
Um guarda chuva enorme no céu
Gotas de mel!
Glítter trazido pelo vento.
Um colorido e enorme cata-vento.
Falta um sol sempre sorrindo
Mas vejo a alegria daquele menino
Brincando sozinho!
Que nem sente...
Que falta alguma coisa lá.
Falta um mar de todinho
Um barco de guloseimas
A flutuar
Por este mar.
No céu
Arco-íris sem chuva
E eu lá...
Bebendo o mar de Canudinho.
Falta uma estrela da noite
Vir morar neste dia
Pense que seria uma alegria
Coisa linda!!
O sol pela estrela se apaixonar.
Nascerão estrelas maiores
Sol menores!!
Céu também teria festa de dia
Não mais apenas choraria...
A chuva cairia quentinha
A gripe nem existiria
Seríamos todos infantis
E o som de todos os clarins
Anunciariam...
Que eu
Eu era feliz...
Não adianta...
Falta!!
Alguma coisa falta
No lado esquerdo da paisagem
Ninguém nota
Mas falta...
Mesmo que tudo o que na imaginação surgisse
criasse
Mesmo aparecendo
Tudo o que uma criança imaginasse
O dia, ainda assim,
alguma coisa ainda faltaria...
Mesmo se eu pudesse escrever nas nuvens
Andar de bicicleta sobre o mar
Cantar, Cantar
Bem alto cantar
E o mundo inteiro poder me ouvir
Mesmo assim...
Mesmo assim.
E se eu pegar carona com o vento?
Dar asas ao meu pensamento?
Fazer exalar a minha imaginação?
Será?
Que deixaria de faltar?
Será que se eu cometesse um delito
Cortar os mapas
Encurtar os trilhos
Será?
Que esta falta acabaria?
Se eu criar uma ponte
Que una as nossas vontades
Os nossos sonhos
As nossas verdades
Sob medida
Cheinha de lindos detalhes...
Ou se eu criar uma linha gigante
Que ligue os nossos horizontes?
E se VOCÊ puder me ajudar?
E se eu te pedir...
Descobri!!!!
O que falta, falta dentro de mim!
Falta um pedaço do meu coração!!!!!
Meu Príncipe
Um cavalo alado
Você ao meu lado
Alegria sem fim!
Assim...
Tudo de Belo existiria
Felicidade não acabaria!
Se você, segurar a minha mão.
Ela tem uma mania de olhar fixamente para céu
É sempre assim quando ele não está...
Talvez seja para não esquecer o infinito que ela encontrou nos olhos dele...
Talvez seja apenas para ter a companhia da lua e das estrelas... E não se sentir tão sozinha.
Talvez ela só precise da presença dele... E nada mais.
Condenada
Por céus! Onde tu estás a entoar teu canto
Onde andas tu que já não te encontro
Escureceu-me os olhos!
Pareço não escutar a décadas a tua voz.
Atroz! Tão atroz me foste tu!
Já Não caibo em minha procura
Meu timbre entoa eterna amargura
Tua ausência me consome, me enclausura!
Foste tolo, descabido, quando desejaste ir...
E me foste tu!
E deixaste a mim!
Partiste e me deixaste perdida, diminuta
Vagando pelo mundo feito espectro imundo
Pálida, desfigurada, desnuda.
Ninguém te amará, como amo a ti
Ninguém será capaz!
Fora eu a condenada a viver assim
Sempre fora de mim, Numa eterna tortura
Pelos sepulcros da vida, vagando...
Sempre, e sempre, e sempre...
A tua procura.
Se ao final de nossas vidas houvesse um minuto dedicado para agradecimentos, eu, sem dúvidas, agradeceria ao tempo. Ele, em uma ação totalmente altruísta, sempre se encarrega de levar consigo as dores da vida, as saudades deixadas e as tristezas sentidas, mais do que isso, ainda nos dá o direito de viver novas alegrias. O tempo vai, gradativamente, nos tornando mais sábios, mais pacientes e aos poucos nos faz entender os porquês da vida.
Obrigada pelas velhas amizades retomadas, mesmo depois dos períodos mais sombrios. Obrigada pelos novos relacionamentos que nos ajudam a perceber o quanto progredimos nessa vida. E o quanto podemos nos aproximar dos outros quando somos nós mesmos. Obrigada por saber que não importa o que os outros digam a gente sempre pode voltar pra casa, sendo ou não a sua casa.
Quando somos jovens, somos tao prepotentes que pensamos que Deus nos aceita de qualquer jeito!
O tempo passa, a idade chega , só ai que corremos em direção a Deus .
adorootempo.
Ano passado, na festa de despedida de uma amiga, ouvia calada e com atenção seu dolorido discurso sobre o quanto ela se preocupava com a decisão de ir embora. Dizia se preocupar com a saudade antecipada da família, com a tristeza em deixar um amor pra trás e com a dor de se afastar dos amigos. Ela iria embora para Londres com tantas incertezas sobre cá e lá, que o intercâmbio mais parecia uma sentença ao exílio.
Dentre dicas e conselhos reconfortantes de outras amigas, lembro-me de interromper a discussão de forma mais fria e prática do que gostaria:
“Quando você estiver dentro daquele avião, olhar pra baixo e ver todas estas dúvidas e desculpas do tamanho de formigas, voltamos a falar. E você vai entrar naquele avião, nem que eu mesma te coloque nele.”
Ela engoliu seco e balançou a cabeça afirmativa.
Penso que na época poderia ter adoçado o conselho. Mas fato é que a minha certeza era irredutível, tudo que ela precisava era perspectiva. Olhar a situação de outro ângulo, de cima, e ver seus dilemas e problemas como quem olha o mundo de um avião. Óbvio, eu não tirei essa experiência da cartola. Eu, como ela, já havia sido a garota atormentada pelas dúvidas de partir, deixando tudo pra trás rumo ao desconhecido. Hoje sei que o medo nada mais era do que fruto da minha (nossa) obsessão em medir ações e ser assertiva. E foi só com o tempo e com as chances que me dei que descobri que não há nada mais libertador e esclarecedor do que o bom e velho tiro no escuro.
Hoje a minha amiga não tem mais dúvida. Celebra a vida que ela criou pra ela mesma lá na terra da rainha, onde eu mesma descobri tanto sobre minha própria realeza. Ironicamente – e também assim como eu – ela aprendeu que é preciso (e vai querer) muitas vezes uma certa distancia do ninho. Aprendeu que nem todo amor arrebatador é amor pra vida inteira. Que os amigos, aqueles de verdade, podem até estar longe, mas nunca distantes. Hoje ela chama o antigo exílio de lar, e adora pegar um avião rumo ao desconhecido. Outras, como eu, e como ela, fizeram o mesmo. Todas entenderam que era preciso ir embora.
É preciso ir embora.
Ir embora é importante para que você entenda que você não é tão importante assim, que a vida segue, com ou sem você por perto. Pessoas nascem, morrem, casam, separam e resolvem os problemas que antes você acreditava só você resolver. É chocante e libertador – ninguém precisa de você pra seguir vivendo. Nem sua mãe, nem seu pai, nem seu ex-patrão, nem sua pegada, nem ninguém. Parece besteira, mas a maioria de nós tem uma noção bem distorcida da importância do próprio umbigo – novidade para quem sofre deste mal: ninguém é insubstituível ou imprescindível. Lide com isso.
É preciso ir embora.
Ir embora é importante para que você veja que você é muito importante sim! Seja por 2 minutos, seja por 2 anos, quem sente sua falta não sente menos ou mais porque você foi embora – apenas sente por mais tempo! O sentimento não muda. Algumas pessoas nunca vão esquecer do seu aniversario, você estando aqui ou na Austrália. Esse papo de “que saudades de você, vamos nos ver uma hora” é politicagem. Quem sente sua falta vai sempre sentir e agir. E não se preocupe, pois o filtro é natural. Vai ter sempre aquele seleto e especial grupo que vai terminar a frase “Que saudade de você…” com “por isso tô te mandando esse áudio”; ou “porque tá tocando a nossa música” ou “então comprei uma passagem” ou ainda “desce agora que tô passando aí”.
Então vá embora. Vá embora do trabalho que te atormenta. Daquela relação que você sabe não vai dar certo. Vá embora “da galera” que está presente quando convém. Vá embora da casa dos teus pais. Do teu país. Da sala. Vá embora. Por minutos, por anos ou pra vida. Se ausente, nem que seja pra encontrar com você mesmo. Quanto voltar – e se voltar – vai ver as coisas de outra perspectiva, lá de cima do avião.
As desculpas e pré-ocupações sempre vão existir. Basta você decidir encarar as mesmas como elas realmente são – do tamanho de formigas.
