Wagner Francioso
As pálpebras cansadas de tanto falar palavras que ninguém quis ouvir. Inchadas depois de horas de longas conversas com o travesseiro vagando dentre a madrugada ao lembrar do repentino esquecimento da manhã. Chorando gotas de euforia assim vagou a noite e ao amanhecer de um dia nublado la estavam as pálpebras cansadas de tanto falar palavras que ninguém quis ouvir.
Pensar na vida, ta ai uma coisa que ninguém mais faz. Dedicamos nosso tempo apenas ao supérfluo, coisas cotidianas. Hoje me deparei com a pergunta, " Você já parou pra pensar na vida?" Dei conta de que penso mais na vida, do que a de fato vivo. Ao contrário das pessoas, egoistas ou não. Me vi perdido, sem resposta nem reação. A vida, você já pensou na vida?.
Falar contigo me faz sorrir, mas não é qualquer sorriso. Sabe aquele sorriso bobo? Então, me faz bem.
A gente sempre erra, sempre cai sempre se machuca. O forte se levanta mas o fraco fica estático, fica ali parado depois de ter sido lançado ao chão, não que seja fácil não que seja simples levantar depois de um grande tombo, depois de um grande escorregão. A vida cheia de obstáculos demasiando a existência e a perseverança do ser, o ser que corroí a si mesmo se iludindo com os atos, os medíocres atos alheios, se cortando com laminas de palavras, palavras cortantes e causadoras de enormes cicatrizes, cicatrizes ás quais enchem o coração de magoa e de desgosto. Cansativo sim viver, amar e lutar -ou talvez não- mas se é de batalhas que se vive a vida, vamos lutar pelo nosso amor .
Confuso mesmo é o tempo. O passado por exemplo, a gente costuma dizer que é o pobre o velho mas na verdade o passado é o novo. O velho é o presente, o agora. Para pra ver as coisas, no passado você era novo e agora ta ai velho. No passado você saia pra rua brincava com seus colegas jogava bola, soltava pipa, brincava de boneca, agora você ta ai na frente de um computador sem tempo pra sair e rir como antes só com preocupações na cabeça, tempo pra estudar, tempo pra trabalhar tempo pra tudo menos pra dar valor ao passado, pra voltar e ver como aquele tempo era bom, como ele era novo. Velho mesmo é o presente cheio de dores e bobagens. Tempo, ta aí uma coisa que sempre me surpreende.
