Tati Bernardi

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Porque era bom e tal. Aliás, meu Deus, como era bom. Mas não era bom pra ficar junto, certo? Então pronto. Chega.

Estou morrendo de vontade de ser eu, mas ser eu só tem me feito perder e perder. E eu quero ganhar. Só dessa vez. Chega. Mas eu quero me dar de bandeja pra você. Mas não. Depois eu demoro semanas pra me levantar porque fui intensa e vivi um dia. Não agüento mais nada disso. Por isso, dessa vez, eu não vou gostar de você. Tchau. Chega de fazer tudo errado. A minha vontade é te ligar, pra contar o quanto gosto de você. E te pedir em namoro. E me declarar. Falar palavras lindas, frases perfeitas, poéticas, sensíveis. Mas não! Eu sou uma mocinha. E mocinhas só se declaram depois de um mês de namoro. Ou depois que o garoto fala que gosta delas. Dessa vez vai ser assim. Chega. E se você não desistir mesmo com todo esse teatro que eu estou fazendo. Vai ser a prova de que eu precisava pra saber que você realmente vale a pena

Só quem arrepia cada centímetro do seu corpo e faz você sentir o sangue bombear num ritmo charmoso, é capaz de estragar o mundo quando parte.

Queira mais, sempre. E nunca pense que está querendo demais. Sinta orgulho de você, almejando sempre.

Disse pra mim. Nenhum pio. Não vou falar nada. Já que sou tão imprópria, inadequada, boba. Já que nunca basto e se tento me excedo. Já que não sei o que deveria ou exagero em querer saber o que não devo. Nunca entendo exatamente, nunca chego lá, nunca sou verdadeiramente aceita pela exigência propositalmente inalcançável. Meu riso incomoda. Meu choro mais ainda. Minha ajuda é pouca. Meu carinho é pena. Meu dengo é cobrança. Minha saudade é prisão. Minha preocupação chatice. Minha insegurança problema meu. Meu amor é demais. Minha agressividade insuportável. Meus elogios causam solidão. Minhas constatações boas matam o amor. As ruins matam o resto todo.

Noel, cara, eu cansei. Só quero que seja natural, simples, fácil e bom. Não quero falar o que meus amigos me mandam falar porque se eu falar o que eu tenho vontade de falar poucos vão ficar. Eu não quero poucos. Eu não quero muitos. Eu quero um. Um amor. Só um.

A gente entende que saudade, além de não se traduzir, também não se cobra. Que presença e importância não se impõe.

Então o quê? Nem eu sei. Mas sei da minha enxaqueca que já dura uma semana. Latejando sem parar. O coração que subiu nos meus ouvidos. Gritando que sente falta e pronto.

Inserida por Rochi

O que eu nunca vou saber é porque faço tudo isso comigo só porque tenho tanto pavor do tédio. Era só isso o que eu precisava saber.

Mas chega, se não houve troca, chega, porque amar sozinho é solitário demais, abandono demais, e você está nessa vida para evoluir, mas não para sofrer.

Tati Bernardi

Nota: Trecho da crônica "A Última".

"Não se digere amor, não se cospe amor, amor é o engasgo que a gente disfarça sorrindo de dor."
"Ter berço e ainda ser bom de cama é muito móvel para um homem só."
"Pense pelo lado positivo. Se ele te quer como step é porque ele pelo menos tem carro."
"O apressado come cru. E o devagar que nem come?"
"Ele escolheu uma mulher que não faz mal a uma mosca. Deve ser por isso que ela não consegue matar meu zumbido dentro da sua cabeça."

Para não sofrer eu vou me drogar de outros, eu vou me entupir de elogios, eu vou cheirar outras intenções. Vou encher minha cara de máscaras para não ser meu lado romântico que tanto precisa de um espaço para existir ridiculamente. Não vou permitir ser ridícula, nem uma lágrima sequer, nem um segundo de olhar perdido no horizonte, nem uma nota triste no meu ouvido. Eu sei o quanto vai ser cansativo correr da dor, o quanto vai ser falso ignorar ela sentada no meu peito. Mas vou correr até minha última esquina. Vou burlar cada desesperada súplica do meu coração para que eu pare e sofra um pouquinho, um pouquinho que seja para passar. Suor frio da corrida, sempre com sorriso duro no rosto e o medo de não ser nada daquilo que você me fez sentir que eu era. Muita maquiagem para esconder os buracos de solidão. Muita roupa bonita para esconder a falta de leveza e de certeza do meu caminho.

Sacudir você e dizer que você é um otário porque está me perdendo dessa maneira. Minha vontade é esquecer você. Apagar você da minha vida. Lembrar de você a cada manhã. Pensar em você para dormir melhor. Então eu percebo: IT’S ME, e minhas vontades são bipolares demais. Só o que não é bipolar demais é a minha ganância por te ter. Sim, eu escolheria você. Se me dessem um último pedido, eu escolheria você. Se a vida acabasse hoje ou daqui a mil anos.

Pote é fácil, quero ver um homem abrir o coração.

Estou numa época que prefiro um bom sapato a um homem mais ou menos. Pelo menos o sapato aumenta minha auto-confiança e eu sei exatamente onde ele irá me machucar. Não estou certa?

Aprende. Aprende. Aprende que dói menos.

Minha beleza está na minha essência e caráter. Acredito em sonhos, não em fantasias. Vou viver, cair, aprender, levantar e seguir em frente.

(...)Me pergunto onde foi parar a única coisa que realmente importa e é de verdade nesta vida: a tal da química. Mas então onde, meu Deus? Onde vou encontrar gente interessante? Até quando vou continuar achando todo mundo idiota demais pra mim e me sentindoo mais idiota de todos? Foi então que eu descobri. Ele está exatamente no mesmo lugar que eu agora, pensando as mesmas coisas, com preguiça de ir nos mesmos lugares furados e ver gente boba, com a mesma dúvida entre arriscar mais uma vez e voltar pra casa vazio ou continuar embaixo do edredom lendo mais algumas páginas do seu mundo perfeito. A verdade é que as pessoas de verdade estão em casa. Não é triste pensar que quanto mais interessante uma pessoa é, menor a chance de você vê-la andando por aí?

Sacudir você e dizer que você é um otário porque está me perdendo dessa maneira... a minha ganância por te ter. Sim, eu escolheria você. Se me dessem um último pedido, eu escolheria você. Se a vida acabasse hoje ou daqui a mil anos.

E você ainda é o homem mais lindo do mundo. No canto da foto dos amigos bêbados, e você é o homem mais lindo do mundo. Com gorro, no meio da confusão do frio. Escondido embaixo de tanta roupa. No fundo do mar. No escuro. De costas naquela festa chata. Meu Deus, como você é lindo. Não sei direito o que é aurora boreal, mas acho que deve ser algo lindo que se formava enquanto você era feito. Não sei direito o que é isso que eu sinto por você. Mas como é maravilhoso fumar você, cheirar você, tomar você, injetar você. Calar a boca. Me pergunta uma daquelas coisas para eu dar uma daquelas respostas que você morre de rir. Me deixa pirar no seu céu da boca escancarado. Você se joga pra trás. E só porque você e o mundo inteiro têm certeza do quanto você é lindo, você faz questão de sempre se largar no mundo. É a liberdade que só tem quem é infinitamente lindo ou infinitamente feio. Eu sou mais ou menos, mas nesse segundo, já que comprei sua beleza, sou a mulher mais linda do mundo. Me deixa ser linda vestindo você. Outro dia me peguei pensando um absurdo que me fez feliz. É triste, mas me fez feliz. Pensei se isso que você faz, de ficar horas comigo depois de ter ficado horas comigo. Se isso é algum tipo de caridade sua. Porque, veja bem. Somos plantas e pássaros diferentes. Eu sou a bonitinha que lê uns livros e vê uns filmes. Você é essa força absoluta e avassaladora que jamais precisará abrir a boca para impor sua vitória. Você coloca aquele moletom cinza com dizeres do surf e eu experimento um guarda-roupas inteiro pra ficar à sua altura. Você é essa força da natureza que deu certo. E como eu não sou mulher de correr da dor, deixo ela entrar aos pouquinhos, esbugalhar meus sentidos, enfraquecer meu orgulho. Quando vejo, estou calada novamente, ouvindo o que você não diz e vendo o que você não faz . Não existe não morrer um pouco quando você chega

"...me restou a consideração que você guardou por mim. Sua ligação depois, quando me encontra. Sua mão estendida. Sua lamentação pela vida como ela é. Sua gentileza disfarçada de vergonha por não gostar mais de mim. A maneira que você tem de pedir perdão por ser mais um cara que parte assim que rouba um coração. Você é o mocinho que se desculpa pelo próprio bandido. Finjo que aceito suas considerações mas é apenas pra ter novamente o segundo. Como o segundo do meu nariz na sua nuca quando consigo, por um segundo, te abraçar sem dor. O segundo do seu nome na tela do meu celular. O segundo da sua voz do outro lado como se fosse possível começar tudo de novo e eu charmosa e você me fazendo rir e tudo o que poderia ser. O segundo em que suspiro e digo alô e sinto o cheiro da sua sala. Então aceito a sua enorme consideração pequena, responsável, curta, cortante. Aceito você de longe. Aceito suas costas indo. Aceito o último cacho virando a esquina. O último fio preso no pé da minha cama. Não é que aceito. Quem gosta assim não come migalhas porque é melhor do que nada, come porque as migalhas já constituem o nó que ficou na garganta. Seus pedaços estão colados na gosma entalada de tudo o que acabou em todas as instâncias menos nos meus suspiros. Não se digere amor, não se cospe amor, amor é o engasgo que a gente disfarça sorrindo de dor. Aceito sua consideração de carinho no topo da minha cabeça, seu dedilhar de dedos nos meus ombros, seu tchauzinho do bem partindo para algo que não me leva junto e nunca mais levará, seu beijinho profundo de perdão pela falta de profundidade. Aceito apenas porque toda a lama, toda a raiva, todo o nojo e toda a indignação se calam para ver você passar."

"Prefiro ser perseguida pelo meu desejo, que não tem dia para acabar, do que ser abandonada mais uma vez pelo seu, que dura no máximo uma noite."

“Porque se desse, se eu pudesse, se desse mesmo pra te amar, seria amor e ponto final.”


"'Que cara bonita é essa?
Conta, vai...
Contar o quê? No espelho(...), fecha os olhos e sabe pra si o segredo:
ninguém. Não gostar de ninguém"

"Sempre que fico deprê quero minha cama. Não é a toa que dizem que o fundo do poço tem mola."

Acho normal. Acho perfeitamente normal lembrar com carinho que você sempre dava um jeito de me mandar mensagens em datas festivas. Era como se dissesse, sem dizer “eu sei que já faz tempo, mas ainda amo você”.

"É engraçado como alguém pode partir o seu coração e você ainda amá-lo com todos os pedaços partidos".

"Dói mesmo, eu me apaixono mesmo, sou intensa mesmo, eu me ferro mesmo, às vezes eu ferro as pessoas mesmo.
Tudo é bom, tudo é vazio, tudo é bom de novo. Viver é um absurdo e não dá pra passar por isso tão ileso."

"Quando chega ao ponto de você precisar dizer para um cara que ele é um idiota é porque ele não via a hora que você se tocasse disso."

"Posso dar só meia volta por cima? preguiça."

“Quando eu te vejo minha mão fica tão gelada e meu coração tão quente que eu pareço um petit gateau”.

"Quem tem Iphone não precisa de homem. Sabe caminho, entende de música, sabe a cotação do dólar e ainda vibra."

"Chora não, menina boba. Era só um garotinho igual aos 345 que têm nas lojas. Que modelo você quer agora? Quer o modelo que fala irado, o que fala maior vibe ou o que fala insano? Ah, mãe, queria um que falasse coisas mais inteligentes e profundas, tem desse? Tem, mas custa um pouco mais caro porque é importado de outro planeta. Nada que dez vezes no cartão não resolva."

Tô muito a fim de mim mas vou me ignorar pra não enjoar rápido.

Para toda malícia, tem uma inocência. Para toda chuva, tem um sol. Para toda lágrima, tem um sorriso.

Me sinto esfolada viva pelo mundo. Me sinto enganada por anjos. Me sinto inteira uma enganação. Respiro mentiras. Visto desculpas. Ajo disfarces.


E quem diria. Quem diria. Ontem mesmo, conversando com vários amigos, eles me disseram que eu não mais parecia comigo. Eu pareço eu sim, mas vou ganhando o mundo quando abro algumas brechas da minha prisão. E de brecha, vou me ganhando também. E quase vira o estômago mas sou tomada por uma fome boa que eu nem sei o nome. Talvez acreditar assim, sem medo, em algo descontrolado e de alguma forma justo, seja acreditar em Deus. Durmo em paz. Tudo na hora certa. As coisas são como são.