Rosinha Fiuza.

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A pessoa da foto no canto superior esquerdo do seu vídeo, em cinza, opaca e em baixa resolução, ornando com o tom de tudo aquilo que me define.

Canceriana, um pouco mais de 20 anos, sem renda e na batalha.
Quase filósofa, quase psicóloga, quase formada em administração e quase rica.
Marque verdadeiro para: introvertida, insegura, sarcástica, vingativa e absurdamente crítica.

Fumo, bebo o quanto for necessário e sofro de insônia. Não toco instrumento nenhum, não sei dar estrela nem plantar bananeira muito menos nadar. Digito com dois dedos, catando milhos. Fico ridícula tentando me equilibrar num salto alto, e minhas demais habilidades são, em geral, limitadas.

Engasgo com coco ralado, sempre queimo a língua com bebida quente, sou incapaz de seguir uma dieta e meus traquejos sociais beiram à falência.

Especialista em remoer mágoas antigas, afastar pessoas e colecionar expectativas frustradas.

Posses: uma cachorrinha linda, uns poucos e muito bons amigos e um coração em desuso.

Ambições: alguns quilos a mais, um algo ou alguém a quem me dedicar. E dinheiro, ó-bi-vio.

Gosto de vinho, torta de limão, raspa de brigadeiro, lua cheia, dias nublados, friozinho, filmes de qualquer tipo, conhecer lugares e pessoas, de só olhar, cinema quase vazio, copo quase cheio, me sentir útil, dólar em baixa, edredom de malha, sair sem rumo, joaninhas e borboletas.

Detesto pêlos, cheiro de cigarro (mesmo fumando), dias seguintes, palhaços, papais noéis, olheiras, última página de um bom livro, surpresas, múltipla escolha e nenhuma escolha.

Não acredito em quem não bebe, em atitudes altruístas, em amor de cinema.

Tenho medo de gente boazinha, de palavras erroneamente pronunciadas e acertadamente ouvidas, perdas necessárias, condições irreversíveis, certos pensamentos.

Não gosto de quase nada em mim, exceto minhas costas (não consigo ver defeitos ali) e a memória curta. Mentira. Minha memória é imbatível. E a consciência, her best friend ever.
Se fosse quimicamente manipulada, seria vendida sob rígido controle e embalada com as tradicionais tarjas alertando sobre o perigo da alta dosagem.

Minha timidez, meu jeito de gostar em segredo e ocultar demonstrações de afeto nas entrelinhas são facilmente confundidos com arrogância, frieza ou apatia por aqueles que me conhecem pouco. E, afinal, ainda busco quem são as pessoas que, mesmo cientes de tudo isso, me aceitam assim.