Robson Ruas
Esse seu olhar, transmissor de emoções,
faz-me sonhar e acreditar no que pode vir...
Podem ser ilusórias todas essas sensações,
como é verdadeira toda forma de sentir!
O verso e a canção,
em perfeita sintonia, se entregam
se beijam e se calam! Nunca dizem não...
Até mesmo os acordes rimam!
Palavras apunhalam ferozmente
e deixam cicatrizes irreversíveis
até mesmo no coração de quem as dizem...
O que é dito não tem volta
e a sua felicidade pode estar por um triz!
Baila teus sonhos, inspira poetas
com a alma embalada na ponta dos pés...
Recita teus versos em gestos flutuantes
És tu, bailarina, a musa dos menestréis!
Ardem-se em chamas os sentidos
e numa entrega metafísica tornam-se um...
Essências transbordam em prazeres mútuos
é o desejo da vida quebrando o jejum!
Trago na mão calejada
o grito que a pátria não quis ouvir!
Me calo num silêncio insano,
Há um vontade de estar...
Mas eu prefiro sair!
Ainda assim, acredito no sorriso das flores!
Um abraço aconchegante em si bemol
assim ouvi as estrelas (pensando em ti),
diziam ser você a minha luz e acreditei...
foram os acordes mais lindos que vivi!
Chega a noite e com ela a solidão
e a alma do poeta desprendendo-se do chão
conjuga amor! Os seus versos estão no cio...
Acasalam-se as rimas! É o amor em êxtase!
Quem canta, toca e compõe
traduz-se na mais pura inspiração...
E para qualquer forma de tristeza,
há de vir sempre uma nova canção!
A dor pode ser o momento
mais expressivo em nós!
É através dela que reavaliamos
o que somos e o que fizemos!
Refaçamos a nossa estória
para colhermos um novo desfecho!
É a lei da vida!
Não era ainda o tempo
Não tinha chegado a hora...
Em fração de segundos foi tudo tão real,
mas no peito só a saudade mora!
E agora?
Imerso na solitude ao som das águas,
num mergulho onde os acordes ecoam...
O cenário aconchega e apraz a alma
é uma canção que nasce e em mim deságua!
Olhar o céu... contar estrelas
Instantes lúdicos de ternura...
O corpo leve, a alma solta
e a direção da lua, numa suave aventura!
Viagens, tormentos ou adágios?
E um corpo embarca sem direção
A mente se entrega em vagos presságios...
é uma ida sem volta, sem os pés no chão!
A mente, o espelho dos olhos;
os olhos, espelhos dos fatos;
os fatos, espelhos da vida;
a vida, o reflexo da alma!
Cerdas ressoam na mais perfeita harmonia,
flutuantes partituras ditam o tom do amor
e no coração da noite, a lua em melodia
embala sonhos de um coração sonhador!
Você é o momento
mais especial da minha agenda...
O encontro em "nós" é um cinema mudo
onde tudo acontece sem legenda!
Ao contemplar uma breve tempestade,
um coração machucado tenta decifrar o amor,
não vê resposta, pois na dor há cumplicidade,
entre a tristeza que se foi e a cicatriz que ficou!
Rabisco os meus versos sem pressa,
e quase nunca tenho hora pra chegar...
um dia rimo, no outro, remo
o meu caiaque de ilusões,
é a minha sina nesse oceano navegar!
Na minha casinha de rebôco
abraço a vida, sem medo da solidão
reconstruo a minha estória caipira
contando "causos",
pois sou o cheiro desse chão!
Suave e cristalino era o semblante dela,
no teu jeito terno reinava a mais pura luz...
O teu olhar dispensava flores na janela
Era a ternura, que num vôo de libélula se fez jus!
Aquele momento revelado em preto e branco
foi para nós um pacto sem explicação!
Uma entrega mútua de um amor translúcido
que envolveu saudade e era só paixão!
Foi cintilante e atrevida a atitude dela,
quando deu o ar da graça na avenida e na passarela...
Esnobou os súditos e anfitriões
e foi a dona do pedaço de todos corações!