Patrick Rothfuss

Encontrados 15 pensamentos de Patrick Rothfuss

Portanto, sim, ele tinha suas falhas, mas que importância tem isso, quando se trata de questões do coração? Amamos aquilo que amamos. A razão não entra nisso. Sob muitos aspectos, o amor insensato é o mais verdadeiro. Qualquer um pode amar uma coisa por causa de. É tão fácil quanto pôr um vintém no bolso. Mas amar algo apesar de, conhecer suas falhas e amá-las também, isso é raro, puro e perfeito.

Estradas para locais seguros

A maior faculdade que nossa mente possui é, talvez, a capacidade de lidar com a dor. O pensamento clássico nos ensina sobre as quatro portas da mente, e cada um cruza de acordo com sua necessidade.

Primeiro, existe a porta do sono. O sono nos oferece uma retirada do mundo e de todo o sofrimento que há nele. Marca a passagem do tempo, dando-nos um distanciamento das coisas que nos magoaram. Quando uma pessoa é ferida, é comum ficar inconsciente. Do mesmo modo, quem ouve uma notícia dramática comumente tem uma vertigem ou desfalece. É a maneira de a mente se proteger da dor, cruzando a primeira porta.

Segundo, existe a porta do esquecimento. Algumas feridas são profundas demais para cicatrizar, ou profundas demais para cicatrizar depressa. Além disso, muitas lembranças são simplesmente dolorosas e não há cura alguma a realizar. O provérbio “O tempo cura todas as feridas” é falso. O tempo cura a maioria das feridas. As demais ficam escondidas atrás dessa porta.

Terceiro, existe a porta da loucura. Há momentos em que a mente recebe um golpe tão violento que se esconde atrás da insanidade. Ainda que isso não pareça benéfico, é. Há ocasiões em que a realidade não e nada além do penar, e, para fugir desse penar, a mente precisa deixá-la para trás.

Por último, existe a porta da morte. O último recurso. Nada pode ferir-nos depois de morrermos, ou assim nos disseram.

Patrick Rothfuss
ROTHFUSS, P. O nome do vento. São Paulo: Editora Arqueiro, 2009.

Lembre-se de que há três coisas que todo sábio deve temer: o mar na tormenta, uma noite sem luar e a ira de um homem gentil.

É como se todo mundo contasse uma história sobre si mesmo dentro da própria cabeça. Sempre. O tempo todo. Essa história faz o sujeito ser quem é. Nós nos construímos a partir desta história.

As palavras são sombras pálidas de nomes esquecidos. Possuem poder, tal como os nomes. As palavras conseguem atear chamas nas mentes dos homens. Conseguem extrair lágrimas ao coração mais duro.

São as perguntas que não sabemos responder que mais nos ensinam. Elas nos ensinam a pensar. Se você dá uma resposta a um homem, tudo o que ele ganha é um fato qualquer. Mas, se você lhe der uma pergunta, ele procurará suas próprias respostas.

Quando somos crianças, raramente pensamos no futuro. Esta inocência deixa-nos livres para nos divertirmos como poucos adultos conseguirão. O dia em que nos preocupamos com o futuro é também o dia em que deixamos a infância para trás.

Nós entendemos o quanto uma máscara pode ser perigosa. Todos nos transformamos naquilo que fingimos ser.

As melhores mentiras sobre mim são as que eu falei.

Metade de parecer inteligente tem a ver com ficar de boca fechada nas horas certas.

Você precisa ser um pouco mentiroso para contar uma história da forma certa.

Os ossos se consolidam. O arrependimento fica com a gente para sempre.

Os livros são um substituto precário para a companhia feminina, porém são mais fáceis de achar.

Nós somos mais do que as partes que nos formam.

Sinto muito lhe dizer esta coisa. Você é um homem bom e uma coisa bonita. Mas, mesmo assim, é só um homem. Tudo que você tem para oferecer ao mundo é a sua raiva.⁠

Patrick Rothfuss
O temor do sábio. São Paulo: Arqueiro, 2011.
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