Pascal

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As paixões, quando mandam em nós, são vícios.

Eloquência positiva é aquele que persuade com doçura, não com violência, ou seja, como um rei, não como um tirano.

A nossa natureza consiste em movimento; o repouso completo é a morte.

Quando considero a duração mínima da minha vida, absorvida pela eternidade precedente e seguinte, o espaço diminuto que ocupo, e mesmo o que vejo, abismado na infinita imensidade dos espaços que ignoro e me ignoram, assusto-me e assombro-me de me ver aqui e não lá. Quem me pôs aqui? Por ordem de quem me foram destinados este lugar e este espaço?

Nunca se ama alguém mas somente as qualidades.

Uma gota de amor é mais que um oceano de intelecto.

O homem é feito visivelmente para pensar; é toda a sua dignidade e todo o seu mérito; e todo o seu dever é pensar bem.

O amor não tem idade; está sempre a nascer.

A grandeza do homem está em ele se reconhecer como miserável. Uma árvore não se dá conta da sua miséria.

Quando a paixão nos domina esquecemos o dever.

Todos os homens, sem excepção, procuram ser felizes. Embora por meios diferentes, tendem todos para este fim.

Corremos alegres para o precipício, quando pomos pela frente algo que nos impeça de o ver.

Não sendo possível fazer-se com que aquilo que é justo seja forte, faz-se com que o que é forte seja justo.

A nossa dignidade consiste no pensamento. Procuremos pois pensar bem. Nisto reside o princípio da moral.

Apenas acredito nas histórias cujas testemunhas estivessem dispostas a deixar-se degolar.

As alegrias passageiras encobrem os males eternos que elas próprias causam.

Tudo o que é incompreensível, nem por isso deixa de existir.

Pensar faz a grandeza do homem.

Não podendo fazer que se fosse obrigado a obedecer à justiça, fizeram que fosse justo obedecer à força.

A verdadeira moral não se preocupa com a moral: quer isto dizer que a moral do juízo não se importa nada com a moral do espírito - que não tem regras.

Agrada-nos repousar em sociedade com os nossos semelhantes: miseráveis como nós, impotentes como nós, eles não nos ajudarão; morreremos sozinhos.

Somos tão presunçosos que desejaríamos ser conhecidos em todo o mundo... E tão vaidosos que a estima de cinco ou seis pessoas que nos rodeiam nos alegra e nos satisfaz.

A razão, por mais que grite, não pode negar que a imaginação estabeleceu no homem uma segunda natureza.

A arte de persuadir consiste tanto mais em agradar do que em convencer, quanto os homens se guiam mais pelo capricho do que pela razão.

Duas coisas instruem o homem, qualquer que seja a sua natureza: o instinto e a experiência.