Paiva
Violência doméstica ensina duas coisas aos filhos: ser agressivo ou aceitar a agressão. Se houver terceira, será viver na defensiva.
possui um arco o poeta
mas não possui pontaria
nem sempre que lança a seta
ele acerta onde queria
Às vezes às lança à esmo
e só acerta a si mesmo
quando lê sua sextilha
diz:¨meu Deus,que maravilha!¨
Quando acerta onde queria
aí sim,ganhou o dia
todo poema tem por alvo
o coração de uma maria
A saudade é uma dor que perdura
é ter sede e a água estar impura
é mosca na fruta madura
é espinho que a carne fura
a saudade é um remédio que não cura
é solidão na noite escura
é tormenta que se atura
é uma mancha na pintura
é um lamento,uma amargura
um sofrimento,é uma agrura
é simplesmente dor pura
que atormenta e que tortura
tão distante quanto o monte
que se perde no horizonte
presente no vapor
aonde o céu encontra o mar
o vento que carrega
a nuvem do seu pensamento
que vive no momento
mais distante que lembrar
lembrar que é tão florido
seu passado colorido
saber que é menos triste
recordar erro recente
que o tempo de vitórias
que não vão jamais voltar
do tempo tão contente
quando não tinha correntes
capazes de impedir
o seu desejo de voar
voar pro seu futuro
preso no seu quarto escuro
cercado pelo muro
que você fez levantar
vem nevoeiro,tudo abarca
apaga marcas,parcas lembranças
anuviadas,de cegas vistas
pistas deixadas varrendo rastros
mastros sumidos da vista ao longe
que não guardaram lembranças minhas
agora eu olho para o Sol
para imprimir a sua imagem
como a atestar sua passagem
e lá se vão as alcatéias
que dominaram tantas vidas
além das que abreviaram
fechei meus olhos,já me deixaram
termina sonho,começa vida
está num ponto em que é dividida
onde começa a eternidade
também terminam as ilusões
sou figurante em meu próprio sonho
ao qual sonhei por vontade alheia
testemunhando algo sem tamanho
sob meus pés não existe areia
não há mais mundo,não há mais nada
só o julgamento de um crime antigo
não ganho nada,sequer castigo
agora eu olho para o Sol
para imprimir a sua imagem
como a atestar sua passagem
Às vezes, me dá a louca. Faço coisas que jamais imaginei fazer. Me arriscar em uma tempestade com um guarda-chuvas, que atrai raios, para escrever sobre as senseções que a chuva me causa, é apenas uma dessas coisas.
Não. Não mesmo.
A última coisa que eu estaria é bem.
Na verdade, a última coisa que eu estaria seria morto, mas como esse estado é tecnicamente impossível para o meu ser (ou não), prefiro dizer somente que não estou bem.
Ó céu, derrame a chuva sobre o meu ser completamente despenteado nesse dia cinza de primavera.
Estamos mesmo na primavera, não é?
Eu cheguei ao cúmulo de achar que essa máscara era impecavelmente forte e real. Enganei-me.
A fortaleza que eu demorei meses pra contruir foi derrubada no segundo em que você sorriu pra mim. Tudo fez sentido naquele exato segundo. Percebi que não havia o “nós”, e que, por mais perfeito que fosse seu olhar, não era como eu desejei. Faltava saudade, malícia; faltava um plural naquilo.
Mas eu fui até forte, acredita? Contive-me e não derramei nenhuma lágrima. Aliás, não derramei nenhuma lágrima que você pudesse ver.
Eu estava gritando desesperado por algo que meu lado racional sabia não ser possível no momento: nós, juntos, de novo.
Resolvi fugir de casa para sempre amém.
Acordei e pus a mochila nas costas. Dentro dela, uma lata de ervilhas, uma maçã e um livro. Destino? Não.
Nada importa agora; nem pessoas, nem casa e nem comida. Serei anti social até o pôr do sol. Sei caminhar até o portão de casa. Depois disso, a estrada é completamente desconhecida.
Na cozinha, encontrei minha mãe.
- Vou fugir de casa para sempre – disse.
- Quando voltar toque a campainha, meu filho.
No caminho até a porta, perguntei-me qual parte do “para sempre” ela não compreendera. Passei do portão, enfim. A chuva começou. Com ela, os trovões. Com eles, meu medo.
Virei-me e hesitei por exatos três segundos em apertar a campainha. Meu lado racional insistia em não fazê-lo, mas como sempre foi vencido pela emoção. Ouvi o barulho do portão sendo destravado e corri imediatamente para os braços de minha mãe.
- Eu estava fugindo para a Terra do Nunca, mãe.
E que a vida seja melhor a cada dia que passa. Que Deus abençoe ainda mais nossas vidas. Que a alegria, a saúde e a paz se multipliquem.
O amor mais bonito é o de Deus
pois me faz conviver com a sua beleza
mesmo em fartos campos de guerra
me conduz em paz pelos cantos da Terra.
SEGREDO
Existe um bloqueio em mim,
Sinto que algo impede,
Sinto que nao devo,
Sinto que é segredo,
Pertence somente a mim...
Sempre expressei meus sentimentos,
Deixei ir muito mais além,
Não temi,
Não me acovardei,
Fui forte,
Persistente...
Mas há algo diferente,
Aqui dentro do meu ser,
Pedi silêncio,
Obriga a se fazer nulo nos escritos,
Fecha-se como ostra,
Derruba minha fortaleza,
Deixa-me momentaneamente perdida.
O saara é mais que reflexo,
Um deserto teima em dominar.
Eu quero mas não consigo expor,
Esse sentimento ainda sem nome,
Cercado de incógnita,
Mas bravo,
Como um destemido "Urso Selvagem"...
É nesse mundo silvestre,
Que vive meu personagem atual,
Surgiu do nada,
Aproximou-se obscuro,
Permanece firme.
Mostra-me um valor não conhecido,
Habita-me como algo de brio,
Pedi-me sem falar pra ficar,
Basta um olhar,
E eu... Não encontro forças para recursar.
TEMOR A FELICIDADE
Aprendi a viver com a tristeza,
Aceitar a dor,
Vencer as dificuldades,
Suportar a solidão,
Sair da escuridão...
Registrei os fatos como alicerce,
Amadureci nas experiências da vida,
Só não encontrei o rumo,
Para conviver com a felicidade,
Sinto-me menina,
Sinto-me frágil.
Quero receber como mérito,
Mas me perco nesse mistério,
Choro, não nego...
Vejo-me num beco sem saída,
Estranha vida...
Quero gritar,
Quero pedir socorro...
Estenda a mão por favor,
Salve-me do pavor,
Não me deixe só,
Não me deixe sentir sua ausência,
Isto me torna pequena,
Necessito da certeza,
Dias, horas, semanas,
É mais do que eu possa suportar,
Então não vá,
Diga que está aqui,
Mostre-me seu amor,
Lute comigo,
Corra perigo,
Enfrente o mundo se for preciso,
Seja o último,o único, o infinito.
Nesse desespero entendo o meu medo,
É você meu segredo,
Que quebra meu rochedo,
Em pequenas partículas,
Dando nome a felicidade.
AMO BEIJAR VOCÊ...
E em poucas palavras meu coração dispara,
Como uma melodia nunca esquecida,
Torna-se infinito tudo que foi dito,
Envolve de luz a minha escura saudade...
E como menina regresso no sonho,
Agarro com medo pra não partir,
Será que você ficará comigo?
Não quero esconder,
Prefiro dizer,
Sem temer a verdade,
Sem temer o amanhã...
E o mundo torna-se pequeno,
Porque o querer é enorme,
O calor sobe,
O sangue corre,
E os olhos fecham.
Deito-me pra te encontrar,
Imagino seu abraço,
O peso do teu corpo,o cheiro e o suor,
A pele que brilha na beleza da idade,
E sem perceber ela me dar vida.
Se você ama meu beijo,
Isto é mais que um desejo,
Porque o amor não vem só,
Ele trás com ele muito mais,
A força de um gigante,
O poder do imperador
E o infinito de várias vidas.
A solidão pode ser vista de vários ângulos, inclusive de um ângulo singular, indicando que existe o belo onde sozinho podemos está.
LEITO DE AMOR
Que noite!
Que momento inexplicável...
Não esperava tanto,
Fecho os olhos e revivo cada instante,
Seu cheiro, seu calor,
Seus olhos puro valor.
Seus braços a me agasalhar,
Não consigo desligar,
Tento evitar, não dar.
Toque suave das mãos,
Fazendo aumentar a respiração,
O sangue corre,
Estou metida em confusão,
Senti que algo diferente fluiu...
Finjo não ver.
Movimento as asas e começo a voar,
Permito a liberdade me abraçar,
Não quero temor.
Seu desejo de ser livre me faz regressar,
Realidade paira no ar,
Quero voltar, quero seu aconchego,
Beijos e mais beijos,
Mistérios desvendar.
Chama-me, pede para ficar,
Diga que sou sua,
Pode abarcar, mandar, dominar...
E se foi um sonho,
Por favor.
Não me abandone,
Deixe-me dormir,
É lá que vou descobrir,
O caminho de retornar.
Mais dia, menos dia
Numa hora escrever prosa
era tudo que eu queria
de maneira religiosa
comparar-te à cor da rosa
pois por rosas você ria
eu tive essa garantia
noutra hora escrever versos
conversar sobre o universo
olhando pro céu você escolheria
qual estrela eu te daria
e então poderia escolher
você quer que eu vá buscar
ou nós vamos morar lá?
de tanto que pode escolher
escolheu ficar distante
se pedisse um diamante
escondido na mais alta montanha
minha vontade era tamanha
até lá eu te carregaria
montada num elefante
a vida seguiu adiante
e eu estou só na noite fria
olhando pro céu e pensando
na estrela que te daria
meu Deus, quando imaginaria
que ainda penso em você
hoje em dia
enquanto escrevo poesia.