Nilma Marques Coelho

Sinto à falta, não de alguém, mas de você " meu gostar -
apaixonado,"para trocar confidências, carinhos, segredos...
Aquela afinidade e cumplicidade que havia entre nós. Sau-
dades!

À lucuna na minha vida se tornou tangível.

Não posso acariciar sua voz, apenas ouvi-la, e sentir tu-
do o que ela me provoca, e isto para mim, é muito pouco, --
preciso de muito mais.

Ouço determinadas músicas, que amo, aquelas onde me acho
e me encaixo. Tudo termina em lágrimas pungentes, saudosas,
doloridas...

Sensibilidade, fragilidade, estes sentimentos não se di
videm com ninguém.

Desde que tomei consciência de mim, procuro por algo, in-
defínivel, inexplicável, inatingível, mas o que é? Tenho --
que descobrir.

Vivo à procura, meu coração carrega este vazio, quero preencher, mas não sei como, portanto, continuarei...

Gosto da solidão, mas há uma diferença: uma é por opção,
à outra, é por não ter encontrado ninguém.

Dia dos namorados, agentes desencadeadores tocou em vá-
rias cicatrizes que marcam o meu coração, abrindo aquela que não estava totalmente fechada, portanto, sensível e -
dolorida ao toque, provocando esta nostalgia e melancolia.
Onde está você, " meu gostar apaixonado?

O bom senso, ou ao que desconheço? O que?

À inteligência ou a limitação aparente?

Quando me entrego? Nem por um segundo somente?

Você povoa totalmente meus pensamentos, que já não sei
quem pensa, você ou eu.

Meu amor, faz parte dos sonhos, desde à infância até
hoje.

Sonho demais acordada, que já nem sei dintinguí-lo da rea-
lidade. Estarei enloquecendo?

Família composta por pessoa que amamos e nos amam. Seja
qual o momento, estarão prontos para atender a um chamado-
nosso, presente à cada lágrima que caí, preparados para -
enxugá-las, e cada instante feliz, pois proporciona alegria a todos.
Isto é ser família. União.

Me sinto mais emotiva quando sou assolada por estes sen-
mentos ambíguos, esta procura incessante.

É canstivo e desgastante viver à procura de algo que não
se sabe definir, nomear, apenas vivê-la.

Penso em desistir, não mais perseguir o meu intento.

Esta interrogação cravada na minha alma como diamante
bruto, desde sempre. Preciso encontrá-lo, desinterrá-lo
lapidá-lo, tornando-a à jóia tão buscada.
Aí sim, o meu desejo ardente, minha ânsia chegará ao-
fim, será amainada. Mas até lá...

Abrir mão de uma possível realização, da serenidade do
meu espírito, da satisfação plena de haver conseguido --
respostas às minhas indagações. Não, seria desistir dos sentimentos, do sopro que anima o meu corpo e me dá for-
ças. À esperança que me faz caminhar e seguir.
Enfim, desistir de mim. Não posso, jamais.

O Sol apesar de frio nesta época, outono, se torna mais
brilhante, reflete toda sua luminosidade e disposição.

Sol, seus raios aquecem como os abraços de mãe, cada ser,
cada cantinho onde consegue se infiltrar, em cada pequenina
brecha sem distinção. Entra sem pedir licença, mas precisa?

Não sei como e nem quando, de que forma, pode ser que
demore ou não, mas nos encontraremos.

Talvez para você, " meu gostar apaixonado " seja sufi-
ciente, mas para mim, este amor significa tudo.