Nenê Altro
Então, escalei tanques em Pequim e, ainda assim, não pude ver se você estava ali na multidão. Li todos versos de Brecht e não encontrei mensagens ou recados para fugir outra vez ao quarto onde o Grande Irmão não pode nos ouvir e nada mais importa, só você aqui, enquanto a primavera arde por toda Paris.
Então, esquece tudo e vem, que a vida é assim e, se a gente deixar de viver, não vai dar tempo de sorrir.
Para que dois mundos experimentem a divindade do encaixe e da partilha através do Amor é necessário, antes de tudo, que sejam dois mundos, plenos, independentes e radiantes. Quando não condicionado pela posse, pela propriedade ou pelo pudor, o Amor entra na emancipação do sagrado querer, do desejar e respeitar, e realmente pode nos levar para longe, onde o resto, verdadeiramente, não importa.
No peito grita minh'alma, que transborda quando canto. Entrego-me visceral, sem amarras, à partilha. Meus amores, meus prantos, meus calores, meus encantos. Errante, meu coração é aberto, queima e não cicatriza.