Nedss
Não posso simplesmente lhe dizer que sou contraditória aos outros.
Não sou. Apenas gosto de sentir as sensações de modos diferentes. E me embriagar nas mesmas de diferentes formas.
Se eu, acreditasse nas palavras mais puras que um dia me envolveram, não teria a personalidade existente de hoje. Seria totalmente perdida neste mundão. E provavelmente, abalada de ilusão.
Me iluda de seu jeito. Que seja do melhor deles. Mas saiba, que se meu coração esquecer, minha consciência guardará.
Costumo fingir que esqueci. Para alguns minto. Digo que não me recordo ou que perdoei. Mas a dor, o desprezo, o ódio, sentimentos tão puros e envolventes da raça humana não me faltam. Eles se acumulam. Crescem. Ficam fortes. Mas não aparecem. As pessoas não costumam perceber. Mas cada vez que deixam meus sentimentos mais aguçados, alguma mudança ocorre. Seja ela de maneira física ou psicológica, não importa. Sei que acontecem.
Um dia me perguntaram tão sutilmente, algum que me fez pensar...E como. Fizeram-me uma pergunta referente ao meu futuro. Nela pedia para eu falar comigo, porém comigo a quarenta e cinco anos para frente. Pensei, e então respondi, de uma maneira vaga e clara. Disse para eu, eu mesma. De que nossas consciências são tão distintas que mal consigo comentar sobre. Falei que nossas crenças, ideologias, e dentre outros artigos envolventes, são alterados. Mas por que são? Pessoas mudam. Adquirem experiência, evoluem. Se um dia sou feliz, em outro posso ser triste. E nisso, só o destino consegue nos revelar.
Prefiro livros do que pessoas. Livros são inteligentes, e me proporcionam algum do qual me orgulho;sabedoria, conhecimento, de modo geral, luz. Pessoas são arrogantes, e de maioria, fingem se importar. Se você sumir, não altera de quase nada. Livros me proporciona viagens imaginárias, sentimentos inexistentes, vidas não vividas. Já pessoas...Não consigo descrever. São...Bom, pessoas. De seus modos.
Meu coração arde só de te ver. Meus ouvidos se surdam só de te ouvir. Minha boca se cala só de te beijar, e para piorar, meu corpo paralisa só de te tocar.
Cale-se! Cansei de lhe ouvir. Cansei de achar que de alguma forma poderia mudar. Não ligo mais para nada. Você faz parte do passado, admito, uma das lembranças mais bonitas. Mas, vagas, e esquecidas. Não faço questão de ter uma história com você, já percebi. Foi tudo em vão.
Consigo ver estes olhos confusos me observar. Eles me olham atenciosos e prestes a dar o "bote". Querem devorar meus sentimentos em uma "garfada". Para quem sabe, um dia me chamarem de camarada.
A tristeza me agarra todos os dias. Meus choros, nas escondidas. As lágrimas escorrem pedindo perdão. Perdão por um mundo de solidão. Meu medo e fobia, atingem qualquer contato. Por mais que solitária, tenho um ótimo faro. Farejo falsos. Não sei distância-los, pois por mais que negativos, eles me fazem felizes.
[Sobre o verso; O verso representa, um mundo de solidão, onde as amizades são praticamente nulas, pela insegurança, e incapacidade de se relacionar. Os únicos amigos que o personagem descreve, são falsos. E dentre ter falsos ou viver na solidão mais aprofundada do que o próprio vive, ele prefere tê-los. ]
