Millôr Fernandes

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Eu também não sou um homem livre. Mas muito poucos estiveram tão perto.

Nunca ninguém perdeu dinheiro apostando na desonestidade.

Brasil, condenado à esperança.

Brasil; um filme pornô com trilha de Bossa Nova.

Sabemos que VOCÊ, aí de cima, não tem mais como evitar o nascimento e a morte. Mas não pode, pelo menos, melhorar um pouco o intervalo?

Quando os eruditos descobriram a língua, ela já estava completamente pronta pelo povo. Os eruditos tiveram apenas que proibir o povo de falar errado

Deus é realmente um ser superior. Não há nada nem parecido no Governo Federal

Inserida por cauech

Prudência: E devemos sempre deixar bem claro que nenhum de nós, brasileiros, é contra o roubo. Somos apenas contra ser roubados

Feliz é o que você percebe que era, muito tempo depois

Nem só comer e coçar é questão de começar. Viver também.

Inserida por cauech

Fábula O Rei dos Animais

Saiu o leão a fazer sua pesquisa estatística, para verificar se ainda era o Rei das Selvas. Os tempos tinham mudado muito, as condições do progresso alterado a psicologia e os métodos de combate das feras, as relações de respeito entre os animais já não eram as mesmas, de modo que seria bom indagar. Não que restasse ao Leão qualquer dúvida quanto à sua realeza. Mas assegurar-se é uma das constantes do espírito humano, e, por extensão, do espírito animal. Ouvir da boca dos outros a consagração do nosso valor, saber o sabido, quando ele nos é favorável, eis um prazer dos deuses. Assim o Leão encontrou o Macaco e perguntou: "Hei, você aí, macaco - quem é o rei dos animais?" O Macaco, surpreendido pelo rugir indagatório, deu um salto de pavor e, quando respondeu, já estava no mais alto galho da mais alta árvore da floresta: "Claro que é você, Leão, claro que é você!".

Satisfeito, o Leão continuou pela floresta e perguntou ao papagaio: "Currupaco, papagaio. Quem é, segundo seu conceito, o Senhor da Floresta, não é o Leão?" E como aos papagaios não é dado o dom de improvisar, mas apenas o de repetir, lá repetiu o papagaio: "Currupaco... não é o Leão? Não é o Leão? Currupaco, não é o Leão?".

Cheio de si, prosseguiu o Leão pela floresta em busca de novas afirmações de sua personalidade. Encontrou a coruja e perguntou: "Coruja, não sou eu o maioral da mata?" "Sim, és tu", disse a coruja. Mas disse de sábia, não de crente. E lá se foi o Leão, mais firme no passo, mais alto de cabeça. Encontrou o tigre. "Tigre, - disse em voz de estentor - eu sou o rei da floresta. Certo?" O tigre rugiu, hesitou, tentou não responder, mas sentiu o barulho do olhar do Leão fixo em si, e disse, rugindo contrafeito: "Sim". E rugiu ainda mais mal humorado e já arrependido, quando o leão se afastou.

Três quilômetros adiante, numa grande clareira, o Leão encontrou o elefante. Perguntou: "Elefante, quem manda na floresta, quem é Rei, Imperador, Presidente da República, dono e senhor de árvores e de seres, dentro da mata?" O elefante pegou-o pela tromba, deu três voltas com ele pelo ar, atirou-o contra o tronco de uma árvore e desapareceu floresta adentro. O Leão caiu no chão, tonto e ensanguentado, levantou-se lambendo uma das patas, e murmurou: "Que diabo, só porque não sabia a resposta não era preciso ficar tão zangado".

MORAL DA HISTÓRIA

Cada um tira dos acontecimentos a conclusão que bem entende.

A história nos ensina que não importa quão forte ou poderoso a gente é, sempre pode existir alguém mais forte ou poderoso do que a gente. Além disso, não devemos acreditar em tudo o que as pessoas dizem sobre nós, pois algumas vezes elas podem querer nos agradar ou nos enganar.

É importante ser humilde e saber nossas próprias qualidades e limitações. O Leão da história achava que era o rei da floresta e perguntou para os outros animais se ele era mesmo. Todos disseram que sim, mas quando ele perguntou para o elefante, que era muito forte, o elefante ficou bravo e jogou o Leão longe. Então, o Leão descobriu que nem sempre as coisas são como a gente pensa, e que é importante respeitar os outros animais e saber que todos têm seus próprios talentos e habilidades.

Millôr Fernandes
Fábulas Fabulosas (1964, pág. 23)

A Viúva

Quando a amiga lhe apresentou o garotinho lindo dizendo que era seu filho mais novo, ela não pôde resistir e exclamou: " Mas como, seu marido não morreu há cinco anos?" "Sim, é verdade" — respondeu então a outra, cheia daquela compreensão, sabedoria e calor que fazem os seres humanos — "mas eu não".

MORAL: Não morre a passarada quando morre um pássaro.

Millôr Fernandes
Fábulas Fabulosas (1964 - página 125)

Meu destino não passa pelo poder, pela religião, por qualquer uma dessas entidades idiotas. Meu script é original, fui eu quem fiz. Por isso, não morro no fim!

Quem se curva diante dos opressores mostra o traseiro para os oprimidos

O homem é um animal inviável

Às vezes você está discutindo com um imbecil… e ele também.

Nunca tantos deveram tanto a tão porcos

Inserida por cauech

Está bem que você acredite em Deus. Mas vai armado.

Não existe pensador católico. Não existe pensador marxista. Existe pensador. Preso a nada.

Antigamente os animais falavam. Hoje escrevem.

Só depois que a tecnologia inventou o telefone, o telégrafo, a televisão, a internet, foi que se descobriu que o problema de comunicação mais sério era o de perto.

A televisão é uma maravilha tequinológica (sic) que levou ao extremo o barateamento da popularidade.

Inserida por cauech

Três coisas que derrotam os computadores: estrelas no céu, grão de areia na praia, idiotas no mundo.

Morrer é uma coisa que se deve deixar sempre pra depois

A Justiça é cega, sua balança desregulada e sua espada sem fio.