Michelle Trevisani

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Eu te escolhi por causa dos olhos.
Não, por causa da boca...
Não, não - já sei - foi o sorriso.

Mas daí paro e penso: mesmo de olhos fechados,
numa cara amarrada e de bico, te acho linda.

Acho que me apaixonei mesmo foi pela sua inconsistência.
Esse seu poder de ser e deixar de ser tão rápido.
- não cai na rotina. Fico o dia todo te desvendando...

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Ele deitou devagar no travesseiro, suspirou fundo.
Olhava para o teto, imaginando estrelas.
Elas ficavam tão próximas quando fechava apertado os olhos,
e então os abria novamente, e os fechava... até pegar no sono.
Abraçava devagar os sonhos e dormia.

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O relógio tocou – naquela mesma hora, mas eu não queria levantar.
Naquela hora de todas as manhãs – eu fazia o seu café, mas não sem antes de afagar demoradamente o seu cabelo. Observava suas sardas – espalhadas, coloriam suas bochechas e seu sono era sempre tão sereno!

O relógio tocou – naquela mesma hora, mas eu não queria levantar.
Sabia que haveria um travesseiro vazio onde era o seu lugar.

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A gente corre atrás,
A gente tomba, cambaleia, se lasca,
Entorta uma lágrima, tropeça – e se tem pedra, a gente cai.
– mas amigo, se no teu Deus põe tua vida – bota um curativo nessa dor e vai.

Ele te cobre com cobertor quente, não te deixa doente - confia e seja contente
– troca essa lágrima por riso, na raiva dá um confisco e tem fé, pois amigo,
amor de Deus não trai.

É uma substância nova. Meu corpo está tão dependente que lateja na falta. É um gosto peculiar – algo como nuvem do céu. Explode como estrela: perfura e faz cócegas nos cantos da boca.

- uma substância única, que de longe sinto o cheiro quando se aproxima: você esbarrando desastrado nos cômodos da casa.

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Um momento de dor, uma doença, falta de grana... já foram muitas as situações em minha vida que pareciam sem saída. Mas a gente sempre dá um jeito - dribla o azar, tenta novos meios - de uma coisa eu tenho certeza: nunca saio perdendo!

Eu disse 'oi'.
Ele disse 'oi'.

- epa... um beijo.
depois um desejo. Um desejo de não mais acordar.

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'Não estou acostumada a sair assim, com quem não conheço'. Falei apressada. Ele girou o pé na areia, fazendo um círculo meio torto. 'Sobra tanta incerteza... parece que ás vezes me perco nesse abismo de tentar ou não tentar. Mas quer saber? Não vi olhos mais sinceros que os seus nessa praia. Acho que dá pra arriscar...' Ele sorrio acanhado, e tocou de leve minha mão. Ele percebeu que havia me deixado arrepiada com um só toque, mas foi discreto. 'Esse vento do fim de tarde te dá frio?' e me puxou para perto num abraço que mesmo desconhecido tinha o poder de me proteger contra tudo. Algumas pessoas simplesmente nasceram para se tornarem nossas. Quando nos acham, se encaixam – é só ir testando nos abraços: logo um te faz presa num laço, te faz esquecer o mundo.

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Tô acostumada a ficar muda diante da tristeza. Ela já se adaptou tanto que não chora, não faz alarde, não tenta dialogar comigo. Ás vezes faz cócegas nos meus olhos, mas em vão. Disse a ela certo dia: 'Deixa de ser boba e fica quieta aí no seu canto, tristeza idiota. Ficar te mostrando para os outros só causa transtorno'. Muito sentimento pouca razão. Prefiro engolir o choro.

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...é tanta alma para tão pouco espaço. Meu corpo muitas vezes faz descaso e não suporta essa minha vontade acelerada de viver.

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… mas uma coisa boa, boa mesmo seria ter agora um pouco mais de atitude. Atitude para mudar de vida, abandonar os velhos costumes já enferrujados de tanto se repetirem e sorrir um pouco mais. Esses dias cinzentos já passaram da hora de terminar.

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Uma dose de Tequila. Vodka, Whisky.
Um som bem alto.
- faço de tudo para calar os sentimentos. E se não se calam, pelo menos os deixo bêbados. Dói menos. Dificil é o porre, no dia seguinte. Sentimento de porre, seguido de uma pontada aguda no coração intermitente.

Bom eram os lábios.
Carnudos, precisos. Me embalavam a boca, como se fizesse dela um bombom. A ponta da minha língua já hipnotizada, já não sabia outro sabor, ao não ser o daquela boca. E não importava: o tempo, a hora, onde, quando... importava os olhos que sorriam, quando enfim ele me largava e me olhava fundo. Penetrava a alma. Como aquele cafajeste me enrolava! E como eu adorava ser enrolada por ele.

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'… mas é feriado amanhã' – ele gritou.
Não importava. Eu não queria mais estar com ele. Queria minha liberdade, minha vontade de viver que com ele eu perdera. 'É sim, - respondi – é feriado. Dia de finados. Finge que morri'. Virei as costas. Defunto enterrado. Sem chorôrô. Sem lágrimas. Joguei algumas flores. É que gosto de flores.

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Ás vezes preciso desse bate papo com o coração. Ás vezes preciso escutá-lo mais, ao invés de apenas fingir que tô prestando atenção. Ele entra no meu quarto, se acomoda na cama, coloca em cheque minhas escolhas. Aponta, aponta, faz anotações e esclarece: 'menina, vê se cresce e ama com mais razão'. Ás vezes ouço, ouço com clareza. Ás vezes coloco o fone no ouvido e grito: 'dessa vez NÃO'.

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É muito coração pra pouco espaço. É muito descaso com o amor. Tão grande, tão vasto... guardado num pequenino espaço, deixando de fora pernas, braços e mãos. Quero um coração maior. Um coração tamanho XG, um coração sem calos, sem amaçados, um coração novo.

Fui acumulando algumas cicatrizes ao viver. Fui cobrindo as feridas com um pouco de lamento, bem pouco. Muitas vezes deixava o riso solto e incumbia a ele a tarefa de absorver as dores. E o riso não me deixou na mão. Fez curativos tão precisos que em certos lugares nem marca ficou. Só as mais profundas, estas não tem jeito. Doem vez ou outra, mas é para que talvez eu me lembre de não cometer de novo os mesmos erros.

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Não tinha asas, mas era anjo, só podia ser. Cambaleava meio estrambelhado de uma ponta do meu coração a outra e iluminava minh'alma. Quando ele me tocava eu disparava luz própria. Era como ter constantemente alguém a me dizer o quanto eu significava. O quanto eu era importante...

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Tem trave que insiste em ser cisco. Tem homem que se diz isto e aquilo, mas meu bem, não me vem com esse monte de mentiras, que tenho armadura contra máscaras.

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Quando a alma entristece, eu escrevo. Fica mais fácil contar para o papel os meus lamentos. Ele lê paciente, não dá palpite. Uma ótima válvula de escape. Um ótimo ouvinte. Pena que não me consola. Há se papel abraçasse!...

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A gente já testa um pouco de morte quando vive. Viver tem suas dores, suas lágrimas, suas mortes. Morre um sorriso aqui, um amor ali... um sonho. E vamos aprendendo que as vontades passam. E que adiar é preciso. Problema é quando vai se adiando demais. Quando se morre mais do que se vive. Quando se esquece de sorrir para chorar... quando se esquece de novamente amar, agarrando-se a alguma desilusão do passado. Quando a gente se esquece de abraçar porque o e-mail se tornou mais prático. Quando o 'eu te amo' é substituído pelo 'tanto faz'. É preciso cuidado com a morte que carcome os sentimentos.

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Não temo ser frágil. Ás vezes um pouco de lágrima faz com que eu consiga as coisas mais depressa. É que homem detesta ver mulher chorando. Por isso, quando vejo que corro o risco já jogo um cisco no olho e pisco, pisco, pisco. E ganho de novo. Meninas, aprendam comigo: levem sempre um cisco no bolso.

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...eu chegava sempre atrasada. Não era para chatear, juro. É que eu gostava de fazer suspense. Porém na maioria das vezes, era mais para dar tempo de me recompor. Me recompor da falta de juízo e estar inteira, seja lá para o que for.

Quando dei por mim ele já havia soltado minhas mãos e falava apressadamente. Ajeitou o cabelo diversas vezes, e contraiu os lábios. Colocou as mãos nos bolsos e empurrou para frente os ombros, num gesto que eu já admirei tantas vezes. E mesmo se despedindo era sexy. As lágrimas que me cortavam eram doces e fechavam meus lábios. 'Eu volto, prometo', disse ele num último aceno. Eu sorri tentando sufocar a saudade que já me abraçava, e soprei um beijo. Fiquei a olhar, até que ele entrasse no avião.

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Ele estava na minha coleção. É um dos 10+, o livro que ninguém pode deixar de ler, a música das paradas, a cor da moda, ele é aquele desconto irresistível... ele é tanta coisa boa, que não sei mesmo se existe. Ele é aquele doce açucarado que não enjoa, que não sai da boca... aquele doce que nos arrepia à toa.

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