Marijo

201 - 225 do total de 556 pensamentos de Marijo

Colinho de pai
segurança
aconchego
na pele
no coração
na lembrança
é para sempre
nunca sai...

Férias.
A casa da avó vira escola, floresta, praia, shopping, escritório, salão de beleza, castelo para as princesinhas.
A avó fica encantada com a criatividade da netinha.

Sessentona
É preciso humildade para aceitar as pelancas, rugas, olheiras profundas e amar esta cara que vai se tornando quase desconhecida.
E me encara sempre que olho no espelho...

Um relacionamento a dois, é como o vinho. Precisa ser maturado em ambiente adequado e temperatura favorável.
Se não for assim, azeda...

Minha família é rica na diversidade das mães, cada qual com seu gênero, cor, idade, ideologia, pensamento.
Mães de gestação, mães de coração, tias mães, mães tias, mães pais, pais mães, mães filhas e filhos, filhas e filhos que se tornaram mães das mães…
Mães presentes de corpo e alma. Almas de mães presentes, eternamente.
Mães pacientes, santas, briguentas, ciumentas, estressadas, amorosas, preocupadas, dedicadas, descoladas, puritanas.
Mães acima de tudo humanas.

Desejos
Que a coragem continue tua companheira.
Que a esperança impulsione teus passos.
Que a fé acompanhe tuas aspirações.
Que a alegria seja teu suporte.

A história é uma Fábrica de Tecidos
Houve um tempo em Baldim
que muita moça bonita
com seu vestido de chita
e charmoso chapelão,
com orgulho e alegria
se sentava na carroceria
de um velho caminhão
e ia para São Vicente
fiar algodão.
Ah! Que tempo “bão”!

Quando meu pai se foi passei a compreender melhor o valor do tempo.
Pena que já não dava mais tempo.

E de repente, quando o tempo quer nos tornar velhos, nascem os netos e nosso coração renasce criança.

E vovó vira brinquedo
nas mãos da netinha
selfies registram momentos
pra quando vovó estiver sozinha.

Manhã de domingo
é carinho
almoço em família
colo de avó
pena que cada semana
tenha um domingo só.

Meu mundo nos olhos da menina
sem nenhum segredo
seu brilho me fascina
compartilhando alegrias e medo.

Dez anos, dez dias, dez segundos...
A saudade não entende a contagem do tempo.
O tempo da saudade é o infinito.

Meus sobrinhos acostumados a tecnologias atuais, param boquiabertos diante da antiga máquina de escrever, lembrança que guardo do meu pai.
- Tia, o que é isto?
- O equipamento que usávamos para escrever, antes do computador.
- Como assim...
Coloco uma folha de papel e começo a digitar.
- Uau! Que irado! Nela a gente pode digitar e imprimir ao mesmo tempo!
Exclamam, maravilhados.
Penso! Que pena os adultos perderem a inocência onisciente, do olhar da criança.

Tarsila vê a lagoa.
Ela que nasceu no mar
e só conhecia o horizonte
sem fim
diante da lagoa limitada
curiosa pergunta
porque prenderam o mar assim?

Sempre mudo algo no dia a dia.
A rotina
o tempo
cansa
adoece
leva nossa beleza e juventude...

Revendo ditados
Um elefante incomoda muita gente.
Um elefante que sempre dá a volta por cima incomoda muito mais.

A saudade é traiçoeira
brinca com a alma da gente.
Faz a ausência de quem amamos
se tornar a cada dia mais presente…

Tempo de espera

Barriga de mãe... redondinha
como um mundo em miniatura.
Carrega uma linda menininha,
que já desperta um mundão de ternura.

Meus junhos, antigamente...
Milho assado
sapecado nas brasas da fogueira
ou no borralho do fogão
besuntados por meu avô
com manteiga caseira
cheiro de quentão e canjica
saudade que emociona e fica!

As fotos se refletem nos nossos olhos de formas diferentes.
Algumas trazem um sabor, um aroma, um sentido...
Muitas que parecem perfeitas, coloridas, nítidas, são imagens imperfeitas.
Outras parecem imperfeitas, amareladas pelo tempo, transformadas pelos anos, mas tão perfeitas!
Fotos que se refletem de forma tão humana.
Têm mãos que nos sacodem e pés que nos transportam, como se fossem asas.
Respiram, têm coração e lágrimas...
Têm a pele arrepiada pela emoção de refletir o que está para chegar...
Ou o que já partiu.
Imagens da esperança ou a da saudade.
Infinitas.
Eternizada em nossos olhos!

Finados...
Imagino uma escada na porta do céu.
Com um corrimão invisível, feito de sonhos e saudades.
A escada beira as nuvens e seus degraus são formados por rabiscos coloridos feitos por mãos de crianças, cheiro de comida, de roupa lavada e sons de canções que vem de um rádio antigo.
Os degraus levam até a um portal feito de amor.
Neste portal, onde o hoje é ontem e o ontem é hoje, dois anjos velam.
Cada um ocupa o tempo de vigília a sua maneira...Felizes!
Um quadro impressionista, como uma tela de Monet.
Impressões de um encontro que um dia sei que acontecerá…

Verão caminhando para outono.
Não vejo folhas caindo.
Vejo botões desabrochando.
Esperança?

Minhas crianças
Paro no tempo olhando fotos e escuto. O som da voz de minhas crianças alcança meu inconsciente desfazendo o passar dos anos. Me tornam de novo jovem e aliviam meus medos próprios de quem está próximo da melhor idade. Tenho filhos que me adotaram e que me amam, simplesmente. Não existe viagem inadiável no tempo que transforma crianças em adultos. Mas, existe a viagem ao que já foi…
E, para a mãe que sou destas crianças de ontem ou de hoje, não há acontecimento mais incrível do que o momento em que posso abraçá-las, nas lembranças de ontem, ou na realidade do hoje, já adultos.

Irmãos são mais que amigos ou companheiros.
São muitas vezes nosso leme, nossas asas, ou freio, rede que permite descanso, mesa farta, festa alegria....
Ô saudade!