Mariana Penides
Auto resgate
No silêncio, ouço meu coração —
aflito, sedento,
por respostas que não se explicam,
e se dissolvem na introspecção.
A sombra que me acompanha
esconde uma parte ferida,
como uma criança contrariada
por vontades não atendidas.
O despertar não vem em paz,
vem no grito sutil
da força que pede socorro,
dentro de mim, no mais frágil fio.
Agora é tempo de resgate,
de me estender a própria mão,
acolher minha dor calada
e renascer da solidão.
Estar presente no subconsciente de alguém é uma realidade frequentemente ignorada. Muitas vezes, não temos consciência do quanto somos valorizados por pessoas que mal conhecemos ou por aquelas com quem não temos intimidade. Cada um de nós carrega um universo interior repleto de pensamentos e sentimentos que, sem perceber, direcionamos a outras pessoas. Embora não haja uma fórmula mágica para desvendar o que os outros sentem por nós, existem aqueles que, por algum motivo, conseguem se conectar conosco. Essa conexão traz uma mensagem do universo que devemos ouvir sempre com muita atenção.
Depois da tempestade
Estava em silêncio, descalça e sem defesas, perdida no mundo que construí para suportar o que não entendia. Demorei a enxergar, mas quando a sombra se projetou sobre mim, não tive mais como fingir. Me afastei com o pouco de força que ainda restava. No meio do vendaval que quase me arrancou de mim, vi o que era real. Quando já não havia mais nada entre eu e a verdade, você atravessou meu caminho. Foi no meio da rotina esquecida, entre dias vazios, que eu permiti. E mesmo com as defesas erguidas, mesmo atrás dos meus óculos cansados, eu via você. E você, de alguma forma, também me via. O tempo, sempre implacável, passou. E depois do silêncio, vieram palavras que atravessaram os muros que eu pensava serem intransponíveis. Você se abriu, e eu vi a sua essência nua, crua, sem filtros, imperfeita e humana. Eu amei você, não pelo que imaginei, mas exatamente por aquilo que nunca tive. Amei a sua verdade e a minha coragem de sentir. Hoje, em meio à ruína e à saudade, é por essa essência que eu espero. Mesmo que a tempestade leve tudo, ainda estarei aqui.
Casar é declarar ao mundo que o amor encontrou morada. É plantar, diante de Deus e das testemunhas, a semente de um ‘nós’ eterno. É transformar afeto em aliança, cuidado em pacto, e sonho em compromisso. Oficializar o matrimônio é coroar o amor com propósito — é dizer: ‘te escolho todos os dias, na luz do altar e na rotina do lar’.