marea
Quando eu o vi entrando por aquela porta quase transbordei de felicidade. Mas alguém se aproximou dele e... ops! Eu sabia que ia dar tudo errado, pois já haviam contado que estou gostando dele mas, de novo! Corri logo para de baixo da mesa, na tentativa de passar batido, mas logo fui entregada.
Aonde colocar a cara? A vergonha, a timidez, a baixa auto estima.
E como esses muitos pensamentos em poucos de segundos, ele rapidamente provoca: ''Oi!'' -Com aquele sorriso de lado, deixando escapar uma leve risada irônica.
Fiquei vermelha no mesmo instante e, não sabendo o que fazer, voltei logo a manter a cabeça baixa.
Foi horrível ter fugido de algo que eu tanto queria, ter me escondido de alguém que há tanto tempo eu procurava (mais uma vez).
Não vou mentir que cansa se apaixonar pela mesma pessoa constantimente mas, de uma certa forma, é como se ainda fosse a primeira vez.
Eu nunca o esqueci totalmente. Uma vez ou outra, alguma ideia sempre o lembrava, não possibilitando-o deixar minha cabeça de vez. O resquício de faísca era mais forte que muito incêndio, tendo sobrevivido a intensas tempestades de lágrimas.
Penso que poderia sobreviver simplesmente com as memórias que tenho de quando estávamos juntos, assistindo numerosas vezes a mesma cena como uma criança assiste o mesmo desenho velho todos os dias, revivendo no interior no meu eu e, com a felicidade tomando conta do meu ser, deixar um singelo sorriso transbordar.
