Marcela Bernardes

Não sei qual é meu ponto de partida, nem onde será minha chegada. Viajo além do horizonte que meus olhos alcançam, mas sempre tenho que voltar para a realidade que por ora é minha morada.

Das manifestações da vida desconhecemos seus motivos e algumas vezes encontramos o que não procurávamos. Tudo provém de uma causa, ou senão, sem causa aparente eis que surge o inusitado... E é dessa singularidade que nasce algo jamais experimentado, capaz de nos lançar muito além do que esperávamos e assim descobrir que não existem fronteiras, tampouco impossibilidades.

Lastimo-me muito de nunca poder viver plenamente os sonhos que tive. Surgiam pelo acaso, surpreendia-me por seus encantos, ostentava-os com ternura, mas jamais pude alimentá-los por muito tempo, nem cheguei a realizá-los... Todos com vida breve. Talvez por não conseguir antes ter me livrado de meus medos!

Descobri que para amar alguém não é necessário desfrutar de sua presença, tampouco ter tido essa oportunidade. Amamos igualmente na ocasião de nunca nos termos encontrado, simplesmente por ocasião da ventura de nos conhecermos, apesar do infortúnio da distância.