Malbersu

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⁠Mulher na sua requintada linha de conhecimento recorda detalhes do tentador e proibido engrenar da natureza. Mãe, filha, desobrigada, espontânea, precisa da urgência para descansar, nega todo resumo, nunca é mera coincidência, convidada engana os cálculos de subserviência, engana preferências, descarta as múltiplas insistências de ajustes e rótulos, disfarça barulhentas polêmicas com um cobiçado sorriso, recupera em todo conflito uma versão sábia e animada de si mesma, mantém o sorriso para repetir que a boca tem mais do que as palavras para dizer o que pretende dizer

Inserida por mauricio_silva_1

⁠Fazendo contas dos caminhos
das rugas
das coisas perdidas
das rusgas
das apostas
do que já não me lembro
de quando saí ganhando
do muito que perdi
dos sonhos
das noites repetidas
dos dias vagos
passei horas fazendo contas
depois de tudo que deu errado
do tempo impondo gravidade
do desespero clamando por suavidade
das hegemônicas fragilidades
das minhas formalidades ultrajadas
das fantasias andrajosas
da poesia movediça
minhas distâncias
gravadas em cada palavra
em cada dissimulação
nesta impiedosa memória
desta existência desfolhada

Inserida por mauricio_silva_1

⁠Mais um, mais outros e outras, centenas, milhares, milhões, Lançado advertências com o corpo e a alma
Com o saber direto da agonia, o saber que chega primeiro pelo vento
Nada mais além do espanto, do medo, desta invisibilidade
Esperando em todos os lugares

Inserida por mauricio_silva_1

⁠Subalternos da segurança, ainda envolvidos na substância viscosa que converte a coragem em avisos de arrependimento, quem decifrará mais este lote de desdém fetichista? Quem está seguro para mudar o mundo terceirizado sem prévio aviso? Quem, ainda em farrapos, inaugura repetidamente o que é mais supérfluo nos piores empregos? Quem decifrará a incendiária vaidade nas numerosas intenções de paz? Numerosa é a fome e a miséria que a gente ignora nos pequenos zeros do soldo mensal. O que tenho a ver com todas estas máscaras inúteis? O que faço com estas esperanças provisórias depois de mais uma derrota? Ninguém escuta a vida como ela é. Triste é alegria de quem não consegue escutar a vida como ela é. Ouve-se em toda parte uma enorme variedade de discursos artesanais sobre o desespero de quem não escuta a vida como ela é.

Inserida por Malbersu0412