Levi Rodrigues
Matamos a nossa espécie todos os dias, através da política e da religião. Não vejo sentido em ser vegetariano enquanto lutamos para sobreviver, em ser vegano em um mundo canibal.
Pela fome e toda a opressão sofrida na infância, por banalizar a maldade através de arrependimentos verdadeiros da adolescência, pela filosofia, ciências e todo o conhecimento que sei do universo, eu, Levi, renego a Deus ou qualquer outra divindade. Desse dia em diante, caminharei sozinho na Terra.
Com toda a miséria do Estado, a opressão causada pela carência de educação dos pais — sustentada por uma sociedade capitalista — torna-se necessário um ser superior para equilibrar a balança. Deus, então, surge como a arma perfeita no coração da injustiça. O Estado vem com a desigualdade; Deus, com a justificativa do mal,e eu com a fúria do criador.
Morrer na ignorância, vivendo em um purgatório, sem a oportunidade de brincar de Deus; eu prefiro a morte.
Ser livre é você chegar a deduções baseando-se apenas no que os olhos veem. Se tubarões vivem 300 anos e existem lulas imortais, é questão de tempo para virarmos deuses.
Eu vim pra esse mundo sozinho, com um único objetivo: compartilhar minhas descobertas, para que outros não comecem do zero. Cheguei a um ponto em que consigo tocar os planos das mãos invisíveis que regem a humanidade — mãos que anestesiam as pessoas, para que elas se confortem com a morte, enquanto a busca deles pelo elixir da vida não para, com uma legião de escravos sendo usada para que cheguem ao mesmo.
As divindades são construídas para colocar mundos injustos para dormir. Mas sempre haverá aqueles que buscam justiça em nome de Deus — tá aí a fábrica dos monstros.
Antes de abrir meu coração, vou entender o que está me modificando; e, se os fatos forem conclusivos, aceitarei de boa fé.
As pessoas julgam mal o que não entendem. Eu sou mais humilde que qualquer cristão. O que me define é o que faço quando não tem ninguém olhando. Eu não consigo ser falso. Eu não tenho interesse material. Eu me sacrifico se for uma causa nobre. E mesmo assim eu tenho que me esconder, porque vi a fábrica de monstros que a religião e o Estado criaram.
Eu não tenho raiva de quem é temente a Deus; sinto pena. Com a mente fechada e o progresso limitado, são como cavalos que só enxergam o que está à frente. Quando falarmos em implantar chips para facilitar a vida, vão dizer que é coisa do anticristo. Só vão acordar quando a verdade estiver escancarada e uma catástrofe atingir o planeta — enquanto religião e políticos se refugiam em bunkers, perpetuando o mal na Terra.
Eu nunca fui um assassino,
mas máquinas só enxergam zeros e uns.
O Estado me deu fome, tristeza, dor e opressão.
Aí depois veio Deus, e me deu justiça, esperança e real mudança.
Então, armado até os dentes, fui fazer os desejos do Senhor.
Sem Ele, não haveria permissão pra matar.
Na minha lógica, só tinha que pegar o que era meu por direito,
e buscar o arrependimento — sem machucar ninguém.
Enquanto vocês se submetem a coisas que nem entendem.
E é isso que acontece. Todos os dias. Séculos. Milênios.
A única coisa, neste mundo, que consegue me colocar de joelhos é a magnitude da vida e a inocência de uma criança.
A melhor parte em ser ateu é sentir Deus em tudo que respira; cada passo pode ser o último; cada marca que você deixa atravessa os séculos.
As pessoas falam de deus, mas não sabem quem foram os templários.
Leem a bíblia, mas não sabem o que foi o concílio de niceia. Repetem que jesus é amor, mas não sabem o que foi a Inquisição. Seguem à risca a Palavra, mas não conhecem a reforma protestante.
Ignorância não é falta de estudo, é enxergar o mundo com os olhos dos outros.
Eu nasci no campo de batalha sem ao menos saber o que estava acontecendo.
Mas, com o tempo, percebi que essa guerra é silenciosa.
Ela é travada nas mentes das pessoas —
é uma luta de ideologias, entre a consciência e a ignorância,
o misticismo e a realidade,e a arma mais poderosa é o conhecimento.
Seus pais só te colocaram no mundo. Nem eles, nem ninguém tem o direito de te bater, e a obrigação deles é te mostrar o que é fato no mundo — não um monte de baboseira religiosa.
Se você for se arriscar no crime, descarta a possibilidade de vender droga pros outros. Ou vai mexer com os quilos, ou cai logo pra dentro de um banco. Mas lembra: isso não tem volta. Mais vale um dia duro na rua do que um milhão na cadeia. E a vida não volta — se a perder, não vai ter céu nem segunda chance.
Não vejo a hora de colocar meu plano em prática, se é que já tenho um. Se eu tivesse duas granadas de mão, o Senado e Jesus já tinham virado poeira estelar, pois nenhuma instituição que vê a vida como lixo dura para sempre.
Deve ser triste saber que o deus em que você acreditou a vida inteira faz parte de um grande jogo de manipulação. Mas, pelo menos, você descobriu a farsa antes. E os que morrerão acreditando cegamente em céu e inferno?
A verdade não precisa ser imposta como as religiões fazem, mas ela é sentida em todo ser que respira.
O mundo só terá liberdade quando o último senador for enforcado com as tripas do último padre. Isso está longe de ser vingança, mas uma justa punição.