Leonardo Azevedo
“Antes, o limite praticado era justamente a ausência de limites, pois o objetivo maior era apenas o acúmulo de bens. Hoje, os valores que orientam a relação entre custo e benefício de acumular bens versus preservar o bem-estar nos levam à ponderação.”
“É preciso compreender que o aprendizado contínuo exige menos ego e mais plasticidade, aliada à humildade de reconhecer deficiências e à avidez pela construção de um saber mais sólido e imparcial.”
“O saber se constrói onde o ego se cala, a humildade floresce e o espírito anseia por verdades que não se curvam à vaidade.”
“Aprender continuamente é um exercício de esvaziamento do ego e expansão da consciência, onde a humildade em reconhecer limitações se alia ao desejo de um saber mais íntegro e desapegado.”
“Adormecer as dores aplaca, momentaneamente, o juiz de valores que insiste em julgar os méritos atribuídos a cada uma delas. A sentença pode parecer árdua, às vezes, mas é necessária para a redenção.”
“Cada dor tem seu mérito. E cada alma seu tribunal. Fugir da sentença adia a paz, mas enfrentá-la pode redimir.”
“Silenciar a dor não apaga o julgamento que carregamos. Enfrentar é o caminho mais duro e mais libertador.”
“O sofrimento, a fragilidade e a morte são, para alguns, ferramentas úteis ao desnudamento do ego e à construção da consciência plena.”
“A família, como célula social, reflete as imperfeições individuais, que, ao serem projetadas, moldam a estrutura da sociedade.”
“Em última análise, a verdadeira transcendência pode ser aquela que nos permite crescer e evoluir, mantendo e valorizando nossa humanidade essencial.”
“O otimismo se assemelha à inocência. A realidade nos faz transitar entre o ceticismo e o pessimismo e, mesmo que o resultado seja positivo, negativo ou o esperado, não nutrimos sentimentos exacerbados. A realidade nos solidifica.”
“Ser otimista é natural, mas a realidade nos ensina a equilibrar expectativas. Entre ceticismo e pessimismo, aprendemos a reagir com moderação, tornando-nos mais resilientes.”
“O otimismo pode ser ingênuo. A realidade nos força a ajustar nossas emoções, evitando extremos e fortalecendo nosso caráter.”
“A verdadeira profundidade da alma não está apenas em mergulhar nas sombras ou em resplandecer à luz, mas em abraçar ambos os caminhos como partes essenciais de uma jornada de autoconhecimento e transformação.”
“O verdadeiro autoconhecimento surge quando reconhecemos que tanto as dificuldades quanto as conquistas moldam nossa transformação.”
“Entre sombras e luz, a alma traça sua jornada, encontrando profundidade no abraço de ambos os extremos.”
”Eu sinto a dor do outro, dor que não consigo aliviar, tampouco aplacar. Minhas palavras e minhas ações tornam-se frustradas, pois algumas injúrias são reflexo de um eu adoecido, que se perdeu e precisa internalizar, se compreender, se confrontar, se reencontrar, se curar. Ainda assim, eu sinto. Eu me sento e a aguardo, para que, em sua volta, ela tenha uma referência e um caminho.”
“Às vezes me mantenho de fora, mesmo querendo entrar. Está frio, e por mais que eu deseje me aquecer, o frio não passa. Sinto tristeza, mesmo querendo me alegrar. Há momentos em que me sinto morto por dentro, mesmo desejando reviver. E, no meio disso tudo, me pergunto em silêncio: estou vivendo ou apenas resistindo?”
”Despertar é aprender com a dor, dar a ela um novo significado. Esse é o mérito de quem evolui. No fim, o ego deixa de ser o centro e o eu se dissolve em algo maior, o todo.”
“O silêncio que busco revela ruídos ocultos. A escuridão que me envolve não me cega, apenas prepara o campo para que a luz do pensamento se acenda. Quando cessam a dor, a aflição e a negação, o que resta é um estado de transcendência que me ocupa e me revela.”
“Às vezes me perco em devaneios, pensamentos insólitos, ora benditos, ora macabros. Profundos e por vezes profanos. Há quem os chame de insanidade. Eu os nomeio inquietudes de uma alma indomável.”
”Meus devaneios caminham entre o sagrado e o sombrio, entre o lirismo e o abismo. São ecos da alma que desconhece prisão.”
“O cansaço turva minhas vistas e entorpece meus pensamentos. O discernimento, já afetado, oscila entre o sim e o não, o certo e o errado, o real e o insólito. Repousar, por agora, é o melhor a se fazer. Pois, quando desperto, existe um universo a percorrer.”