Leila Farias
Nas trilhas verdes, onde a luz dança,
A lente captura o instante que avança.
Pássaros no céu, em voo sereno,
E o pôr do sol, com brilho ameno.
Flores, rios e montanhas majestosas,
Natureza em suas formas grandiosas.
Cada clique, um pedaço de eternidade,
Imortaliza a pura simplicidade.
Em meio à beleza, já se faz presente,
Uma assinatura, um selo, um repente.
O logotipo, registro do olhar,
Que ao fotógrafo dá seu justo lugar.
Não é só a imagem, mas quem a molda,
O artista que ao momento dá sua solda.
Cada foto é uma obra genuína,
Honra o olhar que a visão aprimora e destina.
A marca registrada, guardiã do talento,
Protege a visão e o seu intento.
Em cada logo, uma história contada,
Cada foto, uma memória eternizada.
Leila Farias
Eu moro lá.
Sou filha da Mãe d'água,
nascida do recanto mineiro,
criada no cheiro de manga madura,
com o sol costurado na pele.
Lá, o tempo dança diferente,
com ginga de feira e reza de esquina.
É onde a saudade passa o café devagar
e o vento sussurra histórias antigas.
Eu levo no peito um pedaço de céu,
um cheiro de chuva quente na terra,
a risada que brota sem razão,
e o silêncio de quem sente demais.
O mundo me chama —
mas a alma resiste,
fica um tanto presa
nos pés descalços da infância,
na areia que não sai da memória.
Mas quem mora lá sabe:
a gente nunca sai por completo.
O coração fica — pendurado
numa rede qualquer de fim de tarde.
E quando me perguntarem de onde sou, vou dizer com um sorriso que entrega tudo:
"Eu moro lá... sou filha da Mãe d'água."