KIERKEGAARD
O desespero mais comum é não escolhermos ou não podermos ser nós mesmos, mas a forma mais profunda de desespero é escolhermos ser outra pessoa ao invés de nós mesmos."
As pessoas exigem liberdade de expressão para compensar a liberdade de pensamento que usam raramente.
A coisa crucial é encontrar uma verdade que seja verdade para mim, encontrar a ideia pela qual eu esteja disposto a viver e morrer.
É preciso uma coragem puramente humana para renunciar a toda a temporalidade a fim de obter a eternidade.
O maior perigo de todos, o de nos perdermos de nós mesmos, pode ocorrer muito calmamente no mundo, como se não fosse nada. Nenhuma outra perda pode ocorrer tão silenciosamente; qualquer outra perda - um braço, uma perna, cinco dólares, uma esposa, etc - seria certamente notada.
Amar a Deus sem fé é refletir-se sobre si mesmo, mas amar a Deus com fé é refletir-se no próprio Deus.
Frustar alguém no amor é a mais terrível decepção; é uma perda eterna para a qual não há compensação, na vida ou na eternidade.
O homem é uma síntese de infinito e de finito, de temporal e de eterno, de liberdade e de necessidade, é, em suma, uma síntese. Uma síntese é a relação de dois termos. Sob este ponto de vista o eu não existe ainda.
A deceção mais comum é não escolhermos ou não podermos ser nós próprios, mas a forma mais profunda de deceção é escolhermos ser outro antes de nós próprios.
Semelhante àquele cavaleiro, tão falado nas lendas, que subitamente vê uma ave rara e teima em perseguí-la, julgando-se de imediato prestes a atingi-lá. Mas a ave novamente se distancia até o cair da noite. Então o cavaleiro, distante dos seus e perdido na solidão já não sabe o caminho. Assim é o possível do desejo.