Kátila Lima
No fundo somos todos solidão que se funde com apego a fé, pois acreditar é o que nos motiva, alimenta e finda.
E o vento te trouxe para mim…
E os dias foram poucos, mas tão intensos.
Um até breve que nunca se cumpriria.
Cartas foram escritas, palavras que aqueciam o coração.
Sua voz um doce alento ao meu coração infantil.
Uma espera angustiada, uma ameaça silenciosa…
Uma sentença e tudo se desfez…
Cuidei de fora enquanto me destruía por dentro…
A luz aos poucos se apagando e fui me desconstruindo…
Passam dias, meses, anos e você permanece vivo em minhas recordações…
Os dias são sempre cinzentos, como uma punição para minha fraqueza…
Preciso ouvir sua voz mais uma vez, sentir teu perdão ou mesmo teu esquecimento que será minha cura, minha redenção… meu recomeço.
Tive o direito ao amor negado num verão dos anos 90.
Em meu coração juvenil a dureza da imposição me destruiu a alma...
Uma imagem cuidada e um coração em pedaços.
Uma submissão cega a uma penitencia dura e muitas vezes cruel.
Ainda anseio pelo que poderia ter sido, pelo teu olhar, teus beijos e por aquele abraço que sinto nos uniria além da vida... na eternidade.