Biografia de Josué de Castro

Josué de Castro

Josué de Castro (1908-1974) foi um médico, professor e pesquisador brasileiro. Foi um importante estudioso dos diversos problemas ligados ao combate a fome.

Josué de Castro nasceu no Recife, Pernambuco, no dia 5 de setembro de 1908. Estudou no Ginásio Pernambucano. Mudou-se para o Rio de Janeiro. Em 1929 formou-se em Medicina pela Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil, no Rio de Janeiro. De volta ao Recife realizou pesquisas referentes a problemas ligados à alimentação e à habitação, em diversos bairros da capital pernambucana.

Em 1932 publicou “Condições de Vida das Classes Operárias do Recife”. A partir desse mesmo ano, lecionou em universidades do Recife e do Rio de Janeiro. Em 1936 publicou “Alimentação e Raça”. Em 1939, foi convidado pelo governo italiano para realizar conferências em Roma e em Nápoles, sobre “Os Problemas de Aclimatação Humana nos Trópicos”.

Um estudioso em problemas de alimentação e nutrição foi convidado por diversos países para realizar pesquisas nessa área. Em 1946 publicou “Geografia da Fome”. Exerceu vários cargos, nessa área, entre eles, idealizou, organizou e dirigiu o Serviço de Alimentação da Previdência Social, entre 1939 e 1941, foi presidente da Sociedade Brasileira de Alimentação, entre 1942 e 1944, foi presidente do Conselho da Organização para Alimentação das Nações Unidas, entre 1952 e 1956.

Josué de Castro ingressou na política pelo Partido dos Trabalhadores. Foi deputado federal por Pernambuco, entre 1954 e 1962. Foi nomeado Embaixador do Brasil em Genebra, entre 1962 e 1964, quando teve seus direitos cassados em decorrência do golpe militar. Exilado em Paris foi nomeado professor estrangeiro associado ao Centro Universitário Experimental de Vincennes, da Universidade de Paris, de 1968 a 1973. Faleceu em Paris, no dia 24 de setembro de 1974.

Acervo: 12 frases e pensamentos de Josué de Castro.

Frases e Pensamentos de Josué de Castro

O que falta é vontade política para mobilizar recursos a favor dos que têm fome

Metade da humanidade não come; e a outra não dorme, com medo da que não come.

Mas não é agindo apenas sobre o corpo dos indivíduos, degradando-lhes o tamanho, mirrando-lhes as carnes, roendo-lhes as vísceras e abrindo-lhes chagas e buracos na pele, que a fome aniquila o homem. É também atuando sobre seu espírito, sobre sua estrutura mental, sobre sua conduta social.

No estudo da influência da fome sobre o comportamento humano devemos considerar, em separado, a eventualidade da fome aguda das épocas de calamidades e a da fome crônica, latente ou específica.

Nenhuma calamidade é capaz de desagregar, tão profundamente e num sentido tão nocivo, a personalidade humana como a fome, quando atinge os limites da verdadeira inanição. Fustigado pela necessidade imperiosa de comer, o homem esfomeado pode exibir a mais desconcertante conduta mental. Seu comportamento transforma-se como o de qualquer outro animal submetido aos efeitos torturantes da fome(...).

A fome é a expressão biológica de males sociológicos.

O "progresso social" não se exprime apenas pelo volume da renda global ou pela renda média per capita, que é uma abstração estatística.