Jean Rostand

26 - 45 do total de 45 pensamentos de Jean Rostand

Há na tolerância um grau que confina com a injúria.

Aqueles que falam das alegrias do amor, por certo, nunca amaram. Amar um ser é senti-lo necessário, portanto, sentirmo-nos nós próprios numa incessante precariedade.

Nunca a verdade ajuda a sofrer menos.

A morfina foi inventada para que os médicos durmam tranquilos.

Um dos riscos de escrever máximas é que nos colocamos na condição de sermos citados.

O casamento simplifica a vida e complica o dia.

O homem abafa no homem.

Ser-se adulto é estar sozinho.

Aguardar até saber o bastante para agir com toda a luz é condenar-se à imaturidade.

É raro que estejamos completamente inocentes dos nossos sofrimentos.

Não se envelhece enquanto buscamos.

Um bom casamento seria aquele em que esqueceríamos, de dia que somos amantes e de noite que somos esposos.

O homem não é velho enquanto está buscando alguma coisa.

Para abrir um novo caminho, é preciso ser capaz de se perder.

Beijo é um segredo que se diz na boca.

Refletir é desordenar pensamentos.

Sempre que dois corpos se entrelaçam eroticamente, há sempre uma terceira presença: a sociedade

"É mais fácil preparar os homens para a morte que ajudá-los a viver o dia a dia."

Inserida por Crobalv

A espécie humana há de passar como passaram os dinossauros e os estegocéfalos. Pouco a pouco, a pequena estrela que nos serve de sol perderá o seu poder iluminador e aquecedor... Terá, nessa altura, cessado toda a vida sobre a Terra, que continuará, como astro caduco, o seu voltear sem fim nos espaços sem limites... E então, de toda a civilização humana ou sobre-humana – descobertas, filosofias, ideais, religiões -, nada subsistirá. Não restará mesmo, de nós, o que resta hoje do homem de Neandertal, do qual, pelo menos, alguns ‘despojos’ encontraram asilo nos museus do seu sucessor. Será anulada, para sempre, neste recanto do Universo, a aventura grotesca do protoplasma. Aventura que, talvez, se renove noutros mundos, sempre sustentada pelas mesmas ilusões, criadoras dos mesmos tormentos, sempre igualmente absurda, igualmente vã e igualmente condenada, desde o princípio, à frustração final e à treva infinita...
Jean Rostand, in Pensamentos de um biólogo

Passamos nosso tempo a invejar quem não queríamos ser.