J. Arthur Henrique P. F. R.
Eu achava que tudo que eu queria era algo muito diferente de te olhar fixamente, sem não poder fazer nada, me distrair no seu olhar, esquecer de tudo e te beijar. Mas era só isso mesmo.
E depois de muito tempo, por fim percebia-se que dentro daquelas circunstâncias, uma força maior regia. Eu, sendo apenas eu e, você, roxo de tentar, não se atentou e junto a mim escreveu tua história. Ainda ali pensei comigo nas razões de ter chegado naquele lugar e foi quando uma voz me veio à mente: almas mortais, apresento-lhes um novo ciclo de vida.
Sua decepção foi simplesmente uma expectativa muito grande de algo que certamente estava fora de seu alcance, devido a uma projeção da qual ele mesmo havia criado. Mas sem se culpar, pois não se flerta com deuses. Todos sabem disso. O tiro saiu pela culatra. O que já era de se esperar. Mas não se engane. Quando um corpo entra no mar, o mar também experiencia o corpo.
Dormindo -
A escuridão de uma longa estrada
Onde apenas o eco do bater das asas de Um louva-a-deus me acompanha
A lua se arroja pelas nuvens e manda um sinal
Quando, assim,
Numa sucção em vórtex
Ao ritmo de Chopin
Eu voltava a realidade;
Acordado -
O reflexo do sol sobre a água atrai minha atenção
Me disparo
E mergulho até o fundo do mar
Direto nos seus lábios,
Onde me encontro com a paz
