Isabelle Anchieta

Encontrados 15 pensamentos de Isabelle Anchieta

É preciso, contra todas as condições adversas, encontrar uma reconciliação consigo que nos reabilita para que possamos nos amar, mesmo que um pouquinho, eis a condição necessária para dar esse passo além, onde todos parariam.

"Há certos vazios, em certos momentos da vida, que são constitutivos do que somos..."

Inserida por Fatima1407

Acontece algo cíclico: sabemos que temos de agir, mas não temos mais energias para agir e quanto mais tomamos consciência da nossa responsabilidade nesse processo, menos fazemos para mudá-lo.

A vida vai ficando distante, como a banda... e sabemos que se não estamos na banda, não estamos na vida...

Inserida por Fatima1407

Nós, como “estrangeiros-locais”, somos aqueles que podem fazer com que os que ficaram vejam as belezas e singularidades que também só a comparação com outros lugares pode oferecer,

Inserida por Fatima1407

O que preferir: A mediocridade e aceitação do outro ou o sucesso e a solidão? A companhia ou sua realização pessoal?

Inserida por Fatima1407

Por isso, quero afirmar: se você acredita no que faz, insista.
Não quero que essa frase recaia em um otimismo ingênuo e fácil. Porque sei que, entre esse passo adiante e a frustração que o antecede, há o silêncio no meio. A angústia e a terrível sensação de que estamos condenados a nossa própria mediocridade. Perdemos a força, a vontade, indiferentes ao frio e ao calor, a beleza ou a feiúra, o sem sentido, o cinismo, o niilismo fatigado. Entre o desânimo e o ânimo que faz esse passo existir, há a confusão de sentimentos e a revolta com os nossos limites. Há a sensação de que o outro é muito superior a nós, inalcançável. Há a cobrança de porque não fiz isso, não falei aquilo, estudei aquela outra coisa? Há sempre entre a perda de seu valor e esse passo um enorme abismo onde nos metemos. E, de onde é muito difícil arrumar energias para sair. Como essa energia surge? Não sei, mas ela surge como uma pequena chama de fé “sem religião” que consegue aquecer nossa alma por inteiro. Parte de uma pequena ação que nos “realma” aos poucos e definitivamente. E nos faz ter a paciência de catar os retalhos que sobraram de nós, de costurar esse remendo que nos tornamos depois de perdemos nosso valor próprio.

O amor é em si mesmo. Não precisa de provas e de desempenhos para nascer. Ele simplesmente está. É intruso, íntimo, próximo dos nossos defeitos. Mas, indiferente as nossas sombras ele nos ilumina, por essa mesma razão. Ele acalma os nossos fantasmas porque os conhece, os ama! O amor ama. Integralmente. Totalmente, porque sabe do nosso pior. No amor a incoerência não é loucura. O vazio existe e é acolhido. Há sempre mais uma chance na generosidade de que é feita a sua matéria. Ele sabe que erramos, mesmo quando não queríamos errar. E, ao tornar o nosso pior conhecido e amado ele deixa de ser o pior aos nossos olhos. Passamos a nos amar igualmente. Grandes em nossa pequenez.

Inserida por Fatima1407

Esse hiato. O intervalo, em que temos a impressão que a vida parou nesse ponto. Congelada: entre o sonho e a desilusão, oscilamos no terreno do nosso imaginário. Construímos e desfazemos o caminho. E, sem certezas, nos exaurimos no movimento circular, sem saída, dos nossos pensamentos, já cansados de ficcionalizar algo que nos escapa.

É preciso buscar, atravessar. Isso é o que nos preenche dos mais sublimes sentimentos e contradições. É nesse lugar do trapézio, nesse meio entre o céu e a terra, onde se encontra o sentido da vida. Esta aposta em atravessar a corda bamba entre os seus riscos sempre presentes de mover-se rumo ao fracasso ou ao sucesso. Nesse ponto, lembrei-me de dois trapezistas. Um de Kafka e outro de Nietzsche. Eles traduzem duas posturas que podemos tomar diante da consciência da falta de finalidade da vida. Um: a angustia niilista. O outro: a aposta na vida, no risco que ela implica, mesmo que sem uma finalidade acabada, eis o seu significado mais profundo...

Inserida por Fatima1407

Diz o senso comum: ser jovem é bom, pois não há responsabilidades, contas a pagar e decisões a tomar. Bobagem. Isso também significa não ter as rédeas da vida, ser conduzido, acomodar-se enquanto o outro dirige. Há quem goste dessa posição, há quem perpetue esse suposto lugar cômodo de passageiro. Adultos infantilizados. Mulheres dependentes. Homens morando com suas mães. Filhos eternamente mimados. Povos que adoram seus ditadores.

Me perguntaram: mas não há nada na sua infância que tenha saudade? A primeira coisa que veio a minha cabeça foi andar a cavalo na fazenda, mas logo pensei: ainda ando a cavalo; melhor, galopo, tomei as rédeas e não mais estou na garupa dos meus pais. A sensação é de mais risco, claro, mas também de mais vida, da minha vida ali, mesmo que em risco. E é preciso assumir os riscos para assumir sua vida. Disso eu sei.

Como é bom ser adulta...

Inserida por Fatima1407

Essa é a trágica dinâmica da vida: entre o sonho e a desilusão, entre o planejamento e o imprevisto, entre a vontade do espírito e a força da natureza.

Inserida por Fatima1407

Observem como a ruína produz uma sensação de paz...Uma espécie de “harmonia misteriosa” que torna tudo mais belo, mais sentido, ou se preferirem, mais humano. Ao fim, o homem é uma ruína. Pois nele também está a natureza, e com ela a sua luta e sua reconciliação. Porque “o que constitui a sedução da ruína é que nela uma obra humana é afinal percebida como um produto da natureza” (Simmel)

Inserida por Fatima1407

As pessoas não querem trocar, querem apenas transmitir, unilateralmente, os seus desejos esperando que o outro se encaixe neles. Enunciam aos quatro ventos o que esperam de “uma mulher”, de “um homem”. Quanta bobagem! (se me permitem o desabafo). São essas abstrações simplórias - geralmente recheadas de preconceitos e idealizações sobre o que é uma "boa mulher" ou um "bom homem" - que reduzem a diversidade de todos singulares em generalizações unidimensionais, pobres! São pessoas que trazem uma roupa pronta e querem que o outro caiba naquelas medidas. Mas, o outro nunca cabe (e, que bom!). Porque o outro é sempre sem medida. Porque o outro escapa pelo chamado dos seus próprios desejos. Aprisioná-los é a forma mais rápida de matar o amor, a comunicação, o encontro.
Eis aqui uma exigência do amor: a comunicação. No que tem de entrega, troca e respeito ao desejo do outro.

Inserida por Fatima1407

Entusiasmo não é sinônimo de otimismo. Ser otimista é esperar que as coisas dêem certo. Uma espécie de "espera feliz". O entusiasmo não é uma espera, mas uma ação. Ser entusiasmado é comover-se com todas as coisas, ver em todas elas um potencial.Uma espécie de "coragem alegre"

Inserida por Fatima1407