Ingrid Coutinho

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"Naquele dia havia chegado em casa com os sapatos molhados, como os de quem vem chutando as poças que a chuva deixara pelas vias. Tirou do bolso aquele vidrinho do perfume que sempre inspirava para escrever algo bom. Pôs seu cd com músicas doce que alguém apaixonado sempre tem guardado. Então pegou aquela agenda, aquela velha agenda, e junto uma caneta de pouca carga. Logo deitou-se na cama e abraçou seu cobertor. Cada lágrima ia rolando cada vez mais brilhante no rosto, e o choro lavou toda a folha que era reservada para falar um pouco de ti. Naquele dia aquela agenda não teve nenhuma palavra, nenhum refrão, nenhuma frase - ficou apenas molhada. E continuara a sentir-te tão perto. O choro era meu. Ele descontrolou-se, e tu ficaste cuidando de mim, como um pai cuida de sua cria. Só foste embora quando meus olhos te responderam que estava tudo bem.
Mais um dia que apareceste com aquele aroma que invade um olfato sensível - um dia nosso que só eu pude desfrutar."