Gilberto Araújo de Alcântara

Gasta-se a vida inteira tentando descobrir o outro e, ao mesmo tempo, desperdiçando a oportunidade de conhecer a si mesmo.

Quem continuamente reflete sobre seu interior, inevitavelmente, acabará refletindo na vida exterior.

A luz permite percorrer longos caminhos; a névoa, avançar cuidadosamente; a escuridão, parar e refletir.

O otimismo depende do ponto de vista; o realismo, do ponto de partida; o pessimismo já tem seu ponto final.

Não tenha constrangimento de amar, mas de ignorar o amor.

Para explorar novos universos, além de cruzar estrelas, tem que encarar cometas, meteoros, asteroides e buracos negros.

A vida é luta. Você pode ganhá-la com persistência ou a vida pode vencê-lo pela desistência.

O que se fala não se escreve? Há indivíduo que fala, escreve, e não pratica o que prega.

Certas pessoas sujam as mãos pelo dinheiro; muitos rastejam; tantos perdem a cabeça; alguns se ajoelham; outros se curvam; mas, há ainda, quem o conquiste de pé, cabeça levantada e mãos limpas.

Há quem redija a favor dos pobres, mas seus atos não correspondam à escrita.

Para o suicida, a ideia de eternidade é angustiante.

É angustiante ser um universo de amor e não contar sequer com uma estrela para iluminar a escuridão.

É melhor ser como as crianças, as que dizem ter amigos imaginários.

Se me incinerar, ainda restarão as cinzas. Mesmo que as espalhem, ficará um pouco de mim por aí.

Muitos trechos das escrituras, que são feitos de parábolas, mais parecem charadas.

A vida é um mar aberto. Quem sabe nadar aventura-se. Aquele que não sabe fica à margem.

Ao permitir que o pequeno pinte o sete, quando maior, será 171.

Há indivíduo que deixa pétalas de rosas em seus rastros; outros deixam trilhas de espinhos.

Para simular retidão, o dissimulado é o primeiro a arremessar pedras.

Tem gente que é uma pedra no sapato, um pé no saco e pegam no pé; mas não permita que faça a sua cabeça.

Quem redige a obra de sua vida a lápis estará sujeito à borracha dos outros.

No final, a vida não quererá saber se lhe deram flores ou lhe jogaram pedras. Vai querer saber se você as colheu para construir jardins e pavimentar caminhos.

O triunfo cria fanáticos. A derrota seleciona fãs.

Para existir, basta respirar. Para viver, é preciso perder o fôlego.

A chuva que irriga o gramado pode transformá-lo em lama.