Eduardo Januario

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No silêncio da noite quente,
Imagino em minha nuca teus lábios quentes,
A despertar-me de um sono profundo,
Envolvendo-me em carícias ardentes.

E entrego-me inteiro nos seus braços,
Minha sacerdotisa linda e envolvente,
Mas de súbito, acordo, para não profanar,
nossos templos por um ato inconsequente.

Teu olhar

No brilho do teu olhar,
Eu percebo um desejo,
Não quero ser atrevido,
Mas ele me pede um beijo.

Mas ao mesmo tempo que pede,
Retrai-se por não poder,
E logo desvias o olhar,
Para não acontecer.

Disseste-me num destes dias,
Que pelo olhar se penetra n’alma,
Por isso não tenho pressa,
Continuemos com toda calma.

Olhos vivos e brilhantes,
Não sei o que quero dizer,
Olha bem para os meus olhos,
E diz-me o que devo fazer.

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