Douglas Adams

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Os homens sempre se consideraram mais inteligentes que os golfinhos porque conquistaram tanta coisa – a roda, Nova York, as guerras, etc. –, enquanto os golfinhos só sabiam nadar e se divertir. Porém, os golfinhos, por sua vez, sempre se acharam muito mais inteligentes que os homens – exatamente pelos mesmos motivos.

Douglas Adams
Fit The Third (programa de rádio O Guia do Mochileiro das Galáxias), 1978.

No início, o Universo foi criado. Isso irritou profundamente muitas pessoas e, no geral, foi encarado como uma péssima ideia.

Douglas Adams
O restaurante no fim do universo (1980).

O Guia diz que há toda uma arte para voar – respondeu Ford. – Ou melhor, um jeitinho. O jeitinho consiste em aprender como se jogar no chão e errar.

Douglas Adams
A vida, o universo e tudo mais (1982).

O fato de vivermos no fundo de um poço de gravidade profundo, na superfície de um planeta coberto de gás, girando em torno de uma bola de fogo nuclear a 90 milhões de milhas de distância e acharmos isso normal é, obviamente, alguma indicação de quão distorcida nossa perspectiva tende a ser.

Douglas Adams
O salmão da dúvida (2002).

Iria te poupar muito tempo se eu desistisse e enlouquecesse agora?

Douglas Adams
O guia do mochileiro das galáxias (1979).

Um erro comum que as pessoas cometem quando tentam projetar coisas completamente à prova de imbecis é subestimar a ingenuidade dos imbecis completos.

Douglas Adams
Praticamente inofensiva. São Paulo: Arqueiro, 2007.

O tempo é uma ilusão. A hora do almoço é uma ilusão maior ainda.

Douglas Adams
O guia do mochileiro das galáxias (1979).

Você vive e aprende. De qualquer forma, você vive.

Douglas Adams
Praticamente inofensiva (1992).

Prefiro sempre o temor do entendimento ao temor da ignorância.

Douglas Adams
O salmão da dúvida (2002).

A realidade é frequentemente imprecisa.

Douglas Adams
O restaurante no fim do universo (1980).

Há algumas pessoas que você gosta de imediato, algumas que você acha que pode aprender a gostar na plenitude do tempo, e algumas que você simplesmente quer empurrar para longe com uma vara afiada.

Douglas Adams
A longa e sombria hora do chá da alma (1988).

As pessoas imaginam que você se senta em um quarto, faz cara de pensador e escreve grande reflexões. Mas durante a maior parte do tempo você se senta em um quarto com cara de pânico, torcendo para ainda não terem colocado um guarda em frente à sua porta.

Douglas Adams
O salmão da dúvida. São Paulo: Arqueiro, 2014.

A vida é cheia de coisas que comovem ou afetam você de uma forma ou de outra.

Douglas Adams
O salmão da dúvida. São Paulo: Arqueiro, 2014.

Agora, no entanto, recomendaria a qualquer um “nas profundezas da meia-idade a fazer as malas e se mudar para um lugar diferente. Você reinventa sua vida e recomeça do zero. É revigorante”.

Douglas Adams
O salmão da dúvida. São Paulo: Arqueiro, 2014.

Maggie e Trudie

Devo dizer, antes de tudo, que não tenho uma relação estável com cachorro algum. Não posso me responsabilizar por dar comida a um cão, oferecer-lhe um lugar para dormir, cuidar dele, encontrar um canil para deixá-lo quando for viajar, catar suas pulgas ou providenciar que algum de seus órgãos internos seja extirpado quando a presença dele começar a me incomodar. Não sou, em suma, dono de um cachorro.

Por outro lado, tenho uma espécie de relação furtiva e ilícita com uma cadela, ou melhor, com duas cadelas. E, consequentemente, acho que sei um pouco como é ser amante de alguém.

Elas não são minhas vizinhas de porta. Não vivem sequer na mesma… bem, eu ia dizer rua para provocar um pouco você, mas vamos deixar de enrolação. Elas vivem em Santa Fé, no Novo México, que é um excelente lugar para um cachorro, ou para qualquer pessoa, viver. Se você nunca visitou ou passou algum tempo lá, deixe-me dizer o seguinte: você é um completo idiota. Eu próprio era um completo idiota até cerca de um ano atrás, quando uma combinação de circunstâncias que não quero explicar agora me levou a ficar hospedado na casa de um amigo nos confins do deserto ao norte de Santa Fé para escrever um roteiro. Para você ter uma ideia do tipo de lugar sobre o qual estou falando, eu poderia citar à exaustão o deserto, a altitude, a luminosidade e as joias de prata e turquesa, mas o melhor que posso fazer é simplesmente mencionar uma placa de trânsito na autoestrada de Albuquerque. Ela diz, em letras garrafais, VENTOS FORTES e, em letras menores, PODEM OCORRER.

Nunca conheci meus vizinhos. Eles viviam a cerca de um quilômetro, no topo da duna seguinte, mas assim que comecei a sair para minha corrida/jogging/leve caminhada matinal conheci suas cadelas, que ficaram tão instantânea e delirantemente felizes em me ver que me perguntei se já não teríamos nos conhecido em vidas passadas. (Shirley MacLaine também morava lá perto e elas talvez tivessem assimilado essas ideias esquisitas só por conta da proximidade.)

Elas se chamavam Maggie e Trudie. Trudie tinha uma aparência estúpida, era um poodle francês grande e preto que se movia como se tivesse sido desenhado por Walt Disney: saltitando de uma maneira que era enfatizada por suas orelhas enormes e caídas e seu rabo curto que parecia uma planta ornamental. Sua pelagem consistia em uma manta de cachos pretos compactos, que aumentavam ainda mais o efeito Disney por darem a impressão de que ela era totalmente desprovida de qualquer tipo de perversidade. Sua maneira de mostrar, todas as manhãs, que estava delirantemente feliz em me ver era fazer algo que sempre achei que se chamasse “firula”, quando na verdade se chama “festinha”. (Somente há pouco descobri o meu engano, e terei que repassar em minha mente cenas inteiras da minha vida para ver que confusões posso ter causado ou que gafes posso ter cometido.) “Fazer festinha” significa pular para cima com as quatro patas ao mesmo tempo. Um conselho: não morra antes de ver um grande poodle preto fazendo isso na neve.

Maggie, por sua vez, tinha outra maneira de transmitir, todas as manhãs, que estava delirantemente feliz em me ver: ela mordia o pescoço de Trudie. Essa também era sua maneira de transmitir que estava delirantemente feliz com a perspectiva de sair para passear e de mostrar que estava adorando o passeio. Era sua maneira de transmitir que queria entrar em casa e que queria sair de casa. Morder o pescoço de forma contínua e brincalhona era, em suma, o que Trudie fazia da vida.

Maggie era uma cadela bonita. Não era um poodle, mas sim de uma raça que estava sempre na ponta da minha língua. Não sou muito bom com raças de cães, mas Maggie era uma daquelas mais clássicas e óbvias: de pelo liso, preto e castanho, mais para cão de caça, tipo um beagle grande. Como se chama mesmo? Labrador? Spaniel? Elkhound? Samoieda? Decidi perguntar ao meu amigo Michael, produtor de cinema, assim que achei que já o conhecia bem o suficiente para admitir que não conseguia descobrir qual era a raça de Maggie, por mais óbvia que fosse.

– Maggie – disse ele, com seu sotaque texano arrastado e sério – é uma vira-lata.

Então, todas as manhãs nós três saíamos juntos: eu, o escritor inglês grandalhão; Trudie, a poodle; e Maggie, a vira-lata. Eu saía para minha corrida/jogging/leve caminhada pela ampla trilha de terra batida que atravessava as dunas vermelhas e secas; Trudy saltitava alegremente pelo caminho, pra lá e pra cá, batendo as orelhas; e Maggie a seguia de perto, mordendo o pescoço dela. Era incrível como Trudie levava isso na esportiva e com toda a resignação, mas de vez em quando, sem o menor aviso, ficava monumentalmente farta. Nessas horas, executava uma repentina pirueta no ar e aterrissava com as quatro patas no chão, encarando Maggie com um olhar fulminante. Maggie então se sentava na mesma hora e começava a mordiscar a própria pata traseira direita, como se já estivesse de saco cheio de Trudie.

Então começavam tudo de novo e saíam correndo, rolando e dando cambalhotas, perseguindo e mordendo uma à outra pelas dunas afora, pela grama e pelos arbustos rasteiros. De vez em quando paravam de forma inexplicável, como se as duas tivessem ficado ao mesmo tempo sem saber o que fazer. Em seguida, olhavam para algum ponto indefinido por alguns instantes, constrangidas, antes de recomeçar a brincadeira.

Douglas Adams
O salmão da dúvida. São Paulo: Arqueiro, 2014.
Inserida por naiady_correa

A realidade está frequentemente incorreta.

Douglas Adams
O restaurante no fim do universo (1980).

Tudo o que já está no mundo quando você nasce é normal, corriqueiro e nada mais do que parte natural da maneira como o mundo funciona.

Douglas Adams
O salmão da dúvida. São Paulo: Arqueiro, 2014.

Tudo o que você precisa saber por enquanto é que o universo é muito mais complicado do que você pode imaginar.

Douglas Adams
Praticamente inofensiva (1992).

Eu não confiaria nos pensamentos de um homem que acha que o Universo, se é que existe um, é algo com o qual se pode contar.

Eu apenas decido sobre o meu universo. Meu universo são meus olhos e meus ouvidos. Qualquer coisa fora disso é boato.

Douglas Adams
O restaurante no fim do universo (1980).

Ele era um sonhador, um pensador, um filósofo ou, como sua mulher o definiria, um idiota.

Douglas Adams
O restaurante no fim do universo. São Paulo: Arqueiro, 2010.

Não entre em pânico.

Douglas Adams
O guia do mochileiro das galáxias. São Paulo: Arqueiro, 2007.
Inserida por pensador

Para mim, a compreensão sempre vai ser muito mais digna de respeito do que a ignorância.

Douglas Adams
O salmão da dúvida. São Paulo: Arqueiro, 2014.
Inserida por pensador

Sabe o que é um aprendizado? Um aprendizado é uma daquelas coisas que dizem para você: “Sabe isso que você acabou de fazer? Não faça de novo.”

Douglas Adams
O salmão da dúvida. São Paulo: Arqueiro, 2014.
Inserida por pensador

Nós ficamos presos à tecnologia quando tudo o que queremos são coisas que funcionem.

Douglas Adams
O salmão da dúvida. São Paulo: Arqueiro, 2014.
Inserida por pensador

As opiniões não são todas iguais. Algumas são muito mais concretas, sofisticadas e bem-fundamentadas em termos lógicos e argumentativos do que outras.

Douglas Adams
O salmão da dúvida. São Paulo: Arqueiro, 2014.
Inserida por pensador