Diário de Anne Frank

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Eu vivia sorrindo mas isso não me impedia de chorar escondida.

Comecei a me sentir abandonada. Estou rodeada por um vazio muito grande. Eu não costumava pensar muito nele, já que tinha a mente cheia de meus amigos e de diversão. Agora penso sobre coisas infelizes ou sobre mim mesma.

“Meus próprios pensamentos me dão pesadelos.”

Mas ninguém se incomodou em perguntar como eu me sentia.

Não consigo confiar em alguém que não me conte muita coisa sobre si próprio, e como sei muito pouco sobre ele, não consigo me sentir mais íntima.

Minha vida aqui ficou melhor, muito melhor. Deus não me abandonou, e nunca abandonará.

20 de Junho de 1942

Tenho vontade de escrever, e tenho uma necessidade ainda maior de tirar todo o tipo de coisas de dentro do meu peito.

Ideias, sonhos e esperanças crescem em nós, e depois são esmagados pela dura realidade.

Vai e procura os campos, a natureza e o sol: vai, procura a felicidade em ti e em Deus. Pensa no que é belo e que se realiza em ti e à tua volta, sempre e sempre de novo.

A gente poder estar sozinha mesmo quando é amada por muitas pessoas, quando não é o “único amor” de ninguém.

Se ao menos eu tivesse alguém que levasse meus sentimentos á sério.

Eles criticam tudo a meu respeito – e quero dizer tudo mesmo: meu comportamento, minha personalidade, meus modos; cada centímetro meu, da cabeça aos pés e dos pés a cabeça.

A monotonia estava me matando.

Olhei para o céu e confiei em Deus.

Eu era maluca pelo seu sorriso, que o fazia parecer moleque e malandro.

Essa existência cansativa começa a transformar todos nós em pessoas desagradáveis.

Faço o máximo para agradar a todos, mais do que eles suspeitariam num milhão de anos.

O Diário de Anne Frank
Anne Frank, Diary Of A Young Girl. 2001. Pág. 110

Nota: Tradução de um trecho do livro, na entrada do dia 30 de Janeiro de 1943.

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Bem no fundo, os jovens são mais solitários do que os adultos.

Tento rir por que não quero que vejam meus problemas.

Estamos todos vivos, mas não sabemos porquê ou para quê; estamos procurando a felicidade.

Vou tentar ser forte de novo, e se eu for paciente, o restante virá.

Eu o amava tanto que não queria enfrentar a verdade.

Ninguém quer ver o perigo até que ele aparece cara a cara.

Estou sempre precisando de consolo, costumo me sentir fraca e com frequência deixo de atender às minhas expectativas. Sei disso, e todos os dias resolvo ser melhor.

Por que deveríamos ficar separados se nos amamos?