Deyvyson Brasilino

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Esperança

E que a esperança nunca me falte
Porque sem ela sou navio no fundo do oceano
Sou fraco, sou alma congelada, não sou eu.

E que a esperança nunca me falte
Nem no brilho das estrelas
Nem nos meus dias de caos
Nos meus dias de medo.

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Mas ela é uma gracinha de deixar meu queixo caido
Essa mulher pode ser tudo que eu preciso
Um sorriso carismático
Uma letra do Matanza
Um poema, uma dança.

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Toma...
Te dou meu coração
Mas, cuidado, ele é muito frio
Com sombras e solidão
Ele pode te deixar maluca
Te rasgar em lágrimas
Destroçar-te por inteira
Então muito cuidado.

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Me perdi na curva

Me perdi na curva
Não na curva da rua
Não na curva da solidão
Não na curva da tristeza
Não na curva do meu eu narcisista
Nem mesmo na curva dos meus sonhos sem sentidos

Mas na curva do teu corpo
Na curva do teu doce olhar de pantera
E lembrar-me do teu beijo gostoso, gelado
Que ao me beijar congelava-me inteiro de paixão

E lembrar-me que já não sinto mais o teu beijo gelado
Foste embora sem dizer adeus
E adoeci, e adoeci

E que maldade eu imaginar
Que antes melhor seria se eu me perdesse
Na curva da tua rua e que talvez entrasse em outra rua
Só para não te ver

E que antes melhor seria ter
Me perdido na curva da minha solidão e continuar só com ela
E jamais ter te conhecido

E que antes melhor seria se eu me perdesse na curva da minha mais funda tristeza
Pelo menos minha tristeza não sai sem me dizer adeus

E que antes melhor seria se eu me perdesse na curva do meu narcisismo
E ter amado a mim mesmo, e sempre

E que antes, também, melhor seria se eu me perdesse na curva dos meus sonhos sem pé e sem cabeça
Pois garanto que meus sonhos sem sentidos fariam mais sentido que ti

E antes, que bom fosse...
Que eu não me perdesse na curva do teu inflamável corpo que me atraiu e depois me enganou com o suor amargo com gosto de caos

E que bom fosse, que eu jamais tivesse me perdido nesse teu olhar doce de pantera
Que só me destruiu por completo.

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Enquanto o mar está calmo

Enquanto o mar está calmo
Eu estou só, muito só
O que tem lá no horizonte?
O que eu sou?
O que nós somos?
O mar? Está calmo, por enquanto.

No meu eu, o estranho e o mistério se conectam
Como o orvalho numa manhã, em que a aurora celestial sangra.
Tenho demônios na cabeça, e são muitos.
Há aranhas em meus pensamentos de pesadelo em escuros
Próximo de mim, pensamentos de assassinato, confusão, mediocridade.

Tudo isso é eu? É você?
É nós? É ninguém?
Sou sombras de páginas de livros
Canção feita pelos anjos de Deus
Deus meu, me perdoe por tudo, por todos os devaneios até então felizes e sem explicação

Me perdoe pelos pensamentos de morte e de ódio, de maldade e do meu eu psicopata. Além de tudo isso, sozinho, continuo, além eu sou
Vivo mudo, sou silêncio profundo.
Um absurdo. Sei quem sou, não sei quem sou.

Enquanto o mar está calmo
Estou sozinho
Sozinho comigo
Sozinho com todos
Sozinho com o nada
Enquanto o mar está calmo
Eu não estou.

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Recife

Recife é noite
Recife é dia, sol inflamável
Recife é amor e tristeza
É solidão de ponte a ponte

Recife de Manuel Bandeira
Recife das batidas do maracatu
Recife dos manguezais
Mistério tu és demais, Recife

Recife brasileiro como a gente
A poesia está em cada olhar
De cada pernambucano
Cada inverno, cada verão
Recife tá no coração

O que seria de nós sem essa cidade?
O que seria da nossas vidas sem o trânsito irfernal da Agamenon?
O que seria de Pernambuco sem Recife?
O que seria do Brasil sem Recife?
Um Brasil com menos brilho
Recife é poesia brilhante
É uma gota de orvalho linda
Recife é uma melancólica felicidade infinita.
Recife é vida que nasce, é vida que se vive
É sonho que se realiza, sonho que se morre
Recife é imortal
Azar do estado que não tem Recife como capital.

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Oração para minha alma

Cá estou, na varanda de casa
Numa noite de sexta-feira
Ouvindo o silêncio das estrelas
Lá fora, muitos estão em festas, namorando, dançando, morrendo ou em suas casas
Dormindo, sonhando, sonhar?
Isso eu sei. Sou um sonhador
O pesadelo sou eu mesmo.

Mas obrigado senhor por tudo
Pela família, pelo café, pela solidão
Pelos amigos, os poucos que tenho
Tem os que se divertem e tem eu
Trancado em mim, trancado no abismo das nuvens estranhas

Amanhã é 26, meu aniversário
Um dia normal como todos os outros
Nunca fui tão feliz e no meu aniversário não seria diferente
Felicidade dura pouco, é pó
Amanhã é so mais um dia, 23 anos de um garoto estranho com todos devaneios e pesadelos e romances instantâneos e a solidão que é maior que tudo

Mas obrigado meu Deus
Por eu estar aqui
Por estar na varanda olhando as estrelas e sentindo o vento tocar nas orelhas
Obrigado pela poesia, que nunca morre
Poesia é pão que se coloca na mesa
E que nos alimenta a alma. (25/05/18)

Inserida por deyvyson

A tarde caiu
Com ela também caiu
Os amores loucos
Os gritos sufocantes
As decepções
As mágoas
Uma vida

Noite vem vindo
Com ódio
Com brasa e dor
Com mortes trágicas
Rompimentos e alucinações
Pesadelos
Lágrimas

Mas disso tudo eu já sei.

17/08/18

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Moro em mim

Moro em mim, na mais autêntica fraqueza
Na mais infinita certeza, moro em mim
Moro em mim, no tédio mais amargo
No acender de um cigarro, moro em mim.

Moro em mim, na força mais transparente
No sorriso mais incontente, moro em mim
Moro em mim, na solidão mais extrema
Na felicidade pequena, moro em mim.

Moro em mim, no mais profundo mar
No brilho do luar, moro em mim
Moro em mim, na triste ilusão
No meu pobre coração, moro em mim.

Moro em mim, na insônia abominável
No café adorável, moro em mim
Moro em mim, na música incansável
No poema exagerado, moro em mim.

3 / 01 / 19

Inserida por deyvyson