Dante Alighieri
[...] o amor feminino dura pouco, se não for conservado aceso pelo olhar e pelo tato do homem amado.
Aquele que, experto nas doutrinas políticas, não guarde qualquer cuidado de prestar o seu concurso à República; esse não é, com efeito, "a árvore que na margem da ribeira dá frutos sazonados", mas antes um abismo funesto, que devora para jamais devolver.
É por isso que mais fácil e perfeitamente chegam à posse da verdade filosófica aqueles que nada aprenderam do que aqueles que trabalhando descontinuamente e se imbuíram de opiniões falsas.
Toda a humanidade se ordena a um fim único. É preciso, então, que um só coordene. Tal chefe deverá chamar-se o monarca ou imperador. Torna-se evidente que o bem-estar do mundo exige a Monarquia ou Império.
A verdade é que então na borda estava,
Do vale desse abismo doloroso,
Donde brado de infindo ais troava
E como o sol aos cegos não se ostenta,
Assim também às sombras que alivia,
Não mais do céu a luz olhos alenta.
Fio de ferro as pálpebras prendia
A todas, como ao gavião selvage
Para domar-lhe a condição bravia.
(...)
As almas do outro lado eram; reparo
Que dos olhos a hórrida costura
Provoca pranto copioso e amaro
Achei-me numa selva tenebrosa,
Tendo perdido a verdadeira estrada
"Pelo que é de saber que de todas aquelas coisas que vencem o nosso intelecto, tal que se não pode ver aquilo que são, é convenientissimo trata-las pelos seus efeitos; de onde de Deus, e das substâncias separadas, e da matéria primeira, assim tratando, podemos ter algum conhecimento." (Convivio, pp 121)
As coisas se tornam mais perfeitas assim que suportam prazer e dor.