Crislambrecht

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O grito
Novamente
Foi dado
Assustou-lhe
Enquanto
Sussurrava
Palavras de sabedoria
Incompreendidas
Deixando-as assim
Como não encontrou
Largadas
Ao lado
Do lado
De dentro
Detentas
De vezes
Tanto quanto
For

Inserida por crislambrecht

Indo, indo
Vinho rosa
Vindo, vindo
Falta de prosa
Oito horas de domingo
Lindo, lindo
Caindo, caindo

Inserida por crislambrecht

De lá pra cá
De cá pra lá
Cá pra nós
Isso é enlouquecedor

De lá menor para um cá sustenido
Decalque luminoso estendido com sétima
Capas e contratempos mixados distorcidos
Entorpecidos, perdidos, comprados, controlados

Isso é enlouquecedor
Enchendo caras pra lá
Esquinas semi-circulares
Circundam o escolher dos acasos

Bebendo, bebendo
Baby, oh baby
Sax on phones
Saxofonista del Little

A lua sobre nossos passos
Sobe dentre as nuvens
Somem pegadas
E eu só, ando

Um, dois, três
Na espiral do moinho
Ventos demoníacos
Me transforma em cacos

Me corto, sangro
Me seguro em teus cabelos
Asseguro-me de tua fala de dor
Sua falta doce como o mel...

A guerra
Meus heróis viciados
Mil vidas
Tantos caminhos

Inserida por crislambrecht

A criança pura se polui
Com o tempo
A esperança é morta
Com o tempo
O eterno dura cada vez menos
Neste tempo
E a força se esvai
Com o tempo

Inserida por crislambrecht

Você disse que não expresso meus sentimentos
Que meu coração não bate pra ninguém
Que ele é tão só e cinza como eu
Mas ele está aqui no meu peito
Batendo
E como eu
Ali dentro
Não estamos sós..

A arte final
O último elemento
O que dá brilho à obra
A morte..

Inserida por crislambrecht

Sem mostrar seus sentimentos
Sem expressar seus pensamentos
Ele já não pode mais consertá-la
Sem mostrar suas emoções
Sem desenvolver seus dons
Agora aguenta a dor

Nunca disse adeus
Nunca disse te amo
Nunca fez uma promessa
Nunca quis um conselho
E nunca jurou

Presa a algo mais forte
Sua alma não se expandiu
Agora já deformada
Toda aquela dor sentiu

Todas as lágrimas
E a dor no peito
Aquele nó na garganta
Foram engolidos
Tudo entrou aos poucos
E não da mais pra tirar nada
Com a aparência de um louco
Mas com a alma desfigurada

Inserida por crislambrecht

Não quero mentir
Alimento-me de vós
Alimento as vozes
E vocês
Alimentos
Ali
Malemal

Tenho um monstro faminto
Ele parece deus
Talvez não exista
Embora dependa de mim
Pois vive aqui

Alimento-o de mim
Alimento-me de vós
Alimento-te disto
Dito isto
Desculpo-me
E me despeço novamente
Pois não quero mentir

Inserida por crislambrecht

A garrafa
De vinho
Daquela noite
Do seu aniversário
Com a sobra
E as lembranças

O seu cheiro
Na garrafa
E a saudade
De outra pessoa

As músicas
Da Amy
Com recordações
De outra noite
Com outra mulher

O seu cheiro
No quarto
Com o vinho
Amy
E um coquetel de sentimentos

Um turbilhão
Caos
Olhos cheios de areia
Areia do mar
E Ana

Olhos
Mar
E
Ana

Labirintos

Inserida por crislambrecht

É bom ter com quem contar
Quando todos se vão
Quando estou sozinho
E com mais ninguém
Estou com Sabrina
E com mais ninguém
Estamos sós
E com mas e porém
Nada além de que
Nem mais nem menos
Simplesmente só
Como sempre quisemos
Como sempre estamos
Mesmo quando ignoramos
Eu e tu
Nós no singular
Vai lá se entender
Tua assinatura já foi tão confundida
De números a meros símbolos
Ainda não te conhecem
Minha solidão
Nós cegos..

Inserida por crislambrecht

Vomitando
Como nenhum rato jamais imaginou
Vou batendo em todos o botões
Perdido, porém, vomitando
Como é bom
E pode ser
Para sempre

Já fui
Sou
E serei
Um vomitador
Jogando para fora
Pra onde for
Onde quer que seja
Vômito

Letras
Palavras
Frases
Versos
Poema
Vômito

Vomito
E pronto
Como nenhum rato
Jamais fará
A não ser
Nós
S8R

Inserida por crislambrecht

Ao longo da rua
A fila de espera
Ajoelhados olhando pro chão

Saem rolando feito laranjas
Repolho melão
Cabeças de alface
Americana

Na avenida das guilhotinas
É em massa a execução
Se espalha feito molho
no chão, de tomate
Beterraba e açafrão;

A ceiva do colhedor.

Inserida por crislambrecht

Vozes
Vozes vorazes
Devoram-me
Devoram meu sono
Levam-no de mim

Devolvem os vultos envoltos por um envelope transparente
Transcorrem noite adentro um discurso semi-indecifrável
Desmentem e mentem tanto quanto nada se entende
Entrelaçados com pernas e braços de sons epilépticamentes iningnoráveis

Meu sono?
Deu lugar a sede
Uma insaciável vontade
Que apenas
Às vezes
Raramente
Cansa-me

Uma confortável fadiga mental que explode em vontades
Oh! Agora apenas tenho sede
Não posso falar da fadiga
Talvez apenas com ela

Digam-me
Fadiga,
Cansaço,
Exaustão;
Para onde foi
Nesta bela noite
Meu querido sono?

Oh, tempo!
Oh, vozes!
Há tanto tempo ouço vozes

Fantasmas..

Inserida por crislambrecht

Tens dela o sorriso
Talvez
Mas
Mesmo que não
Es muy hermosa
Te quiero
E dane-se
Todos

Sei que pensas diferente
Do mar de gente
E da minha solidão
Talvez
Mas
Mesmo assim
My young syster
Te quiero
Por um instante
Eterno

Eternidade à-la Drummond
À-la-nós
Nosso tipo
De pensar
Sem pesar
Ande
Sem endereço
Cantos
E encantos
E vozes

Inserida por crislambrecht

Pensamentos pré-fabricados
Cabeça fossilizada
Ano após ano
Onde nenhuma água correu

Petrificados pelo tempo
Imutável solidez
Nem pó virarás
Ao vento apenas reduz-se

A luz ao longe
Donde apenas o calor se sente
Um pesar pela falta de sentir
A maleabilidade aconchegante da fonte

Seu plano deserto
Seco há anos
Leva para longe a chuva
E mantém-se longe da humidade

Seu plano certo
Feito há anos
Lava as mãos e a luva
E mantém-se longe da humildade
Vida longa à humanidade..

Inserida por crislambrecht

Contaminado como estou
Os Piraíns afastam-se de mim
Estou sujo e pareço com os porcos
As cabras
O gado
Os cães
As galinhas
E os ratos

Toda fumaça deixou-me cinza
E essa água poluída quase me matou
O alimento contaminado me adoeçeu
Mas volto
E percebo-os aqui
Os Piraíns lembram de mim
Apenas mantém-se afastados
Esperando o retorno de mim

Inserida por crislambrecht

Vou para as águas
Atrás destes olhos negros
Destes cabelos ondulados
De um sorriso revitalizador

À beira da areia
O cheiro salgado
E a brisa relaxante
Me entorpeço

Que cresçam estas mechas
Que estas raízes se estendam
Do seco sertão longíncuo
Ao início ou fim dessas águas

Quero voltar a caminhar
Sobre a espuma branca
Sob o céu azul;
extensão do mar azul..

Inserida por crislambrecht

Azul
Canto doce
Vindo do porão
Trancado numa gaiola

Azul
no escuro
Percebe a luz
Explode as grades
Voa para longe
Queima suas asas

Azul
Caído no chão
Recolho-o
E torno a deixá-lo no porão

Azul..

Inserida por crislambrecht

Que se irreleve o incompreendido
Deixado de lado
Soterrado
Se possível for
Se for
Importante
Não importará
Desde que se vá
Aos poucos ou de repente

Mas ando de um lado à outro
Às vezes no litoral
E a maré traz a mim
Tudo o que joguei ao mar
Sabe se lá o que
Se foi
Importante
Importará
Desde que não me lembre
O porque de tê-lo jogado
Se foi incompreendido
Se foi irrelevado
Por quê?

Círculos
Infinitos
E um peso cada vez maior
Na carga do velho burro
Que, cada vez mais fraco
Anda sem saber
Se sabem
Se importa
Ao burro
O que é relevante?

Círculos, círculos
Fantasmas pesados
Chão de areia
Passos
Correntes
Chaves
Cadeados
Ferrugem
Canhada
Lágrimas
Silencio
Fantasmas
..

Inserida por crislambrecht

Em plenas trevas
Em minhas eras
Trevas cristãs
Uma pausa
Para um mar de sangue
Injustiças mil
A caça às bruxas
Condenada à fogueira
Sabrina queima
Solta gritos de dor
Mas ela é imortal
Eterna
Como o seu sofrimento
E eu sigo
Como um exército de fantasmas

Inserida por crislambrecht

Cercados de dedos, olhos e bocas
Mãos munidas de ferramentas
Julgamento, condenação
Dentes furiosos rangem
Espuma nos lábios
Gigantes sombras
Barulhos assustadores
Esmagam o quanto podem

Eu tenho medo
Medo demais
Mas tudo passará
Como tudo passa

Difícil é saber o que restará

Inserida por crislambrecht

Desculpe
Mas sou apenas um fantasma
Sou um fugitivo

Vendi minha alma
E o demônio vem me cobrar
Todo o dia
Por isso fujo

Corro deste deus
Ele sabe que tenho algo a fazer
Tenho que escrever meu livro póstumo
E ele o quer agora

A eternidade é complicada de se entender
Às vezes
Nem eu nem deus nem ninguém
Existimos

Nunca é sempre

Inserida por crislambrecht

Distante
Tão longe
Que mal posso sentir

Distante
No espaço
Foi-se o alcançável

Distante
No tempo
Pensar sem emoção

O gato branco chama-se Noé
Pra quem assim o chama
E a chama do seu amor
É fogo fátuo
É assombro sem vida
Persegue-te noite adentro

O novelo se desenrola
A trama da novela
Enquanto dura
Enquanto mole
A luta pela sombra mais fresca
Seria então o seu fim
Se não fossem os cães de rua

Que latem noite a dentro
Ladram para a lua
Roubam e viram latas
Barulho, lixo, incomodo
E o gato branco é apenas um reflexo
Da lua que vagueia pelos céus
Vaga-lumeando com seu grande poder

Noite a dentro
Da boca pra fora
De lá pra cá
É vertical
E a queda
Nunca tem fim
Há de cairmos em pé
de guerra?

Em pó de terra
Ao pó branco
Da lua
Do gato
Dos dentes rangindo
Sorrindo e sangrando palavras

Terra
Gato
Lua

.

E o impulso
Ainda pune

Inserida por crislambrecht

O amor não está no peito
O amor não está no coração
O amor está em não ter razão
E o que eu tenho de emoção
É apenas minha criação
Está na minha imaginação
Onde não está o amor
Onde não há amor

É onde estamos

Inserida por crislambrecht