Brenon Salvador
Se não voltarmos ao princípio, se não sujeitarmos a nós mesmos, se não despertarmos o ânimo da infância e não mirarmos a inocência. Então a vida não terá estima e em um só golpe perderá a sua veemência.
Que o silêncio diga o necessário
Calado estou
Calado ficarei
Que o necessário peça perdão
Que o perdão silencie tudo o que errei.
Quando manifesta o amor
Pouco sabe manifestar.
Sabe bem dizer em um olhar,
Mas não lhe sabe em palavras falar.
Falando de sentimentos
Não sente as palavras.
Fala palavras ausentes
Ausenta palavras presentes .
Ah, mas se ele soubesse,
Se pudesse tanto assim falar;
Só se o olhar lhe calasse
Poderia assim as palavras falar.
O silêncio diz o necessário
Mas quando muito fala, pouco sente
Fala-se muito um amor estagiário
E os olhos falam no consciente.
Quero-te por todos os quereres. Tudo o que sei. E nada sei dizer. O que queres que eu te diga, além de que te quero, se o que quero dizer-te é que sempre hei de
querer-te?
Contar-te-ei eternamente as carícias do amor
Contar-te-ei os sonhos de um amor excessivo
Contar-te-ei a sanidade para minha dor
Contar-te eternamente por um olhar cativo
Embarcando em pensamentos incomparáveis;
Não te contarei meus sentimentos,
Pois são inexplicáveis.
Atada em teus olhos a minha desordem.
O meu devido querer.
O silêncio fazendo ordem.
Atada em meus olhos para não te perder
Mas sem te deter, prendo-me em
Ideal ilusão sem nada saber
Arquitetando meus sonhos
Buscando o que ter.
Crescendo um lago
Por gota a gota.
Querendo-te ao meu lado
Nobre garota.
Calado querer
Dor de vaidade
O silêncio me traz
O prazer da verdade
Atado no querer
Da jovem idade
Ideal encanto
Querendo-te tanto
Tê-la em um canto
E provocar minha vontade.
Logo de lágrimas fez-se a alegria.
E do ramalhar veio o silêncio.
Meu mundo todo em um só canto
No canto dos pássaros de meu sertão.
Se asas eu tivesse, junto a eles;
Em todos os cantos eu cantaria.
Em doce encanto eu lhe teria.
Ansiando os desejos de minha paixão.
O amor caminha em sentido anti-horário
O amor não cessa
É o sopro do vento
É o cantar do silêncio
É o caráter lendário
O amor caminha contra o tempo
É o desejo diário
É a lança que atravessa
É o passo alento
O amor caminha em consentimento
É o carmesim do calvário
É o íntimo que interessa
É o real acontecimento
O amor caminha de modo extraordinário
É o protagonista da peça
É o dom literário
É o valor 100%
É o elemento primário
O amor é a arte da vida;
Que eu sonho vivo e invento.
O amor não se vai
É momento sem tempo
Ele não se decai
É fogo que se espalha
Quando sopra o vento
É chuva que cai
Em um solo sedento
Água viva
Ar puro
Casto pensamento.
A verdade é filha do tempo, a paciência é sua mãe, a sabedoria é a sua irmã mais velha e a eternidade é a sua casa.
QUALQUER COISA
O “Veneno” de Vanessa paralisou a Mata do Monte sob um céu Negro;
Mas logo para Ramalhar tudo isto, veio Zé e deixou “Sinas” para Marisa e Oswaldo
Tudo tão íntegro. Simplesmente perfeito.
Uma “Bela Flor” e “Rosas” já podiam ser vistas, como também, a Jovem Gadú
fazendo-se ‘fina flor’, ou Carolina trocando o Monte e Dançando nas Ruas de Outono costumes de Agridoce como cantar “o Porto” na “Alvorada”. E de outro lado, Zélia caminha deixando “Cidade de Outono” e repousa sobre “Os telhados De Paris”. “A Mais Bonita” Duncan “Voando” como “Ave Rara” escapando pela “Porta de Luz”. Mas logo laçada por Nando, que não a prende, mas sim, a faz uma “Negra Livre” para cantar. Como sempre com seu “All Star”, eu “Sei”.
“Ainda Lembro” das histórias de Reis que “Sutilmente” viera me contar, quando não, contava-me sobre Vercillo e Oswaldo, as histórias de” Velhos Amigos”. Ah, “Memoria de Prazer”, uso-a como uma “Mente de Computador”, é “Um Edifício no Meio do Mundo”, “Tudo Ilusão”.
Pássaro na mão
De Assas cortadas
Mas “Asas de Luz” o faz voar.
Agora, Com um Poema Quebrado”, qualquer coisa “Pode Ser”.
Digo sem Mistérios que todas as palavras ditas aqui são “Lendas”, “Sem Fantasia” e “Sem Susto”. E agora, já que “Todo Mundo tá Falando” eu vou “Tocando em Frente” acompanhando Ana, só “Pra Rua Me levar” e “Me Leva a Sério”
Obs. As palavras dignas de nota especial (“exemplo”) são nomes das musicas dos respectivos cantores: Agridoce, Ana Carolina, Jorge Vercillo, Maria Gadú, Marisa Monte, Nando Reis, Oswaldo Montenegro, Vanessa da Mata, Zé Ramalho e Zélia Duncan.
Mulher. Olhar atraente
Sorriso carente.
Moça. Sempre presente
Discurso eloquente.
Garota. Desejo poente
Sonho saliente.
Menina. Sempre menina
Que me fascina
E sempre ensina
Com o que sente
Menina. Tudo
Em uma só visão
De olhos poente
Anoitecendo meu coração
Menina entregando-se
Fazendo-se coerente
Inocente nesta ilusão
Menina. Lua nascente
Amor dependente
de uma decisão
Mulher. Tão madura;
Mas polos opostos
E vejo em teu rosto
A pintura de uma paixão.
Menina. Sempre menina
Em noite sombria
Fazendo-se o meu luar
Privando-me da escuridão
Devo-te agora
O meu perdão
Como posso não amar?
Eu sou
O nascer do Sol
Enquanto a Terra estertora.
E quando o engenho da vida vai embora
Eu sou o crescer da Lua no intimo de um céu que chora.
Todavia, encontro a arte da vida vagando pelo ar.
Vejo deliberadamente o abstrato a se formar.
Faço-me de Sol e Lua
Enquanto a Terra aflige
Faço-me eclipsar.
Ingrato então.
De tamanha ingratidão
Pelo favor que não podes pagar
Fia-me ao menos o seu perdão.
Como podes decepcionar o amor de um irmão?
E se tanto lhe quero;
Dê-me simplesmente a sua mão.
Confiando em ti
Dando-lhe sempre a verdade
Vitimando-me em meio à falsidade
Vejo-te agora nesta insensibilidade
Ou silenciando-se apenas por vaidade.
Silencio então sua ingratidão
E ofereço-te o valor de minha amizade.
Sucinta Vida
A água poluída
Por elementos nocivos e prejudiciais
Tudo o que na água se movia
Morto agora na beira-mar jazia
Então,
Lembrei-me da riqueza
Da grandeza
Que o homem produzia
Como se fosse natural
Como se fosse fácil dizer
Mas estamos
Botando tudo a perder.
Observando então
Minh ‘alma vasculhando
O coração
No engenho da vida
Arquitetando minha solidão.
Juntando-me
Aos desejos
Que dizem quem sou
Que dizem aonde vou.
Afastando-me
De “quês”;
Coisas que devo largar mão.
Livrando-me de tudo o que me traz
Insegura satisfação.
O instinto é natural:
Cada qual para o que merece
Cada qual com seu estresse
Seus modos de afagar
Outros a molestar.
Quando um nasce para briga
E outro vive de intriga,
Têm ainda outro a revogar.
Um vive de engano
Iludindo o coração
Outro opta ao fato;
Mas de tamanha sinceridade
Deve-se muito o perdão
Um com medo da selva
Outro teme a urbanização.
Um voando alto
Outro preso na relva
E relva presa no chão.
Um querendo satisfação
Outro buscando verdade.
Um: amigos
Outro: solidão
Um: simplicidade
Outro: complicação
Um: pouca idade
Outro: ancião
Um mora na cidade
E outro habita no sertão.
O amor faz a beleza
A beleza alucina o amor.
O amor desvanece o tempo
O tempo desvanece a beleza
E nada desvanece o amor.