Blaise Pascal

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A maior fraqueza do homem é poder tão pouco por aqueles que ama.

Há dois tipos de pessoas: as que têm medo de perder Deus e as que têm medo de encontrá-Lo.

A diversão é uma fuga de nós mesmos.

Se examinarmos nossos pensamentos, iremos encontrá-los sempre ocupados com o passado e o futuro.

O temor saudável provem da fé – o temor errôneo provem da dúvida.

Todas as fraquezas muito aparentes são forças.

Inserida por tomkiss

Assim como não sei de onde venho, também não sei para onde vou Sei, apenas, que, ao sair deste mundo, cairei para sempre no nada ou nas mãos de um Deus irritado, sem saber em qual dessas duas situações deverei ficar eternamente. Eis a minha condição, cheia de miséria, de fraqueza, de obscuridade. Concluo, de tudo isso, que devo passar todos os dias da minha vida sem pensar em descobrir o que me deve acontecer. Talvez pudesse encontrar algum esclarecimento nas minhas dúvidas, mas não quero dar-me a esse trabalho, nem dar um passo nesse sentido. Tratando com desprezo os que com isso se preocupam, quero experimentar esse grande acontecimento sem previdência e sem temor, deixando-me passivamente conduzir à morte, na incerteza da eternidade da minha condição futura.

Nascemos injustos, porque cada um de nós se inclina para si mesmo, e essa inclinação para si mesmo é o começo de toda a desordem.

A infelicidade de um homem começa com a incapacidade de estar a sós, consigo mesmo, num quarto.

A imaginação, esta soberba potência, estabeleceu no Homem uma segunda natureza.

É mais fácil suportar a morte sem pensar nela do que suportar o pensamento da morte sem morrer.

Que os homens aprendam pelo menos qual a fé que rejeitam antes de rejeitá-la.

Tudo podemos com Aquele sem o qual não podemos nada.

Somos apenas mentira, duplicidade, contradição, e a nós próprios nos disfarçamos e ocultamos.

Palavras amáveis não custam nada e conseguem muito.

A curiosidade não passa de vaidade. Na maior parte das vezes, apenas queremos saber para falar disso.

Não é certo que tudo seja incerto.

As coisas pequenas nos consolam porque as coisas pequenas nos afligem.

Inserida por pensador

O pensamento é a nossa dignidade. Tratemos, por conseguinte, de pensar bem, pois aí é que está o princípio da moral.

Nunca vivemos, mas esperamos viver; e, preparando-nos sempre para ser felizes, é inevitável que nunca o sejamos.

Pluralidade que não se reduz à unidade é confusão; unidade que não depende de pluralidade é tirania.

Quando queremos reprovar de forma útil, e mostrar ao outro que está errado, devemos observar que lado do problema ele considera, pois provavelmente tem razão daquele ponto de vista. Reconhecendo então que ele está certo, mas descobrindo-lhe ao mesmo tempo o outro lado da questão, agradamos-lhe e convencemo-lo, pois percebe que não estava errado, mas apenas deixara de ver todos os lados.

O bem e o mal crescem juntos neste mundo e são quase inseparáveis.

Inserida por AdagioseAforismos

O homem é apenas um caniço, o mais fraco da natureza; mas é um caniço pensante. Não é preciso que o universo inteiro se arme para esmagá-lo: um vapor, uma gota de água, são suficientes para matá-lo. Mas, mesmo que o universo o esmagasse, o homem seria ainda mais nobre do que o que o mata, porque ele sabe que morre, e conhece a vantagem que o universo tem sobre ele; e disso o universo nada sabe. Toda a nossa dignidade consiste, pois, no pensamento. É a partir dele que nos devemos elevar e não do espaço e da duração, que não saberíamos ocupar.

É injusto que se apeguem a mim, embora o façam com prazer e voluntariamente. Eu iludiria aqueles em quem despertasse desejo, pois não sou o fim de ninguém e não tenho com o que satisfazê-los. Não estou eu pronto a morrer? E, assim, o objeto de apego dessas pessoas logo morrerá. Logo, quando não seria eu culpado por fazer crer numa falsidade, embora eu a adoçasse a acreditasse nela com prazer, e que ela me desse prazer, ainda assim sou culpado de me fazer amar. E, se atraio as pessoas para que se apeguem a mim, devo advertir aqueles que estariam prontos a consentir na mentira de que não devem acreditar, qualquer que seja a vantagem que daí me advenha.