André Gide

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Os bons trabalhadores têm sempre a ideia de que ainda poderiam trabalhar mais.

Chamo jornalismo a tudo o que será menos interessante amanhã do que hoje.

Como não falaria eu com dificuldade? Tenho coisas novas a dizer.

Em geral, consideram-se sinceros todos os rapazes com convicções e incapazes de criticar.

Não há problemas; apenas há soluções. O espírito de homem, depois, inventa o problema.

O mal nunca está no amor.

As ações mais decisivas das nossas vidas são muitas vezes ações inconsideradas.

Só há obra de arte à escala do homem.

Não pode haver senão vantagem num acordo e prejuízo num conflito.

É preciso ter espírito para falar bem; para ouvir bem basta a inteligência.

A melancolia não passa de um entusiasmo que arrefece.

Não se pode, ao mesmo tempo, ser sincero e parecê-lo.

Não se descobrem novas terras sem se largar da vista a costa durante muito tempo.

É com bons sentimentos que se faz má literatura.

O apetite de saber nasce da dúvida. Deixa de acreditar e instrui-te!

Tantas pessoas que escrevem e tão poucas que lêem!

Um bom mestre tem sempre esta preocupação: ensinar o aluno a desenvencilhar-se sozinho.

Invejar a felicidade alheia é loucura: não nos saberíamos servir dela. A felicidade não se quer de confecção, mas sob medida.

A maior necessidade deste mundo é de confiança e amor.

O eu é odioso, dizeis. Não o meu.

A arte é a recaída de um fervor.

Quando um filósofo completa uma resposta, já ninguém se lembra qual foi a pergunta.

Para bem julgarmos é preciso afastarmo-nos daquilo que julgamos, depois de havermos estimado. Isto é verdade quanto aos países, aos seres e nós próprios.

Só nas horas de ócio se fazem coisas excelentes.

Passamos três quartos da vida a preparar a felicidade. Mas quantos gozam o último quarto?