Álvaro Mar

Encontrados 4 pensamentos de Álvaro Mar

Cinzas

O brilho, orla metálica
deslizando sobre
as falanges desertas
simples arremesso
entre o sentido
e a palpitação
fluindo sob o adarve da aorta
e a masmorra do ventrículo
como se a noite depusesse
a pétala, no cinzeiro lírico do amor
e aguardasse uma só face
estendida na promessa,
oxigenando o rosto do beijo,
sobre o jorro das cinzas agasalhadas
numa só face…
a tua face,
desenleando ternos olhares nas mãos
que te ampararão.

Inserida por lucypontess

Caí na desgraça

Se um dia saí de dentro de mim,
Se um dia vivi tudo até ao fim.
Nesse dia gritei pela vida passada,
Nesse dia chorei pela outra estrada.
Nesse dia olhei e já não vi nada.

Então no deserto onde eu estava,
Descobri de certo o que se passava.
O fim era agora já estava aqui.
Já, sem mais demora o epílogo li,
E vi-te senhora...tão longe daqui.

Se um dia voltar eu hei-de querer,
Eu hei-de abraçar todo o viver.
Mas por enquanto mais nada se passa,
Estás longe e portanto caí na desgraça,
De te amar tanto...que nunca mais passa.

Inserida por lucypontess

O amor é o fim

O amor é o fim
O amor é a estrada
O amor é o inicio da caminhada
O amor é o que une
O amor é o que ata
O amor o medo despedaça
O amor é chama
O amor é a brasa
O amor é viajante que retorna a casa
O amor liberta
O amor não passa
O amor é um estado de graça
O amor é consciência
O amor é real
O amor é a ausência do mal
O amor é tudo aquilo que somos
Quando os nossos passos são fieis aos nossos sonhos.

Hoje ninguém existe.
Nem o meio termo nem a saudade,
O sol poente e a neve dos altos montes
Longínquos como temos sido
Acabou agora mesmo de cessar.

Hoje toca o sino da igreja
Que assinala o nosso fim
Estende-se fúnebre pelas casas e pelas ruas
E desvanece como que perdido
Assim nós o temos sido.

Hoje nada é nada.
Nós somos como pó no meio da estrada,
Somos relembrados, somos esquecidos,
Somos uma tempestade e um vendaval,
Uma origem e um final...

Inserida por lucypontess