Alexandro Gruber
Quero um amor que aceite ver as estrelas.
Que aceite se deitar na grama de mãos dadas e olhar para o céu para falar das velhas histórias das constelações.
Um amor que não tenha medo de expor sua alma ou de parecer bobo. Um amor meio sem lógica, porque sabe que quando se trata de sentimentos é só o coração que entende.
Quero um amor sem ideias de perfeição.
Quero um amor real, um amor que aceite fazer essa caminhada evolutiva a dois, um amor que esteja por inteiro, que queira ficar, errar, aprender e crescer. Quero um amor que possa expor suas dores sem o mínimo temor, que jamais tenha medo de ficar nu de alma. Quero um amor que se ame acima de tudo, acima de mim, porque só uma pessoa que ama a si mesma é capaz de realmente dar amor e não procurar no outro um pedaço qualquer para preencher o próprio vazio.
Quero um amor que esteja preparado para mudanças, que saiba da imprevisibilidade da vida, que tenha consciência das dificuldades da caminhada, que esteja pronto para ver os melhores e os piores lados que possuo, que não finja que não sabe dos obstáculos que a vida impõe para nos tornar melhores.
Quero um amor profundo, que não caia na superficialidade do mundo, que saiba que as pessoas não são descartáveis, que esteja disposto a reacender a chama sempre que ela oscilar, um amor que nos piores dias aceite dar a mão e ficar ao invés de partir. Um amor que seja sincero, mesmo diante da dor que a verdade pode trazer. Quero um amor capaz… capaz de amar mesmo carregado de dores, inseguranças, incertezas, mágoas, dúvidas, lembranças e fragilidades. Um amor que sabe que amar faz suportar e superar tudo isso. Um amor que sabe, que só amar é a cura para todos os nossos males.
Quero um amor preparado pra quem sou, que aceite se aventurar, disposto a amar e sofrer, a sorrir e a chorar e que no fim saiba que esse amor em sua síntese só nos fez crescer.
Pois só aquele que ama sem medo atrai um amor capaz de se aventurar.
Não cobre o que deve ser espontâneo, mas também não se cale diante do que é abusivo.
A base de toda relação sadia é o diálogo. Dialogar não é só falar, é sobre ouvir e também ser ouvido. Relação que faz bem precisa de fala e de escuta. Porque a comunicação é a porta onde a alma se revela. Eu não posso esperar que o outro saiba o que não comunico.
Se machuca, fale.
Se incomoda, diga.
Se não te faz bem, expresse.
Faça do diálogo um instrumento que lapida a relação e a transforma em algo melhor.
Falar não é sobre cobrar, é sobre esclarecer.
Mas se você precisa sempre pedir o óbvio, o necessário, o natural. Se você fala e não tem escuta. Se cobra o que precisa ser espontâneo e recíproco, talvez você esteja tentando extrair amor de onde só existe indiferença.
O amor não deve ser cobrado. Se preciso cobrar para que alguém me ame, me veja, me reconheça, me considere, me valorize, é porque muito provavelmente não é ali que eu deva estar. Dialogar é necessário, traçar limites é vital, entender é fundamental, mas cobrar é um desgaste desnecessário que ninguém precisa passar.
Talvez você não precise cobrar, talvez você apenas necessite se retirar dos espaços que não te acolhem como você merece.
