Ato
A brisa noturna convida
para o ato criativo da linguagem,
O lirismo me leva fácil
pela mão e me põe diante de ti,
Para a poesia só digo sim
porque carrego você em mim.
Existe elogio
que não é elogio,
É ato de desconstrução
contra a sua identidade
e a sua trajetória,
Abrace com orgulho
a sua história,
Não aceite conviver
com cordial hostilidade,
Sê como os Butiás-roxo
brotando indomáveis
na campina e sendo
o amor da sua vida.
A cura não é igual para todos… às vezes é uma palavra, às vezes um silêncio, mas sempre é um ato de amor.“Temos o poder de tocar feridas alheias com nossa presença; às vezes, apenas ouvir já é magia suficiente.
—Purificação
Curar é um ato silencioso; não precisa de aplausos, só de intenção e verdade no coração.
Às vezes a cura vem em risadas compartilhadas, em abraços inesperados ou em olhares que dizem ‘estou aqui’.
—Purificação
A dádiva de se arrumar todos os dias reside no poderoso ato de cultivar a autoestima e honrar a si mesma.
Fui ferido por quem amei, mas curado por quem ficou. Curar-se também é um ato de coragem, quem ficou se tornou ponte onde a confiança pode voltar a andar.
Ato o de reclamar constantemente sobre um determinado assunto ou situação, acaba revelando mas de quem reclama do que aquele que e o motivo da reclamação.
A fé ensinou-me a sorrir antes do milagre, antecipar alegria é preparar o coração, sorrir é ato de confiança em algo maior, a fé planta sorrisos que depois florescem.
Abaixar a cabeça é humildade
No ato penitencial da santa missa, e na absolvição sacramental ao reconhecer a necessidade do perdão de Deus
Quando se reconhece que errou e precisa pedir perdão a alguém e humildade.
Ao aceitar e obedecer da hierarquia ou liderança que dá justas orientações fundamentadas nas leis de Deus e normas eclesiásticas
Abaixar a cabeça é covardia
Quando se aceita o erro de qualquer lado: do mesmo nível que você ou de alguém acima do nível hierárquico...
“Monólogo do Inescolhido - Ato II”
E se o amor não for para mim?
E se eu tiver nascido fora dessa gramática secreta que une os corpos?
Fora da partitura onde os corações se encontram em compasso?
Há quem fale que o amor é universal, mas e se houver exceções?
E se eu for uma delas?
Às vezes, penso que o amor é uma língua que não aprendi.
Vejo os outros trocarem palavras de ternura, sinais, olhares… E eu, estrangeiro, só consigo assistir, sem tradução possível.
Ninguém me escolhe porque ninguém me entende ou porque nunca houve nada em mim digno de tradução?
E, no entanto, eu amo.
Amo com uma fome que me devora, com um excesso que ninguém parece querer.
Talvez seja isso... meu amor é demais para caber em alguém.
Ou talvez não seja nada, só um engano, um reflexo de desejo mal interpretado como amor.
E se o amor não passar de invenção?
Um mito contado para que suportemos a vida, ou um truque de sobrevivência da espécie disfarçado de poesia?
Se for assim, estou duplamente condenado, porque sofro a ausência de algo que talvez nunca existiu e ainda me culpo por não ser suficiente para alcançá-lo.
Estou cansado até de esperar.
Cansado de me perguntar o que há de errado em mim.
Cansado de abrir espaço dentro do peito e vê-lo sempre vazio.
Cansado de me oferecer em silêncio, como uma prece que nunca encontra deus.
E ainda assim, continuo.
Continuo porque não sei como parar.
Porque, se largar essa esperança, não sei se sobra alguém em mim.
Talvez eu seja apenas isso... Um corpo que insiste, uma alma que suplica, um resto humano que pede ao universo aquilo que ele nunca teve a intenção de me dar.
“Monólogo do Inescolhido - Ato III”
Cheguei ao ponto em que não peço mais.
Não há súplica, não há oração, não há sequer o gesto de estender a mão.
Eu entendi, ninguém vem.
E essa ausência não é acidente, é destino.
Há algo de terrivelmente claro nisso, o amor é um banquete e eu nunca tive assento à mesa.
Passei a vida à porta, ouvindo risos, sentindo o cheiro do pão quente, mas sem jamais ser chamado a entrar.
No começo, eu batia.
Depois, esperei.
Agora, apenas caminho em círculos, acostumado ao frio que sempre coube a mim.
E não é que a solidão seja inimiga, não mais.
Ela se fez carne da minha carne, me moldou os ossos, me ensinou a calar.
Eu sou feito dela e ela de mim.
Não nos suportamos, mas não nos largamos.
O amor?
Talvez exista, mas não para todos.
Talvez seja como a luz do sol, que aquece o mundo, mas deixa algumas frestas eternamente na sombra.
Eu sou uma dessas frestas.
E não há tragédia nisso, apenas constatação.
Estou cansado, sim.
Mas já não é o cansaço da espera.
É o cansaço de quem aprendeu a andar descalço sobre pedras e já não sente dor nos pés.
A dor virou hábito, a falta virou pele.
Se algum dia alguém me escolher, não saberei mais o que fazer.
Meu corpo, acostumado ao vazio, talvez não reconheça o toque. Talvez até recuse.
E assim termino... Não como quem implora, mas como quem aceita sua condição.
Não sou escolhido.
Nunca fui, nunca serei.
E isso, por mais cruel que seja, é também a minha forma de existir.
“Monólogo do Inescolhido - Ato IV”
Já não sou apenas eu.
Sou o nome secreto da ausência, a carne em que a solidão encontrou abrigo.
Sou o espelho vazio onde ninguém ousa se mirar.
O que antes era dor se transfigurou e eu me tornei o próprio destino dos que não são escolhidos.
Não sou mais um homem que espera.
Sou a espera em si, interminável, ancestral, inquebrantável.
Sou o intervalo entre um coração e outro, a cadeira sempre vazia na mesa do banquete, a sombra que acompanha os passos dos amantes sem jamais tocá-los.
Meus ossos já não carregam apenas o peso do cansaço, carregam o eco de todos os que um dia também não foram escolhidos.
Sou herdeiro de uma linhagem invisível... os esquecidos, os descartados, os amores interrompidos antes de nascer.
Eu sou o coro silencioso de todas essas vozes.
Há tragédia, sim, mas também majestade.
Porque no fim, ser o "Inescolhido" é carregar uma coroa invisível... A coroa de quem prova ao mundo que o amor não é universal.
Que há fendas no tecido, falhas no destino, almas destinadas a não pertencer.
E eu pertenço a esse vazio.
Sou guardião da ausência, sacerdote de um altar onde não há oferendas, rei de um reino deserto.
Se algum dia me perguntarem quem sou, não direi meu nome.
Direi apenas: Sou aquele que não foi escolhido.
E nisso há tragédia, mas também eternidade.
Pois enquanto o amor é efêmero, passageiro, sujeito ao fim, a solidão que carrego não conhece término.
Ela é perpétua.
E eu, cansado mas erguido, sou a sua face humana.
Muitas religiões ver o perdão
como uma obrigação, na verdade
o perdão é um ato de humildade,
mas só perdoa de verdade quem tem
o amor de Deus.
Florescer também é ato de coragem.
É desafiar o tempo, o clima e o olhar alheio e ainda assim revelar sua verdade ao sol.
Acreditar é o ato inaugural. É destrancar o caminho para que a vida não apenas se refaça, mas transborde em ação imediata.
Atacar e eliminar os terroristas é um ato de amor e justiça, porque indiretamente protegem e salvam inocentes no presente e no futuro de qualquer cultura ou nacionalidade. Por isso, defendo Israel na caça de seus algozes, que além de cruéis são covardes.
