Árvores
E se eu andasse até aquele morro onde tem aquelas árvores para ver o que tem lá, e levantasse aquela pedra? Quantas vidas já pisaram ali, o que tem atrás daquela rua, embaixo do banco daquela igreja... quem fez aquele banco de madeira que está na praça? E agora quantos dormem, correm, cantam? Sinto uma curiosidade de andar pelos lugares, de fazer a curva daquele caminho de terra. Quando fui pra Argentina me enchia o coração imaginar aquelas casas com pessoas falando uma outra língua por corredores que ligavam salas e banheiros que nunca vi. E quem fez aquelas paredes? Fotos em preto e branco, já olhou fixo para os olhos de pessoas que já não vivem mais? Ouvi dizer que o sangue das obras dela é para mostrar a vida por trás, por dentro das obras. Quantas vidas ficaram naquela ponte no meio do mar? Mas esse texto não é para falar disso. Era mais pra pensar que tem caminhos que não andamos nunca e que são nossos, e que guardam segredos, situações, pessoas... muitas pessoas. O mundo é nosso. Os filhos que choram são todos nossos. Quem mora naquela casa por onde passei por tantos anos sem olhar para dentro? O que tem naquelas ruas lá embaixo que nunca fui? E para além daquele portão, quantas vidas? Disseram que o ar é cheio de vida e morte. Mas esse texto não fala disso. O que diria alguém lá na neve sobre os meus escritos? E se eu lesse com a minha língua o que sentiria a menina que imagino agora sentada na noite da neve com seu casaco vermelho? Tem alguém dormindo agora naquelas casas de neve? Tirando um cochilo depois do almoço? Quanta vida precisaria para conhecer todos os lugares e pessoas? E aqui onde deito, na terra onde está minha casa, quantas vidas pisaram, passaram em todos esses milhões de anos? Que plantas, animais, sons? Quanta vida há e houve e haverá? Será que é esse o sangue das paredes nas obras dela? Olhei para o fogo esses dias e fiquei pensando como queima a lenha. E então falamos sobre quando viram o fogo pela primeira vez; acho que não teve...
Às vezes é necessário deixar as folhas caírem, pois são elas que servirão de adubo para as árvores ao redor. Seja como uma árvore frondosa que não se apega a folhas, galhos, flores e frutos... deixe ir aquilo que não te serve mais, assim você poderá receber as novas folhas, novas flores e novos frutos.
Para acabar com um deserto é preciso ir plantando árvores da terra boa para a ruim. Para acabar com a violência usa-se o mesmo método.
“Eu só sei ser sozinho
Restando-me um pouco pelos caminhos...
Há lembranças nas árvores
E no vento vadio
- restos de ilusões...”
(in “Jeito de ser feliz...”)
DENTRO DO MEU
Dentro do meu silêncio
Há gritos, dores
Há mil árvores por plantar
Há mil flores por colher
Há mil sonhos para viver
Há mil viagens por fazer
Há um anjo adormecido
Há mil páginas por escrever
Há mil vidas para viver
Há mil afectos embrulhados
Dentro da minha alma
Há um coração, se ele explodisse
Coloriria o céu de varias cores
Dentro do meu silêncio
Há mil amores para amar
Por isso não tenha inveja
Olhe que acaba mal
Faça com determinação
O seu caminho
Que a sorte caminhará consigo 🌹
Ao fim do outono as árvores estavam despidas.
O solo, encoberto pelas folhas denotava a estação.
O insípido destino me trouxera aquele largo sorriso,
dentes brancos que revelavam calmaria,
um olhar expressivo que suspendia a respiração.
Ele mergulhava nas incertezas do desconhecido,
e eu... eu o observava transfigurar meu coração.
Muitos querem o ouro, mas oferecem o bronze,
Querem a sombra, mas não plantam árvores,
Gostam de bons frutos, mas não regam as raízes,
Reclamam do frio, mas não percebem que ou outros sentem também,
Querem receber aquilo que não dão!
Cores e árvores podem nos auxiliar também na conservação da natureza refletindo calor e baixando a temperatura.
Caminhante
Do negro céu e prateada lua,
do leve ar soprante de árvores nuas
cujos reflexos enfeitam a cidade crua;
de azul fala embalada pela mente tua,
faz-se tu, Caminhante destas ruas.
Mais vermelho que sangue,
rojador de desespero;
mais celeste que veia,
pulsante em cheia, é teu paradeiro.
Oh Caminhante de mim,
ao passo que o dia chega ao fim
e no silêncio me encontro enfim,
teu melódico caminhar acalma meu confim.
Sinto teu andar pelas artérias
e, antes que possa duvidar,
tu já decompõe a matéria,
outrora solitária miséria.
Numa casinha amarela tu se instala,
neste lírico vilarejo cardíaco
que descrevo enquanto tu desfaz a mala,
Caminhante do meu corpo físico e onírico.
PESARES
Das árvores, vão-se as folhas
das roseiras, vão-se as flores
de mim, os amores
restam os pesares
os dissabores...
talvez
os rancores.
No verão o sol brilha intensamente e as plantas crescem.
No outono o vento desfolha as árvores e as paisagens ficam cinza.
No inverno chuvas, frio, gelo e neve fazem as plantas ficarem ociosas.
Mas com a chegada da primavera a vida renasce e as cores voltam a prevalecer.
Assim são as nossas vidas, passamos também por várias estações que fazem a gente crescer, termos paciência, prudência, resignação, renascimento, esperança, paz, tristeza, alegria e felicidade.
Como a natureza, vamos fazer a transformação de tudo aquilo que nós queremos mudar.
Por que a natureza faz a dela com perfeição.
Luz através das árvores
Vento ventando ventania
A lua lá no alto, expressando dores,
Ao fim de mais um dia.
Que pode ser o último
Mas também o primeiro
Dessa vida degradante
Com um pouco de respeito.
E por fim, o barulho barulhando meus ouvidos
Que não se cansam de mostrar o quanto estou vivo
Mas que esquecem de dizer
Que o viver não é só tripudiar-te
E sim prestar atenção,
No ao levantar de mais um mísero e insistente olhar-te.
Assim como as árvores soltam as folhas secas para receber novas folhagens, também nós devemos nos libertar do que não faz mais sentido estar em nossa vida para podermos nos renovar.
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