Arrancar do meu Peito
Naquele dia eu entendi.
Meu nome tinha sido pauta no último encontro, bastou eu sair.
É revelador, eles falam de julgamento, mas nunca admitem que julgam.
Ingênuos ou hipócritas? Talvez um pouco dos dois.
Saiba a hora de levantar-se e deixe que falem. O que isso revela é a fome que muitos têm de apontar o que não conseguem ser. Dessa vez, não os sirva à mesa. Preserve-se.
Retire seu prato, mas continue servindo autenticidade em toda mesa em que sentar.
"Meus olhos de pedra sangram
Flanela mergulhada em fantasmas
Meu sossego inquieto, desatino
Mesmo que for bom, transformo em nada"
(estrofe do poema: Medusa)
Roubaram minha infância com mentiras, enganos, ilusões,
escravizaram meu mundo, deixando-o em desilusões.
Hoje, nada restou, só a continuidade do mesmo ciclo,
um sistema podre, repetitivo, envolto em um véu de brilho artificial.
O mundo não mudou, o sistema insiste em sua prisão real camuflado em beleza morta,
e o povo, manchado, mergulha no pântano da decomposição.
"O que guardo no meu íntimo não são bons pensamentos. Verbalizo e materializo apenas aquilo que fará o outro nunca me esquecer."
Todo mudo tem problema
Mas para cada problema, uma solução
Quando deito minha cabeça no meu travesseiro
Percebo que passarão
Passarão mais cedo ou mais tarde
Mas, jamais, se perdurarão...
Morte
Vou te encontrar vestida de mim, pois em qualquer lugar me levará, sem vestir meu cetim, sem saber como aquelesfios finosdeslizariam sob mim.
Levando só a saudade das sensações humanas, queimando minha carne.
Nós momentos que somos, a riqueza que nos acompanha cabe no pensamento, de que não temos fim.
Escrevendo ao ouvir- Canto Para Minha Morte- Raul Seixas
Nos piores vales, Ele não grita. Ele sussurra ao meu espírito que a minha identidade é maior e mais forte que a dor do meu pranto.
Quando a coragem me trai e se esvai, Sua paz se manifesta, delicadamente, na forma do meu próximo e seguro passo.
eu me sinto perdida na cor dos seus olhos. Meu anjo, cada vez que eu te olho, me apaixono sem deixar refolhos. A sua beleza angelical me permite ver coisas que só um clarividente poderia explicar. Você é surpresa boa, novidade que não se espera, seu perfume tão doce e um tom de voz sereno com um sorriso lindo na boca. Azul como o mar, laranja como a aura linda dos seus olhos. <3
Está tudo bem, amor.
Eu entendo que a minha situação não nos favorece.
Sei que o meu jeito acaba te trazendo insegurança.
E também compreendo que se entregar a essa paixão pode machucar.
Posso imaginar o quanto deve ser difícil para você aceitar tudo isso.
Não combina com o seu coração, com o seu caráter.
Por isso, eu te peço perdão.
Você merece alguém livre, inteiro, que te faça tocar o céu com um beijo.
Alguém presente em todos os momentos possíveis.
Você merece ser amada por completo, sem vírgulas, sem pausas, sem ponto final.
Merece ser o motivo do sorriso de alguém.
Merece ser abraçada sem medo, amada sem dúvidas.
Merece ser feliz.
E eu, mesmo aqui, ainda torço para que seja.
Mas… às vezes eu me pergunto, em silêncio, se um dia o tempo vai nos devolver.
Se essa história que começou tão intensa ainda não terminou de ser escrita.
Se, lá na frente, quando tudo estiver no lugar,
a gente ainda vai se reconhecer pelo olhar.
E se for nós, amor?
E se ainda tiver algo esperando por nós dois?
Eu não sei.
Quem sabe, um dia, sejamos nós o sorriso que aparece sem motivo.
O abraço apertado no fim do dia.
Quem sabe, amor, sejamos o “bom dia” um do outro.
Quem sabe sejamos a paz depois de tanta tempestade.
Quem sabe sejamos felizes, do nosso jeito, no nosso tempo…
Quem sabe.
O beijo de sua boca é o pergaminho que reescreve o meu passado, transformando todas as minhas cicatrizes em mapas para o seu abraço.
Última Dose de Ilusão
William Contraponto
No espelho trincado da aurora,
Risquei meu nome com batom vencido.
Cada verso é uma estrada que chora,
Cada amor, um contrato rompido.
Apaguei cigarros com promessas,
Tatuando no peito um talvez.
A vida servida em mãos avessas,
Brindando ao silêncio outra vez.
Fui poeta de bares esquecidos,
Dos que cantam verdades tortas.
Minha alma é um quarto sem ruídos
Com mil portas e todas mortas.
Já vendi meu relógio ao futuro
Pra não ter que explicar o passado.
Hoje ando com o tempo mais duro
E um coração quase penhorado.
Se menti foi por pura ternura,
Se fugi, foi da zona de guerra.
Mas há sempre uma certa amargura
Naquilo que a gente mais erra.
Não me espere com flores na mão,
Me receba com vinho barato.
Que eu ainda componho a canção
Que ninguém cantou no teatro.
