Arrancar do meu Peito

Cerca de 125541 frases e pensamentos: Arrancar do meu Peito

⁠Vai um café aí?

[...]então pega está ideia
uma porção de amor
pão de queijo, geleia
e uma xícara de café... por favor!
Nas Gerais é uma “odisseia”

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Agosto de 2020, Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠ AFORA

Passaste como a flor do ipê fugaz
que se desprende na sua aurora
do desvelo só tiveste àquela hora
em que do afeto o emotivo traz

Ter-te e perder-te! sensação voraz
que inunda o peito, e a dor piora
sem ver-te, o poetar por ti chora
em tristes versos, saudade tenaz

Demorou essa presença em mim
minha alma ainda adora, e flora
emoção num sentimento marfim

Neste querer, o querer é outrora
se sonhei contigo, calou o clarim
dessa estória, o amor vai afora!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Setembro de 2020, 02 – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠Morrer...


Termina a vida, morrer, com ela o viver
Vão-se as dores, homenagens com flores
Rezas, choros e suplicas pros pecadores
Depois, uma furtiva lembrança a prover
Aos amores e aos meus admiradores...
... para as lágrimas fingidas
Meu até mais...
Cheio de saudações garridas
E minhas retribuições iguais!


© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
02/09/2020, 17’00” – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠TORMENTO ANÔNIMO

Há amores não correspondidos, há enganos
mais negros que a noite muito mais escura
suspiros loucos, e o coração com amargura
as horas, segundos mais longos que os anos

E nestes doridos, loucos e alanceados danos
que leva o fado para as bandas da desventura
em um coral de gemido e de uma sorte dura
atraindo aos sentimentos só os rumos tiranos

E, as dores da solidão, sim, ela tão somente
que se cala nos braços deste amor cruento
dói, tal como ferir-se com gladio lentamente

Ah! que penar, esse que só traz tormento
lamentos e, nos ruminando inteiramente
tendo os dias de sofrência como alimento

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
Setembro, 02/ 2020 – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠“Ignoramus et Ignorabimus”

Quanta ilusão! O amor ver-se objetivo
e alheio ao brado do coração fagueiro
duma paixão, e do anseio prisioneiro
compondo, que assim, será definitivo

Dizem que amor é amor, se for vivo
a quem o chama de valor verdadeiro
livre, solto das amarras dum cativeiro
se esquecendo que dele se é cativo

Se o amor é sempre amor: - amado!
tê-lo é também agridoce no enredo
sem tirania, amar, deve ser desejado

Se é sempre o mesmo falso segredo
no início, perfeito, e tão imaculado
porque então não o haver no medo?

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
2020, setembro, 03 – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠SUFICIÊNCIA

Dita, ao pé do amor primeiro
Estreante desta variegada vida
Estou e estarei nessa acolhida
Ao coração, fiel companheiro

Da paixão o afeto cavalheiro
Pulsa-lhe a poesia em torcida
Faz a boa diversão apetecida
Salivando o gosto por inteiro

Trago-te flores, zelo certeiro
Trovando a doce existência
E que assim seja verdadeiro

Se não, não serve a aparência
E, tão pouco algo corriqueiro
Intensidade que é suficiência!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
04/09/2020, 10’18” – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠PÁLIDA À LUZ DA SOLIDÃO SOMBRIA

Pálida à luz da solidão sombria
como a dor na alma dilacerada
sobre o leito de ilusão reclinada
a amargura e uma paixão fria

A satisfação que na perca jazia
e pela melancolia era embalada
a ruína e alegria embalsamada
no desprezo e, na beira dormia

Prantos, e as noites palpitando
gosto amargo no peito abrindo
os olhos esverdeados chorando

Não rias de mim, sentir infindo:
por ti – o amor busquei amando
por ti – na teimosia eu vou indo...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Setembro, 2020 – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠SÚPLICA (soneto)

Se tudo muda e tudo perece
Se tudo cai aos pés da negaça
Se veloz a vida por nós passa
Pondo de lado o teor da prece

Se, se a inspiração desfalece
Se dói a dor que a dor enlaça
Se perde o encanto, a graça
O lhano, e aí a gente cresce

Se o amor tem a alma pura
E este amor também tortura
Nos gerando tolos e loucos

Se tudo tem no tempo valeria
Tudo vai, Pai! Por que não alivia
O sentir que me traga aos poucos?

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Setembro, 05/2020 – Triângulo Mineiro
paráfrase Auta de Souza

Inserida por LucianoSpagnol

⁠DOR INFINDA

Já no sumido aquele afeto profundo
Só eu, ó pieguice, só eu me lembro
Das noites e dias secos de setembro
Maçadas, e o meu amor moribundo

Desde esse dia, eu ermo no mundo
Atado a solidão e sem deslembro
De ti, e do falto um azedo membro
Não houve fôlego por um segundo

Quando, ainda cria... - hoje perdido
E lastimando no leito a desventura
Tenho a sensação de já ter morrido

Ah! saudade, que a vasca mistura
No peito, e ao aperto tão sofrido...
Dor infinda... e cheia de amargura!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Setembro, 06/2020, 05’46” – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠CERTIFICADO

A velhice é um treco, dor e cansaço
O dia é um balanço, no vai e vem
o que resta, o mínimo que se tem
Se faço, com a dificuldade abraço

Devagar e no compasso, tudo bem
Se vou além? ... pergunte ao passo
Pois, da vagarosidade sou refém
No próprio eu não tenho espaço

Tudo me cansa, comove, maça
Se rio, o choro faz igualmente
E o tempo parece uma ameaça

Já, a própria inércia é ausente
Quase sempre sou sem graça
O reflexo não reconhece a gente!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
06/09/2020, 15’15” – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠CHAMAMENTO (soneto II)

Este sentir puro, cuja o afeto derrama
Na poesia, no coração, em toda parte
Que a alegria com o celebrar reparte
E o meu peito apaixonado proclama

este sentir, cujo o olhar me inflama
que tem varia peculiaridade à parte
e no sentimento dourado baluarte
nos meus versos é belo panorama

e essa tal sorte, não é apenas acaso
é querer, sonho, que eu me abraso
nos teus abraços, e tua terna cama

és tudo do meu desejo, do querer
onde estava que não pude te ver?
Pois a muito meu amor por ti chama!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
07/09/2020, 05’46” – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠NIHIL

Se ao amor amando, vivi meus dias
Nas venturas de o acerto tomando
Do convívio longo fui me afastando
Das alegrias afins e as boas fantasias

Enganava-me assim, me enganando
Fiz da desdita arrebatadas poesias
Suspirando desacertos e melancolias
Para ter o infortúnio mais brando

Sem ser retribuído, fui um amador
Da devoção tentei amores, tendo
E, se perdia, chorava essa vil dor

Vivi tanto tempo assim vivendo
Me enganando com tal dispor
Hoje, nem creio no que vou tendo!

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
08/09/2020, 08’00” – Triângulo Mineiro
paráfrase Guimarães Passos

Inserida por LucianoSpagnol

⁠SONETO DA SAUDADE

Saudade – o olhar do outrora andando
e o pranto, uma lágrima na lembrança
deslizando. Saudade! os dias de criança
cantigas de ninar e de roda: cantando!

Noites, até às 10 horas, na vizinhança
a meninada, na diversão, em bando
na chuvada, muito mais que amando
saudade ingênua de dias de pujança

Saudade – asa da dor no sentimento
Recordações vans do tempo ao vento
Ai! dantes no pensamento em guerra

Saudade – “o que fica do que não ficou”
a velha mocidade, que hoje já passou...
O apito da “Mogiana” da minha terra!

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
09/09/2020, 10’07” – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠INFORTUNO

Falas de solidão, eu ouço tudo e calo
Ó saudade! Rude e regateira caipira
É. E é por isto que o vazio me imbuíra
A alma, no silêncio, infortuno vassalo

Viver! Quando virei por ter intervalo
Entre a dor e o sofrer que não espira
No tempo, e me põe nesta mentira
Da esperança dum amor para amá-lo

Pois é agridoce sentimento sagrado
Que leva a noite insone no cerrado
Messalina sensação, refutado fulcro

Falas de amor, e eu me desalento
Paixão na minha sorte é tormento
Intento para eu levar pro sepulcro

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
09/09/2020, 13’43” – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

carruagem

o vivente na ilusão
vive só nas quimeras
repete a mesma condição
o improviso são esperas
e o trem da vida sem direção...

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
2020, janeiro - Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

DÚVIDA (soneto)

E.… uma dúvida que me atormenta
A divisão que no amor em que ando
Padeço e sofro, num vazio, quando
O perdão e culpa, a qual me alimenta

Silêncio e traição sufoquei amando
Na ânsia de querer-te sem tormenta
Ah! Como dói este olhar que ausenta
Pois, o desejar no coração não mando

Tenho o dia estonteado e sem atitude
Choro, e com que ardor eu quisera
O afeto, agora confuso e sem virtude

Sinto que prodiguei a paixão sincera
Se sofro, porque invadir-te não pude
E nas incertezas, difícil é essa espera...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
23 de janeiro de 2020, -Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

"Se eu falasse para você o resumo da minha vida, talvez você achasse bobagem. A história de um Rapaz lutando para conseguir conquistar o amor da sua vida e que acaba sendo devorado por ódio ganância antes de chegar aos 30: "

Inserida por MORFEUUCHIHA

VENDAVAL NO CERRADO (soneto)

Áspero, entre os uivos, em lufadas nos buritis
De um constante sussurrar de uma ladainha
Prelado em prece, bailam nos galhos os saguis
Na imensidão, quando a tempestade avizinha

Rezas sobre a melancolia, agitam os pequis
Sobre o cerrado, badala o sino da igrejinha
E, em refrega, no céu, desenha o arco-íris
Grassando poeira tal qual a erva daninha

Bufa, num redemoinho em tal longura
Que abres no horizonte em chiar bravio
Gemendo o sertão num suspiro funeral

E invade, como guerreiro, toda a secura
Do chão, num comando do seu assobio
Avança atroz no planalto... o vendaval

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
23/01/2020, Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

A POESIA QUE CHORA

A poesia que chora, desinspirada
Na solidão, que padecer me vejo
Na realização, e tão despovoada:
Sofre, implora, por um puro bafejo

Não basta ter a rima apropriada
Nem só desejo de lampejo: desejo
Assim, tê-la, no versar que agrada
Não, no amor findo, oco e sem beijo

No exílio e no vazio que me consome
Não basta saber que no tempo passa
Que tudo passa, quando só quero estar

A poesia que chora, ficou sem nome
Separada do sagrado e tão sem graça
Quando a trova teria de ser de amar...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
25/01/2020, 05’53” - Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

EM UMA MANHÃ DE CHUVA NO CERRADO

Verão. Defronte o cerrado. Chove além
Abro a janela, o cheiro de terra molhada
A melancolia... na imensidão, me provém
Invade a minha alma, e ali faz pousada

Sobre o pequizeiro as gotas, e também
O meu olhar, que pinga lágrima mastigada
Suspirando o ar úmido que dor contém
E no vaivém, do vento, lembrança alçada

Olho o céu gris e vejo o meu poetar triste
E o pranto do silêncio por onde sumiste
Encharcando de sofrência a vil inspiração

As águas cantam. Rolam, caem. Um vazio
E na enxurrada um padecer tão bravio
Que vai arrastando a saudade e a ilusão

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
25/01/2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

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