Aquelas Pessoas que me Odeia

Às vezes você fala que odeia todo mundo, e que ninguém te entende. Mas a verdade é que você se odeia pelo fato de nem você se entender.

A fome é mansa e casta. Quem não come não ama, nem odeia.

Aqui se passa fome, aqui se odeia, aqui se é feliz, no meio de invenções miraculosas.

Dizem que um sempre
ama mais. Ah Meu Deus, como
eu queria que não fosse eu!

Os obstáculos são aquelas coisas terríveis que você vê quando desvia os olhos do seu objetivo.

Quero saber, entre todas aquelas que eu sou, quem é a chefe, quem manda dentro de mim.

As únicas grandes companhias que conseguirão ter êxito são aquelas que consideram os seus produtos obsoletos antes que os outros o façam.

Talvez as melhores amizades sejam aquelas em que haja muita discussão, muita disputa e mesmo assim muito afeto.

Temos aversão não apenas por coisas que sabemos nos terem causado dano, mas também por aquelas que não sabemos que danos podem causar.

As únicas respostas interessantes são aquelas que destroem as perguntas.

Suporto tudo nessa vida, menos as fases transitórias, aquelas onde já abandonamos o lugar em que estávamos mas ainda não chegamos aonde queremos.

Você alguma vez se perguntou por quê?
Faz sempre aquelas mesmas coisas sem gostar
mas você faz. Sem saber por quê

Eu não estou afirmando que aquelas coisas não sejam importantes; nós precisamos delas, nós precisamos de carros, nós precisamos de dinheiro; de tudo o que é importante para viver. Mas sempre quando elas se tornam em substitutos de Deus, elas são prejudiciais.

Desejo dar uma volta por aquelas altas e áridas cordilheiras de montanhas onde se morre de sede e frio, por aquela história "extratemporal", aquele absoluto de tempo e espaço onde não existe homem, nem fera, nem vegetação, onde se fica louco de solidão, com linguagem que é de meras palavras, onde tudo é desengachado, desengrenado, sem articulação com os tempos. Desejo um mundo de homens e mulheres, de árvores que não falem (porque já existe conversa demais no mundo!) de rios que levem a gente a lugares, não rios que sejam lendas, mas rios que ponham a gente em contato com outros homens e mulheres, com arquitetura, religião, plantas, animais - rios que tenham barcos e nos quais os homens se afoguem, mas não se afoguem no mito e lenda e nos livros e poeira do passado, mas no tempo e no espaço e na história. Desejo rios que façam oceanos como Shakespeare e Dante, rios que não se sequem no vazio do passado. Oceanos sim! Tenhamos novos oceanos que apaguem o passado, oceanos que criem novas formações geológicas, novas vistas topográficas e continentes estranhos, aterrizadores, oceanos que destruam e preservem ao mesmo tempo, oceanos nos quais possamos navegar, partir para novas descobertas, novos horizontes. Tenhamos mais oceanos, mais convulsões, mais guerras, mais holocaustos. Tenhamos um mundo de homens e mulheres com dínamos entre as pernas, um mundo de fúria natural, de paixão, ação, drama, sonhos, loucura, um mundo que produza extâse e não peidos secos. Creio hoje mais do que nunca é preciso procurar um livro ainda que de uma só grande página: precisamos procurar fragmentos, lascas, unhas dos dedos dos pés, tudo quanto contenha minério, tudo quanto seja capaz de ressuscitar o corpo e a alma.

Dona Lógica usa coque e óculos, como aquelas velhas professoras que não se fabricam mais e tão chatas que, no meio da aula, sempre alguém lhes pedia “para ir lá fora”. Sim, Dona Lógica, a alma também precisa de um pouco de ar.

Está vendo aquelas pegadas de barro no tapete vermelho? São minhas!

Porque as perguntas realmente sérias são apenas aquelas que uma criança pode formular. Só as perguntas mais ingênuas são realmente perguntas sérias.

Opiniões defendidas apaixonadamente são aquelas para as quais não há boas justificativas.

Fazemos ordinariamente mais festa às pessoas que tememos do que àquelas a quem amamos.

Não é raro aborrecermos aquelas mesmas pessoas que mais admiramos.